FERROVIA

Governo acena com alta rentabilidade para o TAV

A Taxa Interna de Retorno (TIR) deverá ser igual ou superior à aplicada para as rodovias

Agência Anhanguera de Notícias
correiopontocom@rac.com.br
01/06/2013 às 06:00.
Atualizado em 25/04/2022 às 13:54

O Trem de Alta Velocidade (TAV) terá a maior rentabilidade entre as concessões em transportes preparadas pelo governo federal. A Taxa Interna de Retorno (TIR) para as ferrovias e para o trem que ligará Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro deverá ser igual ou superior à aplicada para as rodovias, que era de 5,5% e foi elevada pelo governo para 7,2%.

O presidente da Empresa de Planejamento Logístico (EPL), Bernardo Figueiredo, afirmou que a taxa precisa ser atrativa para que o leilão não perca sua competitividade e também porque o projeto envolve mais riscos. Na próxima semana, o presidente da Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec), Sérgio Benassi, deverá se reunir com os representantes da EPL para voltar a discutir o trajeto e as paradas do trem dentro de Campinas.

Figueiredo disse que o trem-bala, por envolver um risco mais elevado, dará um retorno ainda mais polpudo ao investidor. O número ainda será fechado, mas deverá ficar abaixo dos 10%. A Taxa Interna de Retorno é um método utilizado na análise de projetos de investimento.

O aumento da rentabilidade das concessões em rodovias teve como consequência a elevação das tarifas máximas que servirão de referência para os leilões. Segundo dados divulgados pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), os novos preços ficaram de 33,4% a 62,3% maiores do que o previsto anteriormente.

“Se com esses pedágios novos os investidores não se animarem, pode mandar para o psiquiatra”, brincou Figueiredo. Ele acredita que os leilões de rodovias, que ocorrerão de forma pulverizada entre setembro e outubro, vão atrair muitos concorrentes. Foi para garantir uma concorrência mais acirrada que o governo concordou em elevar a TIR e ofereceu melhores condições de financiamento.

O presidente da EPL avalia que as tarifas efetivamente cobradas dos usuários das rodovias concessionadas ficarão abaixo dos níveis previstos no edital. A tendência é que, havendo competição, as empresas aceitem cobrar menos do que a tarifa máxima.

Ele explica que as tarifas máximas são ajustadas para garantir a participação de investidores menos competitivos. Quanto mais apertada a rentabilidade, menor é o número de participantes e menor a concorrência.

De acordo com a ANTT, terá concessão por 30 anos a empresa que concordar em cobrar a menor tarifa a cada cem quilômetros. 

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