APÓS ESPERA DE 20 ANOS

Estrada de Campinas que faz a ligação de distritos à D. Pedro I será pavimentada

Obras devem começar em agosto, com término previsto para início de 2023

Edimarcio A. Monteiro/ edimarcio.augusto@rac.com.br
16/06/2022 às 09:52.
Atualizado em 16/06/2022 às 09:52
Parte da Estrada Municipal Dona Isabel Fragoso Ferrão (CAM-127) é de terra e o restante, coberto com borra de asfalto (sobra de material usado na pavimentação da D. Pedro I) (Kamá Ribeiro)

Parte da Estrada Municipal Dona Isabel Fragoso Ferrão (CAM-127) é de terra e o restante, coberto com borra de asfalto (sobra de material usado na pavimentação da D. Pedro I) (Kamá Ribeiro)

Após uma espera de 20 anos, a Estrada Municipal Dona Isabel Fragoso Ferrão (CAM-127) - que liga os distritos de Sousas e Joaquim Egídio à Rodovia D. Pedro I - será pavimentada com bloquetes de concreto intertravados, um tipo de piso ecológico. O secretário municipal de Infraestrutura, Carlos José Barreiro, anunciou ontem a abertura de concorrência pública para a execução das obras, com a vencedora devendo ser declarada até o final do próximo mês. 

As obras, que incluem a instalação de ciclofaixa e passagens para animais, estão previstas para começar em meados de agosto deste ano, com conclusão em 180 dias, ou seja, no início de 2023. A Prefeitura decidiu executar a obra com recursos próprios após não conseguir a liberação da verba de R$ 3,68 milhões de um convênio com o Ministério Desenvolvimento Regional, por meio do programa de Planejamento Urbano. De acordo com Barreiro, o recurso, que estava em negociação há mais de dois anos, somente poderia ser aplicado em obras de pavimentação urbana, mas 80% dos 2,7 quilômetros de extensão da CAM-127 ficam em área rural. 

A pavimentação da via é uma antiga reivindicação dos moradores dos distritos. Nos últimos anos, a Estrada Isabel Ferrão passou por grande mudança, recebendo muitas chácaras, sítios, locais de eventos e também é muito usada por pessoas que querem acessar os restaurantes e atrações naturais de Sousas e Joaquim Egídio. Automóveis, caminhões e motocicletas dividem ainda espaço com ciclistas que buscam as trilhas dos distritos.

Segunda opção

"A execução dessa obra permitirá que as pessoas usem a estrada como uma segunda opção para se deslocarem até Joaquim Egídio e Sousas, que são um importante centro gastronômico e também atraem pessoas por causa de suas trilhas naturais", afirmou Barreiro. Atualmente, a única opção pavimentada é a Rodovia Heitor Penteado, que depois continua como Avenida Dr. Antônio Carlos Couto de Barros, já em Sousas, onde são comuns os congestionamentos principalmente aos domingos.

Segundo Barreiro, a opção por piso intertravado foi feita por ser uma opção mais ecológica do que o asfalto, uma vez que a CAM-127 corta uma Área de Proteção Ambiental (APA). Além disso, requer manutenção mais simples e com menos impacto ao ambiente. Ele disse que, ao longo da estrada, serão instaladas quatro passagens para a fauna, sendo uma subterrânea e três aéreas (uma espécie de passarela com capacidade para animais de até médio porte). 

O secretário antecipou que, após a pavimentação, a CAM-127 será classificada como de velocidade moderada. O limite permitido e o equipamento de controle, como radar ou lombada, serão definidos posteriormente pela Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec). 

O piso intertravado também está sendo usado na pista interna do Parque Portugal, mais conhecido como Lagoa do Taquaral. Essa obra está programada para ser concluída no final do segundo semestre. Segundo a Prefeitura, a pavimentação é necessária para evitar um novo assoreamento da lagoa e garantir mais mobilidade e acessibilidade aos frequentadores.

Moradores

Moradores de Sousas e Joaquim Egídio e usuários da CAM-127 cobravam da Prefeitura, há anos, uma solução para o impasse a respeito da pavimentação. No início de 2020, a Administração Municipal assinou um convênio com o Ministério do Desenvolvimento Regional para a liberação da verba do programa Planejamento Urbano, mas agora saiu a definição de que não poderia ser aplicada na Isabel Fragoso.

"Entra prefeito, sai prefeito e a obra não é feita. É um desleixo com a população", criticou o corretor de imóveis Rubens Franco Ferrão, que reside há 16 anos em uma propriedade localizada à margens da estrada e agora espera que a pavimentação seja realizada. 

A CAM-127 tem parte de terra e parte coberta com borra de asfalto (sobra de material usado na pavimentação da D. Pedro I). Esse trecho está deteriorado, tomado por buracos, o que exige cuidados dos motoristas. "A parte de terra está melhor do que a com asfalto", disse o técnico em eletrônica Luiz Antonio Dias, que utiliza a CAM-127 para chegar ao Observatório Municipal de Campinas Jean Nicolini, onde presta serviços.

Zigue-zague 

A precariedade da cobertura com borra asfáltica obriga os motoristas a se desviarem dos buracos. "Isso cria o risco de acidentes e também danifica os carros", afirmou Rubens Franco. 

Nascido em Joaquim Egídio, o engenheiro civil Carlos Alexandre Navarro Amado considera que, apesar dos problemas, esse trecho tem a vantagem de evitar a poeira e que os carros atolem no período de chuvas. Ele defende que pavimentação da estrada seja acompanhada de medidas para coibir o abuso de velocidade. "Se não colocarem radar ou lombada, vamos ter uma pista de corrida aqui", afirmou. Amado acrescentou que os motoristas de picapes que trafegam pela via já cometem excessos se valendo da suspensão mais robusta dos veículos.

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