Movimentos sociais e de direitos humanos de Campinas vão se manifestar na hora da audiência sobre emenda que proíbe a discussão de ideologia de gênero nas escolas
Manifestantes protestaram na Câmara dos Vereadores contra discurso de vereadores que tocam no assunto da homossexualidade (Élcio Alves/AAN)
Esta segunda-feira (1º) promete ser agitada na Câmara Municipal de Campinas. Movimentos sociais e de direitos humanos marcaram, para a hora da audiência pública sobre a emenda à lei orgânica que proíbe a discussão de ideologia de gênero nas escolas da cidade, um “beijaço, purpurinaço e saiaço”. A intenção é protestar contra a proposta e também contra a postura considerada homofóbica de alguns legisladores, na semana passada, durante a discussão do projeto de autoria de Campos Filho (DEM). Os organizadores da manifestação esperam ao menos 600 pessoas. A audiência começa às 15h. A representante do Coletivo Rosa Lilás, uma das entidades que organizam o ato, Carolina Figueiredo, afirmou que o objetivo é debater o tema. “Queremos dar visibilidade à nossa luta de igualdade. A proposta é absurda. Não vamos para o protesto para promover confrontos. Queremos participar do debate.” Ela ressaltou que o fato de a audiência ter sido marcada para o Plenarinho limita a presença de público. À noite, os vereadores terão dois assuntos importantes na pauta. A sessão prevê a primeira discussão do projeto que trata da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LOA) para 2016. Também será analisado o projeto de resolução que altera a estrutura do quadro de servidores e prevê que, a partir de 2017, cada gabinete de vereador, que hoje pode dispor de até 15 assessores, poderá ter dez. Ofensa e polêmicaA discussão sobre a proposta na sessão de quarta-feira (27) passada foi marcada por discursos de ódio, trocas de ofensas e até acusações de agressões entre grupos favoráveis e contra a aprovação da lei. Na tribuna, alguns vereadores fizeram declarações homofóbicas e chegaram a mandar os manifestantes para o “inferno”. Em meio ao bate-boca com os manifestantes, alguns parlamentares deixaram claro que “não representam os homossexuais”, que defendiam apenas a família e chegaram a ser agressivos. Durante um momento do debate, um dos grupos virou as costas para o vereador Jorge Schneider (PTB), que respondeu: “Isso, virem de costas, essa é a especialidade de vocês”, disse o petebista. Proibição de ideologia de gêneros na escola causa polêmica Câmara tem clima quente e ofensa de vereador a gays