Milhares de filhos recorreram ao Mercado de Flores da Ceasa para assegurar o presente das mães (Kamá Ribeiro)
Depois de dois anos com o Dia das Mães acontecendo em momentos mais delicados da pandemia, neste domingo muitos voltarão a comemorar a data especial coletivamente. A sensação de que este será um Dia das Mães com mais celebração é justificada pelo aumento no movimento do comércio. No sábado (7), no Mercado de Flores da Ceasa Campinas, um evento especial teve grande adesão da população. Ainda antes do encerramento, a previsão da Ceasa era a de que o movimento poderia ser até o triplo comparado a um sábado normal, com mais de 12 mil pessoas circulando durante todo o dia pelo local.
Quem foi ao evento aproveitou para escolher entre cerca de 20 mil diferentes tipos de plantas e flores, algumas exóticas, outras mais convencionais. A orquídea foi a mais citada pelos entrevistados, mas o operador de produção Eder Ferrarezi escolheu azaleias para presentear a mãe, uma das preferidas dela.
"O motivo de eu estar aqui é especial: o Dia das Mães. Todo ano comemoramos. É um carinho, a hora de retribuir tudo o que elas fizeram e fazem para nós. A gente retribui todos os dias, mas essa data é especial. Mãe é uma só". Ferrarezi estava acompanhado da filha, que fazia a primeira visita ao Mercado de Flores. Ela disse que a avó ficaria bem feliz com as azaleias, mas ainda estava procurando o melhor presente para a própria mãe.
Proprietário de um box focado em flores como begônia, petúnia e rosa do deserto, Moacir Takeshinitta contou que a movimentação estava dentro da expectativa natural de crescimento. Ele explicou que o primeiro ano da pandemia foi o pior momento, mas agora está mais otimista. "2021 já foi bom e esse ano está bem melhor do que o ano passado. É uma retomada. Agora estamos vendendo em um nível igual ao de antes da pandemia".
Mesmo assim, ainda há problemas a serem superados, segundo ele. "Os preços da mercadoria subiram e a gente segurou um pouco o repasse ao cliente. Baixamos nossa margem de lucro para não encarecer o produto. O aumento foi, em média, de 20%, mas segurei 10%", relatou.
O presidente da Ceasa, Valter Greve, destacou que após a reclusão da pandemia, muitos passaram a criar o novo hábito de cuidar de plantas e flores. Com a retomada das atividades do Mercado, o próximo passo é tentar transformar o local em um ponto turístico de Campinas, em parceria com a Administração Municipal. "Você vê famílias vindo passear e admirar a diversidade encontrada aqui no mercado. É uma coisa fantástica."
A estimativa da Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic) é que o comércio tenha, na segunda melhor data do ano em vendas, um faturamento de R$ 442 milhões em toda a Região Metropolitana de Campinas (RMC), crescimento de 15,4% em relação ao ano passado. Mesmo com a inflação pesando no bolso, muitos estão gastando por ser o primeiro Dia das Mães em que há uma sensação de mais segurança para os encontros, como disseram o analista comercial Leandro da Silva e a professora de química Fabiana Marques. Durante esse período, eles optaram por evitar contato próximo com os familiares pela exposição a que eram submetidos no trabalho. Ontem, eles estavam na Rua Treze de Maio em busca de presentes.
"Vamos passar um pouquinho do dia na casa da minha mãe e depois vamos para a casa da mãe dele. Eu fiquei dois anos vendo a minha mãe de dentro do carro, com a janela aberta, e ela dentro de casa. Depois de dois anos sem nem poder abraçar, não estou medindo muito o preço, vai ser o primeiro dia das mães que estarei presente perto dela", contou Fabiana