A Guarda Municipal (GM) realizou na manhã de ontem uma operação no ramal férreo na região central de Campinas e prendeu três pessoas acusadas de tráfico de drogas. Todos estavam em uma cabana improvisada com colchões, cavaletes e placas de propaganda eleitoral junto ao muro que cerca a linha do trem, perto do Viaduto Cury. Além dos três presos, outras 13 pessoas estavam no local, que era usado como ponto de venda e de consumo de crack e outras drogas, e foram liberadas. A atuação do grupo e a existência do abrigo improvisado foram revelados ontem em reportagem publicada no Correio. A denúncia levou à ação da GM. Quatro das 16 pessoas flagradas no local eram mulheres.
Foram presos o morador de rua Anderson Aparecido dos Santos, de 32 anos, conhecido como “Zóio”, e os desempregados Sérgio Henrique dos Santos, de 24, e Flávia Cabral, de 25, suspeitos de envolvimento com o tráfico. Flávia está grávida de 8 meses.
No chão do barraco, os policiais encontraram cerca de 50 porções de crack, aproximadamente 30 porções de maconha e cocaína, uma arma de brinquedo e R$ 250,00 em notas de valores pequenos e moedas. A tenda foi desmontada.
Segundo o chefe de setor do Grupo de Apoio Especial da GM, Ademir Arruda, Zóio seria o responsável por buscar o entorpecente e levar o dinheiro arrecadado com as vendas ao traficante conhecido como Alemão, que comandaria o tráfico na região central de Campinas. O morador de rua foi pego quando levava drogas para o casal preso, que estava morando no barraco improvisado.
Flávia também será indiciada por roubo porque, quando ela estava no 1º Distrito Policial (DP), foi reconhecida pela vítima de um assalto ocorrido no último dia 11 como a autora do crime. A vítima havia ido à delegacia para registrar que havia encontrado os seus documentos e viu a acusada. Ele contou à GM que foi assaltado em um semáforo no Centro da cidade.
Segundo vizinhos do local, a movimentação no barraco começava no início da manhã e seguia noite adentro. “À noite, isso aqui está cheio de gente. Eles fumam crack sem problema nenhum. É uma gritaria e essa mulher (Flávia) está sempre gritando”, afirmou uma pessoa estabelecida na região.
A sujeira ao redor da cabana também era grande, com roupas sujas espalhadas, além de resto de comida e muito lixo.