Integrantes do Corpo de Bombeiros explicam aos participantes do treinamento quais devem ser os procedimentos em caso de queda de galhos de árvores e de fiação elétrica durante uma tempestade: prevenção foi a palavra-chave da capacitação (Rodrigo Zanotto)
As constantes alterações climáticas, acompanhadas de eventos extremos, que estão ocorrendo no mundo levaram a Defesa Civil e o Departamento Cidadão de Campinas a reforçar a capacitação de líderes comunitários para enfrentamento a episódios a essa nova realidade. O objetivo é que esses representantes de bairros sejam multiplicadores, ensinando aos vizinhos atitudes que melhoram o local onde vivem e ajudem em alguma situação emergencial. O treinamento aconteceu na manhã de ontem no Largo do Rosário, no Centro, e contou com a participação de ao menos 75 representantes comunitários e também do Conselho de Segurança Local (Consegs) das cinco regiões da cidade.
O treinamento contou com apoio do Corpo de Bombeiros, Sanasa, CPFL e Secretarias do Clima, Meio Ambiente e Sustentabilidade, Saúde e Serviços Públicos. Segundo o coordenador da Defesa Civil, Sidnei Furtado Fernandes, a atividade é um desdobramento da capacitação de líderes comunitários para Enfrentamento de Extremos Climáticos, que foi realizada nas cinco regiões de Campinas entre os meses de março e maio. "Estamos vivendo muitos extremos climáticos, de chuvas intensas, ondas de calor e isso causa preocupação. Nesses treinamentos a gente orienta como o próprio cidadão pode se preparar para lidar em qualquer situação", explicou.
As equipes deram as orientações de forma separada. A de Saúde, por exemplo, explicou sobre cuidados para evitar criadouros do mosquito Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue. Também orientou sobre as precauções relativas à leptospirose e eventuais contatos com animais peçonhentos. No caso do Corpo de Bombeiros, duas equipes distintas da corporação orientaram sobre ocorrências que envolvem a fiação elétrica que cai durante as tempestades e também quanto à queda de galhos de árvores. "A gente veio dar ênfase a situações em que envolve energia elétrica através de tombamento de postes, de fios rompidos durante algumas situações, sejam elas em acidente automobilístico ou mesmo temporais, situações em que haja chuvas intensas, em que haja pessoas que estão ou não dentro do veículo, em que vai ter a eletricidade como um fator de risco no acesso das equipes de emergência. É importante que, nos casos em que a pessoa estiver dentro do carro, ela permaneça no lugar até o momento do resgate. Se tiver andando e cair um fio, a orientação é para que ela se afaste e acione os órgãos responsáveis, sejam os Bombeiros ou CPFL", explicou o sargento Renato Marques Soutello.
O treinamento ainda contou com orientações para locomoção de deficientes visuais e cadeirantes, com atividades que simulam os desafios que os PCDs enfrentam em seu cotidiano e em situações de emergência.
Além da epidemia da dengue, uma das preocupações dos órgãos envolvidos na capacitação é também com os incêndios, devido ao tempo quente e seco. "Uma bituca de cigarro jogada em um mato seco pode causar um grande incêndio. Então, a ideia é reforçar aos líderes comunitários para que eles levem o que aprenderam para o bairro onde moram", destacou o diretor do Orçamento Cidadão, Arlindo Dutra da Silva, frisando que pretende também levar o treinamento para as comunidades.
A atividade de ontem foi uma oportunidade para que todos que participaram das primeiras edições conhecessem e vivenciassem na prática as situações que podem encontrar no dia a dia. Como parte do treinamento, a Defesa Civil também mostrou como medir a quantidade de chuva com o auxílio do pluviômetro e ensinou como se cadastrar para receber os alertas por SMS com informações de risco e autoproteção. "É importante participar do treinamento para estar preparado para ajudar a nossa comunidade em questões como enchente e alagamento, sem contar que estamos numa epidemia de dengue na nossa região e precisamos orientar os vizinhos sobre os cuidados que deve ter em casa", disse a conselheira do Jardim Campo Belo 1, Jaqueline Rodrigues Amaral. Segundo ela, a região agrega 37 bairros que ficam em uma área que pode ter febre maculosa e febre amarela devido à presença de carrapatos.
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