CONCLUSÃO

IML e polícia identificam as 62 vítimas do acidente aéreo em Vinhedo

Processo foi finalizado na noite de quarta-feira; 41 corpos já foram liberados para as famílias

Da Redação
16/08/2024 às 10:19.
Atualizado em 16/08/2024 às 10:53
Todos os corpos passaram por diferentes tipos de exames para dupla ou tripla confirmação; Vladimir Alves dos Reis, diretor do IML, explicou que não houve necessidade de fazer exames genéticos de DNA (Kamá Ribeiro)

Todos os corpos passaram por diferentes tipos de exames para dupla ou tripla confirmação; Vladimir Alves dos Reis, diretor do IML, explicou que não houve necessidade de fazer exames genéticos de DNA (Kamá Ribeiro)

Os 62 corpos das pessoas que morreram na queda do avião da Voepass em Vinhedo, no interior de São Paulo, na última sexta-feira, 9, já foram identificados e 41 foram liberados para o recolhimento pelas famílias. A informação foi divulgada ontem, dia 15, pela Polícia Técnico-Científica do Estado de São Paulo e o Instituto Médico Legal (IML), em coletiva de imprensa. A conclusão das identificações aconteceu na noite da quarta-feira, 14.

De acordo com Claudinei Salomão, superintendente da Polícia Técnico-Científica do Estado de São Paulo, 40 corpos foram identificados por análise de impressões digitais. Oito Estados de origem das vítimas foram mobilizados para o levantamento dos dados de identificação. Até mesmo as duas crianças que estavam no voo já tinham Registro Geral (RG), o que facilitou a identificação.

As outras vítimas foram identificadas por exame odontológico, que comparou tomografias feitas em vida pelas vítimas (cedidas pelas famílias) e análises antropológicas, feitas com base em características fenotípicas, como por exemplo o peso do cadáver, altura, raça, se havia prótese de silicone, entre outros.

O diretor do IML, Vladimir Alves dos Reis, explicou que não houve necessidade de fazer os exames genéticos, de DNA, que são mais caros e levam mais tempo. Ele destacou que o exame seria feito para obter certeza das identidades caso fosse necessário.

Grande parte dos cadáveres tem as mãos e digitais preservadas, pois estavam com as mãos entre os braços no momento do incêndio, que, segundo relatado pelas autoridades, foi controlado rapidamente. "Isso aconteceu, provavelmente, porque a queda foi mais longa ou houve algum comando da tripulação. Não aconteceu na TAM (acidente de 2007), por exemplo, porque o avião estava pousando segundo antes do acidente."

De acordo com a equipe, o acesso a informações de identificação também é maior hoje, tanto por plataformas tecnológicas quanto por conscientização e acesso da população a serviços. Por isso a perícia tende a ser mais rápida e precisa que em casos anteriores, como o supracitado acidente aéreo da TAM em que morreram 199 pessoas.

Os trabalhos de perícia e identificação dos corpos começaram na noite de sextafeira, 9, logo após a queda. Ainda estão sendo concluídos laudos da equipe de antropologia. Todos os corpos passaram pelos diferentes tipos de exames para dupla ou tripla confirmação. Do total de vítimas, 23 puderam ser identificadas pelos exames odontológicos.

CAIXAS-PRETAS

Depois de reportagem veiculada na noite de quintafeira no Jornal Nacional, da TV Globo, a Força Aérea Brasileira (FAB), por meio do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), informou ontem, em nota, que nenhum veículo de imprensa teve acesso a áudios, transcrições ou dados dos gravadores de voo - conhecidos como caixas-pretas (Cockpit Voice Recorder e Flight Data Recorder) - do avião matricula PS-VPB da Voepass, envolvido no acidente aéreo em Vinhedo, no interior de São Paulo. O acidente ocorreu na última sexta-feira (9) e deixou 62 pessoas mortas.

A nota foi divulgada diante de notícias veiculadas por jornais do país inteiro e nas mídias sociais sobre o que seria uma troca de diálogo entre o comandante Danilo Santos Romano e o copiloto Humberto de Campos Alencar e Silva. O Cenipa destaca, na nota, que segue estritamente os protocolos específicos estabelecidos pela Lei nº 7.565/1966 (Código Brasileiro de Aeronáutica - CBA), pelo Decreto nº 9.540/2018 e pelo Anexo 13 à Convenção sobre Aviação Civil, de 1944. "Por fim, a FAB reitera seu compromisso com a transparência e a seriedade na condução das investigações, bem como com o respeito à dor dos familiares das vítimas do acidente".

Mídias sociais e jornais replicaram matéria que foi ao ar na noite de ontem. De acordo com a reportagem exibida, o gravador de voz da cabine do avião registrou que o copiloto falou sobre "dar potência" à aeronave minutos antes da queda, o que seria uma tentativa de estabilizar o avião. Ainda de acordo com o divulgado pela emissora, o suposto áudio mostraria que a tripulação tentou reagir e que a gravação foi finalizada com gritos e com o barulho do choque da aeronave contra o chão.

*Com trechos do Estadão Conteúdo e Agência Brasil.

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