SINAL VERDE

Licitação do Mercadão de Campinas deve sair até o final de setembro

Prefeitura planeja começar as intervenções no prédio no início do próximo ano

Thiago Rovêdo/ thiago.rovedo@rac.com.br
20/09/2022 às 09:16.
Atualizado em 20/09/2022 às 09:16
Interior do Mercadão Municipal em Campinas: parte dos comerciantes demonstra inquietação com as obras e teme transtornos que podem afetar o movimento de vendas (Gustavo Tilio)

Interior do Mercadão Municipal em Campinas: parte dos comerciantes demonstra inquietação com as obras e teme transtornos que podem afetar o movimento de vendas (Gustavo Tilio)

Mais de um ano e meio após o anúncio que o Mercadão Municipal de Campinas iria passar por uma grande reforma, a Prefeitura de Campinas retomou o andamento do processo e anunciou que a licitação para contratar a empresa responsável pelas obras vai sair até o final deste mês. A expectativa da Administração municipal é iniciar a intervenção no espaço no começo do próximo ano.

No dia 26 de fevereiro de 2021, o prefeito Dário Saadi (Republicanos) anunciou que Campinas já estava com um valor de R$ 7,2 milhões, via Ministério do Turismo, para a reforma do Mercadão Municipal. Na época, o prefeito disse que o projeto de reforma já estava em elaboração. Na segunda-feira (20), a Prefeitura informou ao Correio Popular que o projeto foi concluído e agora o foco é terminar a minuta da licitação que será lançada no próximo mês.

"A Secretaria de Infraestrutura informou que o projeto de reforma do Mercado Municipal foi concluído. O edital de licitação está em elaboração e deve ser concluído até o final do mês. A previsão é começar a obra no início do próximo ano. O recurso está garantido", disse através de nota oficial.

Os estudos para a reforma do entorno do Mercadão começaram após a decisão judicial que deu aval para registro do imóvel, em ação de usucapião impetrada pela Administração Municipal. O processo de registro tornou o Mercado Municipal apto a receber recursos externos. 

O documento de registro de imóvel passou por um longo processo, desde 2017, até a sua consolidação no começo deste ano, quando o juiz da 1ª Vara da Fazenda Pública, Mauro Iuji Fukumoto, liberou para o imóvel ser registrado como propriedade da Prefeitura de Campinas.

O projeto prevê a reforma estrutural do Mercado Municipal, com a construção de um mezanino e a reforma da parte elétrica, hidráulica e da fachada. Além disso, também já foi autorizada uma reforma de acessibilidade nos banheiros, mas neste caso a intervenção já foi liberada e está sob responsabilidade da Secretaria de Cultura. 

Por mês, o Mercadão recebe a visita de 120 mil pessoas. São 104 permissionários que cuidam de 143 boxes internos e externos. Mensalmente, são comercializadas mais de 10 mil caixas de produtos. O número de visitantes deve aumentar significativamente com a conclusão das obras do BRT, uma vez que o traçado do corredor passará pelo terminal ao lado do Mercadão, o que ampliará o fluxo de pessoas no local.

Projeto divide opiniões

Dono de uma banca que comercializa produtos para feijoada no Mercadão há 43 anos, José Antônio Peres, diz que entende que o local precisa mesmo passar por reformas, mas acha que esta será uma intervenção muito maior do que o básico, que vem sendo pedido há anos e não é atendido pelo poder público municipal.

"Considero essa reforma meio faraônica, principalmente a parte de fazer o mezanino. Acho que há muito tempo já deveriam ter focado só no essencial, como a parte hidráulica ou parte destas paredes que estão caindo. Enfim, sabemos que vai trazer coisas boas, mas acredito que iremos ter bastante dor de cabeça no processo", afirmou.

O aposentado José Rodivaldo Machado Tomé, de 63 anos, contou que vai ao Mercadão sempre que pode e diz estar torcendo pela obra. "Eu moro em Sumaré e se venho para Campinas e não passo no Mercadão, é como se eu não tivesse vindo. Se melhorar um pouco do que já é, eu fico muito feliz. Sei que vai dar um pouco de transtorno para os comerciantes, mas acho que isso faz parte de qualquer obra", afirmou.

Já Claudia Lourenço, conhecida como Claudinha da Pamonha, lembrou que já passou por uma reforma há pouco mais de 20 anos e as vendas caíram bastante. "Eu espero que haja um planejamento desta vez, porque temos funcionários, temos contas e sabemos que as vendas vão cair. Não explicaram para a gente nem como será ainda, mas eu acredito que devem ter dias que vamos ter que ficar fechados. Nossas dúvidas são todas essas, sobre o tempo, a duração, quando começa, como vai ser e assim vai", disse.

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