Aumentou o número de estupros (iStock)
O número de pessoas estupradas em Campinas cresceu 30,8% em agosto na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo dados divulgados ontem pela Secretaria de Segurança Pública (SSP) do Estado de São Paulo. Ao todo, 26 ocorrências do tipo foram registradas no último mês, oito a mais do que em agosto de 2019. Desse montante, 22 estupros (84,6% do total) ocorreram contra vulneráveis. Ou seja, contra indivíduos que não ofereceriam condições de resistência frente ao agressor, como crianças e adolescentes. A última vez que o município teve uma quantidade tão grande de crimes desta natureza em um único mês foi em outubro do ano passado, quando 27 pessoas foram molestadas. Os dados da SSP mostram ainda que, no acumulado do ano, já são 135 agressões sexuais contabilizadas nos 13 Distritos Policiais (DP) da cidade. Entre os meses de janeiro e agosto, a unidade que computou o maior número de estupros foi o 9º DP, com 18 denúncias, sendo quatro delas realizadas somente no último mês. O espaço atende os moradores que vivem nos arredores da Vila Aeroporto, próximo da região dos DICs. Além da unidade, também merecem destaque negativo o 3º DP, no Centro, e o 11º DP, no Jardim Ipaussurama. Cada espaço computou 15 abusos sexuais nos primeiros oito meses de 2020. Em contrapartida, os departamentos de polícia que obtiveram até agora os menores índices foram o 12º DP, na região do distrito de Sousas, com dois casos; e o 8ºDP, com três ocorrências, na região do Conjunto Habitacional Padre Anchieta. Previsto no artigo 213 do Código Penal, o estupro é classificado como um crime que envolve o constrangimento da vítima mediante “violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso”. A pena para quem praticada o delito é de seis a dez anos de reclusão. Além dessa modalidade, o Código Penal também prevê uma punição maior para quem comete estupro contra vulneráveis, no artigo 217-A. Nesse caso, a pena varia de 8 a 15 anos de reclusão. Outros dados Além do recorte de estupros, o balanço divulgado ontem pela SSP também apontou um aumento mínimo na quantidade de latrocínios praticados no município. O número, que estava zerado em agosto de 2019, teve uma ocorrência contabilizada no mês passado. Apesar disso, a quantidade de roubos seguido de morte nos primeiros oito meses de 2020 já supera em mais de três vezes todas as ocorrências do ano passado inteiro: dez contra três. No que se diz respeito o número de homicídios culposos — quando existe a intenção de matar — o índice no município se mantem igual nos dois períodos analisados, com oito assassinatos verificados em cada um dos meses. As estatísticas mostram ainda que, enquanto o número de estupros e latrocínios cresceu, a maioria dos crimes contra o patrimônio, como roubos e furtos, tiveram redução expressiva. A exceção foi o roubo de cargas, que apresentou aumento de dez para 13 ocorrências em agosto na comparação com o mesmo período do ano anterior. O destaque positivo, por sua vez, que mais chamou a atenção foi a redução de 53,4% na quantidade de roubos de veículos - que caiu de 223 para 114 casos, entre agosto de 2019 e 2020.