A reforma da Avenida Campos Sales, chamada de "Viva Campos Sales", é um passo importante para o início da revitalização da área central de Campinas (Kamá Ribeiro)
As obras de requalificação da Avenida Campos Sales, no Centro de Campinas, foram adiadas e devem começar em meados de outubro. Inicialmente, o projeto estava previsto para começar em agosto, porém, por conta da necessidade de readequações, acabou sendo adiado. A informação foi confirmada pelo prefeito Dário Saadi (Republicanos). Já a Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec), responsável pela intervenção, não se pronunciou sobre o assunto.
Os estudos atuais pretendem reduzir custos e aliviar o impacto das obras sobre as vendas do comércio na região. Para compensar as alterações no projeto, que devem afetar a forma como ocorrerá a ampliação das calçadas e a troca de pavimento, a Administração decidiu incluir a construção de uma ciclovia no local. "As obras vão começar no 2° semestre, em outubro, e, conforme havíamos mencionado inicialmente, quando lançamos o projeto, ela vai mesmo ser iniciada no segundo semestre", reforçou o prefeito.
Conduzida pela Emdec, em parceria com outras secretarias municipais, a reforma da Avenida Campos Sales, chamada de "Viva Campos Sales", é um passo importante para o início da revitalização da área central, que se encontra bastante degradada há décadas.
A iniciativa foi anunciada em 2021, a partir de um investimento de cerca de R$ 12 milhões, sendo a maior parte oriunda de recursos de Termos de Ajustamento de Conduta (TAC). A previsão é a de que as obras tenham duração de 12 meses.
Oficialmente, a opção de simplificar a obra ocorre como uma forma de reduzir o impacto sobre as vendas na região. A Campos Sales é um dos corredores econômicos mais importantes do Centro da cidade. Entre as mudanças mais significativas está a ampliação das calçadas em dois metros de cada lado, o que deve ocorrer a partir da remoção das bancas, que passariam a ser acomodadas em uma faixa de rolamento pintada e sinalizada, a ser criada na via pública, do lado esquerdo da avenida. A alternativa estudada evita as obras estruturais de alargamento.
"A questão não é tornar a obra mais barata e sim fazer adequações normais, que costumam ocorrer em um projeto. O mais complexo lá é o aterramento dos cabos de energia. Se fosse uma questão de baratear a obra, seria isso o que mudaria, mas não vamos alterar essa parte. Fizemos, na verdade, uma racionalização do projeto", explicou Dário Saadi.
Outra discussão ainda em relação à calçada é sobre o tipo de piso a ser instalado. O projeto original previa um material semelhante ao usado na Av. Francisco Glicério, mais resistente e com padrão de qualidade atestado em outros projetos de revitalização ocorridos em capitais brasileiras. Agora, isso está sendo revisto.
A elevação de cruzamentos, prevista para ocorrer ao longo da avenida, também está em debate, assim como a redução do número de construções está sendo avaliada. Para compensar as simplificações de ordem econômica a serem detalhadas, a boa notícia é a de que o projeto vai incorporar a implantação de uma ciclovia na faixa de rolamento a ser criada para acomodar as bancas, compreendendo toda a extensão da via.
O vice-presidente da Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic), Guilherme Campos, disse que foi informado pela Emdec no último encontro entre comerciantes, entidade e a empresa de que a obra começará pelo Fórum, próximo da Francisco Glicério, mas que teme que as vendas de final sejam prejudicadas.
"A última informação que tenho é a de que eles iriam começar pelo Fórum. A grande preocupação é o início tardio prejudicar as vendas do final do ano. Todos sabem que o movimento no Centro fica mais intenso nessa época e, por isso, a preocupação", explicou.
A Emdec vem sendo procurada há mais de dez dias para se pronunciar sobre a requalificação da Campos Sales e informar quais serão os próximos passos, mas não houve retorno aos pedidos da reportagem.