Ampla mobilização de limpeza tenta recuperar a cidade que foi duramente castigada pelas chuvas (Caio Araujo/Prefeitura de Socorro)
A cidade de Socorro, localizada no Circuito das Águas na macrorregião de Campinas, entrou na lista de cidades em situação de emergência da Defesa Civil Nacional. Portaria neste sentido foi publicada terça-feira (10) no Diário Oficial da União (DOU). O município foi duramente castigado pelas últimas chuvas, que deixaram um rastro de destruição e dezenas de desabrigados. De acordo com a Prefeitura, só no dia 2, foi registrada, na Estação Ciiagro instalada no Parque da Cidade, uma precipitação de 137mm, o maior volume registrado em um dia na cidade em 23 anos. Foram identificados 16 pontos de alagamento e 10 de desmoronamento.
No dia 3, a Prefeitura de Socorro decretou Situação de Emergência, autorizando a mobilização dos órgãos municipais para atuarem nas ações de resposta ao ocorrido e na reconstrução das áreas afetadas. Duas pontes provisórias, uma no bairro dos Cubas e outra nas Lavras de Baixo, tiveram de ser construídas de forma emergencial.
Para atender às famílias afetadas pelas chuvas, a Secretaria de Cidadania realizou um mutirão de doações. Mais de 450 pessoas foram atendidas no Ginásio de Esportes e receberam alimentos, kits de higiene, produtos de limpeza, colchões, cobertores, móveis, entre outros. Ao todo, mais de 4,5 toneladas de alimentos já foram distribuídas. As assistentes sociais da Secretaria visitaram 62 famílias cujas casas foram atingidas pelas chuvas.
Em nota divulgada terça-feira (10) à tarde, a Prefeitura de Socorro disse que estão sendo solicitados, tanto em âmbito nacional quanto estadual, recursos para realização de obras de infraestrutura nas áreas afetadas pelas enchentes e desmoronamentos, como reconstrução de pontes, galerias pluviais, recapeamento de vias e contenção de áreas de risco. E também para a realização de projetos estruturantes que envolvam as bacias relacionadas nos alagamentos.
Outras
De acordo com a nota divulgada pela Defesa Civil Nacional, as cidades em situação de emergência ou estado de calamidade pública, neste caso, estão aptas a solicitar recursos do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) para atendimento à população afetada. As ações envolvem socorro, assistências às vítimas, restabelecimento de serviços essenciais e reconstrução de infraestrutura destruída ou danificada. A solicitação deve ser feita por meio do Sistema Integrado de Informações sobre Desastres. Após análise e sendo o pedido aprovado, é publicada portaria no DOU com a valor ser liberado.
Além de Socorro, a Defesa Civil Nacional reconheceu situação de emergência em mais 11 cidades, sendo Ibiraçu, no Espírito Santo; Antônio Dias e São Geraldo da Piedade, em Minas Gerais; e Mairiporã, São Carlos e Socorro, em São Paulo, devido às chuvas e outras seis por estiagem: Alvarães, no Amazonas; Pedra Branca, na Paraíba; Nossa Senhora Aparecida, em Sergipe; e Brejinho, Solidão e Itapetim, em Pernambuco.
No final da tarde de terça-feira, o Sistema Integrado de Defesa Civil (Sidec), órgão ligado ao governo de Paulo, mantinha três cidades em Estado de Atenção, sendo elas Águas de Lindóia, com 86,6 mm nas últimas 72 horas; Itapira, 113,8 mm; e Rio Claro com 112,0 mm. A cidade de Socorro estava em estado de Alerta, com 46,8mm (apesar do índice abaixo dos 80 mm, o alerta foi decretado após vistoria do Instituto de Pesquisas Ambientais e Instituto de Pesquisas Tecnológicas que detectaram riscos à população).
Campinas, que chegou a constar, na semana passada na lista do Sidec em Atenção, estava terça-feira (10) em Observação com 34,6 mm, também nas últimas 72 horas. Segundo informações da Defesa Civil de Campinas, o Estado de Atenção é decretado quando o índice acumulado de chuva ultrapassa 80 mm. Nesse caso, os riscos são de deslizamentos, alagamentos, quedas de árvores e de muros, entre outros.
Em Campinas, ainda segundo a Defesa Civil, o Plano de Contingência trabalha com quatro níveis de alerta. O primeiro é o Estado de Observação (nível 1), quando chove até 80 mm e há acompanhamento dos índices pluviométricos; o Estado de Atenção (nível 2), quando o índice ultrapassa os 80 mm e é necessário realizar vistorias nas áreas consideradas de risco; o Estado de Alerta (nível 3) implica remoção da população do local, de forma preventiva; e, por último, o Estado de Alerta Máximo (nível 4), quando há a necessidade de remoção de toda a população da área de risco.