MOBILIDADE URBANA

Dário entrega novos trechos de vias exclusivas para ciclistas

Além disso, prefeito anunciou mais ciclovias que totalizarão 100 km

Ronnie Romanini/ ronnie.filho@rac.com.b
30/05/2023 às 09:05.
Atualizado em 30/05/2023 às 09:05
A ciclofaixa inaugurada em frente à Escola de Cadetes possui uma extensão total de 2,70 km (Alessandro Torres)

A ciclofaixa inaugurada em frente à Escola de Cadetes possui uma extensão total de 2,70 km (Alessandro Torres)

O prefeito de Campinas, Dário Saadi (Republicanos), e o presidente da Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec), Vinicius Riverete, anunciaram na segunda-feira (29) à tarde a inauguração de um novo trecho de ciclofaixa próximo à Escola de Cadetes, nas Avenidas Luiz Smânio e Papa Pio XII. Com uma extensão de 2,70 km, essa rota inclui 1,01 km de ciclofaixa e 1,69 km de rota cicloviária compartilhada. Além disso, foi assinada a ordem de serviço para a construção de três novas ciclovias. Uma delas será a ciclovia Pirelli/Terminal Satélite Íris, que fará parte do eixo da Avenida John Boyd Dunlop, em continuidade à ciclovia/ciclofaixa Jardim Florence/Pirelli. Outra será localizada na Vila Olímpia, na Praça João Alves de Campos, no distrito de Nova Aparecida, e a terceira será no distrito de Sousas, indo da Vila Santana até a Toca da Mangava, sendo esta última a mais extensa, com 3,5 km. Com essas adições, Campinas terá mais de 5 km de novas rotas cicloviárias, totalizando 100 km em toda a cidade. 

Dário Saadi explicou como esses locais foram escolhidos. No Distrito do Campo Grande, haverá uma extensão de 700 metros, ligando a Pirelli ao Terminal Satélite Íris. Na Vila Olímpia, a ciclovia terá aproximadamente 870 metros. Em Sousas, havia uma demanda por uma ciclovia ainda maior, porém, os estudos mostraram que isso não seria viável no momento.

"Os estudos são técnicos e visam, primeiramente, levar os ciclistas aos pontos principais, como terminais de ônibus. Também buscamos interligar os bairros às ciclovias já existentes, de forma a estabelecer uma lógica e evitar que as ciclovias sejam desconexas. Portanto, existe um estudo técnico que visa integrar o ciclismo como um modal de mobilidade urbana aos terminais de ônibus, a outros meios de transporte e também a outras ciclovias existentes, ampliando a abrangência do sistema ciclístico."

O investimento estimado para as obras, incluindo a conclusão do trecho próximo à Escola de Cadetes, que em breve terá todas as obras e sinalizações finalizadas, é superior a R$ 2,1 milhões. A construção em Sousas, devido à sua extensão, será a mais custosa, com um investimento previsto de R$ 855 mil. Os recursos serão provenientes do orçamento da própria Prefeitura.

Durante a apresentação de Vinicius Riverete, presidente da Emdec, foi revelado que, de 1990 a 2020, antes da gestão de Dário, foram construídos 66,5 km de extensão. "Temos o objetivo de alcançar cerca de 114 km. Está no planejamento. É claro que as obras podem ser concluídas dentro do prazo e alguns contratempos podem ocorrer, mas, em princípio, é um projeto de 114 km", revelou Dário. Com a construção dos três novos projetos, Campinas terá mais de 100 km de rotas cicloviárias, abrangendo ciclovias, ciclofaixas, ciclorrotas e calçadas compartilhadas.]

Riverete, responsável pelos projetos, destacou que o aspecto mais importante é que as novas ciclovias proporcionam conexões que aumentam a integração entre bicicletas e transporte público, como é o caso da Ciclovia Pirelli/Terminal Satélite Íris. "Ela fará parte do eixo da Avenida John Boyd Dunlop, dando continuidade à ciclovia e ciclofaixa que já conectam o Florence à Pirelli."

O anúncio do evento, realizado na Sala Azul do Paço Municipal, contou com a presença de vários representantes de grupos de ciclistas. Glauco Azevedo, presidente da Ciclo Ativo (Associação de Ciclistas de Campinas e região), avaliou que os anúncios feitos pela Prefeitura e Emdec não resolvem totalmente o problema da mobilidade por bicicleta na cidade, mas representam um avanço. Azevedo afirmou que houve uma melhoria no diálogo e na receptividade por parte da administração pública em comparação à gestão anterior.

"A relação de ciclistas e cicloativistas com a Prefeitura melhorou absurdamente. Ficou muito mais tranquila em função da receptividade que temos com a nova gestão da Emdec e com o entendimento da Administração pública sobre o que é necessário para tornar o sistema cicloviário em algo que atenda às necessidades das pessoas que se propõem a se locomover por bicicleta, seja por lazer, esporte, ou o objetivo maior, que é a necessidade de trabalhar. O que o prefeito assinou hoje não resolve o problema, mas é mais um passo em direção à resolução."

José Carlos Cruz, do grupo Pé na Estrada, relatou que começou a pedalar há apenas oito meses, mas esse tempo já trouxe melhorias significativas em sua qualidade de vida e saúde. No entanto, ele ainda tem receio de pedalar em algumas áreas, por isso comemora a chegada futura da ciclovia anunciada para o distrito onde mora, Campo Grande.

"Hoje a gente anda de bike mesmo sem ter a ciclovia, a ciclofaixa. É totalmente diferente pensar que agora poderemos andar com mais segurança. Dá até para levar alguém junto. Hoje nós andamos, principalmente na John Boyd Dunlop, e nos sentimos um pouco inseguro quando ônibus, carros passam perto. Será excelente para nós, uma segurança a mais".

A mesma opinião foi compartilhada pela parceira de grupo de José Carlos, Luana Morelli. Ela está há mais tempo pedalando e costuma praticar a atividade à noite, por isso também afirmou que a ciclofaixa vai contribuir na locomoção com segurança. Assim como o companheiro do Pé na Estrada, ela ressaltou a importância da atividade para a saúde, não apenas física.

"Mudou tudo (quando comecei a praticar). Antes eu não socializava, hoje eu saio, converso com as pessoas. Acho que fez muito bem para a saúde mental, isso que as pessoas não têm noção. Ajudou no físico, na saúde mental, a socializar com as pessoas. Ajudou em muita coisa."

Silvana Rampin, do grupo Mete Marcha, gostou de saber que o distrito do Ouro Verde está contemplado nos planos futuros.

"Nós já estamos há um tempo buscando isso, porque temos muitos grupos de ciclistas por lá e temos bastante pessoas com deficiência física, idosos, crianças que participam dos pedais com a gente. Isso vai trazer uma segurança maior e, automaticamente, vai educar o ciclista também. Vai gerar uma segurança bem maior para nós da região." 

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