20 DE NOVEMBRO

Marcha celebra Dia de Zumbi e da Consciência Negra

Tradicional caminhada terá amanhã a sua 24ª edição, com início na Estação Cultura e término no Largo do Rosário

Da Redação
19/11/2024 às 11:07.
Atualizado em 19/11/2024 às 12:19

Estátua da Mãe Preta, monumento em homenagem à forte presença da cultura afro-brasileira em Campinas: amanhã é comemorado o Dia da Consciência Negra (Kamá Ribeiro)

Celebrado amanhã, 20 de novembro, o Dia da Consciência Negra será marcado pela 24ª Marcha Zumbi dos Palmares. A tradicional passeata terá início às 9h na Estação Cultura e seguirá até o Largo do Rosário, onde terá seu encerramento. A iniciativa tem o apoio da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo. Segundo os realizadores, a Marcha é o legado das lutas e conquistas importantes do povo negro e ao longo desses anos tem sido uma marca da resistência e resiliência, algo que repercute em Campinas e região.

“Ela é o legado do que nos trouxe até aqui, na condição de negros escravizados que lutaram e lutam até hoje por liberdade e direitos. É por isso que a marcha é um espaço de valorização da identidade negra. Lá tem batuque, beleza, tem lugar para a religiosidade de matriz africana, é espaço de denúncia e também espaço de participação de todos que dizem não ao racismo", destacam os organizadores.

A primeira marcha em Campinas foi realizada em 20 de novembro de 2000. A data foi transformada em Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra por meio da Lei nº 12519 de 10 de novembro de 2011.

OUTRAS CELEBRAÇÕES O Mês da Consciência Negra na cidade também ganhou comemoração especial promovida pelo Arquivo Municipal da Prefeitura de Campinas. Uma das atividades foi realizada no último sábado, a Caminhada Afro Cultural, e outra está marcada para o próximo dia 30, uma Roda de Conversa. A atividade é gratuita. Para participar basta mandar um e-mail para arquivo.municipal@campinas.sp.gov.br e efetuar a inscrição. Outra atração é a exposição virtual de documentos inéditos relacionados ao tema. A exposição "Memórias da População Negra em Campinas" pode ser conferida no endereço www.campinas.sp.gov.br/sites/arquivomunicipal_memorianegra/sobre-a-exposicao.

De acordo com a Prefeitura, as atividades integram uma série de ações que estão em curso na instituição para que, além de custeadora do acervo, seja produtora de conhecimento e divulgadora científico-cultural. Além disso, a exposição virtual, que acontece em sua segunda edição neste ano, e as atividades presenciais, são resultados de um percurso de busca por documentos que auxiliem na construção de uma memória da população negra de Campinas. É possível conferir na exposição locais como o túnel de pedestres da Vila Industrial, Igreja São Benedito, Creche Bento Quirino, Largo do Rosário, Catedral Metropolitana e Clube Cultural Recreativo Campinas.

Alguns documentos que integram a mostra são inéditos, tendo sido recentemente localizados pela equipe. Outros tantos já foram utilizados por pesquisadores na construção de suas dissertações e teses. Esses registros reforçam a fundamental importância de personalidades, associações, instituições e lugares da comunidade negra campineira.

Com o tema “O Colégio São Benedito e a escolarização da população negra”, a Roda de Conversa será no dia 30 de novembro, das 10h às 12h, no Salão Paroquial da Igreja São Benedito, Rua Cônego Cipião, 772, Centro.

A proposta é estimular uma reflexão com o grupo sobre a história da Irmandade São Benedito e sua ligação com o Colégio São Benedito, territórios de luta pela educação da população negra em Campinas. Serão analisadas fontes históricas que ajudarão a resgatar essa trajetória.

Além disso, os condutores da atividade, José Galdino Pereira e Lívia Sgarbosa, vão falar sobre as tentativas de apagamento dos legados da população afro-brasileira, reafirmando a importância da preservação desses movimentos de resistência e emancipação.

Participam Ana Paula de Lima, flautista, graduada em Ciências Sociais, mestra e doutoranda em História pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp); Roberta Cristina de Paula, pedagoga e mestra em Educação pela Unicamp; José Galdino Pereira mestre em Educação pela Unicamp; e Lívia Sgarbosa, doutoranda e mestre em Educação pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), com especialização em História e Cultura Afro-Brasileira.

VIRADA AFRO CULTURAL

Para dar largada ao Mês da Consciência Negra, o primeiro fim de semana de novembro, dias 2 e 3, contou com a 3ª Virada Afro Cultural na Estação Cultura. A temática da edição deste ano foi “Construindo um Quilombo na Cidade das Andorinhas”. Além de apresentações musicais, o evento contou com uma Feira Afro Literária com autores e artistas negros da região e a Feira de Economia Afro Criativa, com 30 expositores.

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