ENTREVISTA

Da carreira no Exército à presidência do Círculo Militar de Campinas

Carlos Henrique Teixeira Costa comenta sua trajetória pessoal e profissional

Edimarcio A. Monteiro / edimarcio.augusto@rac.com.br
09/07/2022 às 20:20.
Atualizado em 10/07/2022 às 10:17
A modernização do Círculo Militar de Campinas integra o plano trienal de ações da atual diretoria do clube, presidida pelo coronel Carlos Henrique Teixeira Costa (Gustavo Tilio)

A modernização do Círculo Militar de Campinas integra o plano trienal de ações da atual diretoria do clube, presidida pelo coronel Carlos Henrique Teixeira Costa (Gustavo Tilio)

O clube Círculo Militar, fundado em 1960, promove a interação entre a sociedade civil e os militares que servem nas unidades instaladas em Campinas. É o que destacou o presidente da instituição, coronel Carlos Henrique Teixeira Costa, que fez uma visita ao presidente-executivo do Correio Popular, Ítalo Hamilton Barioni, acompanhado pelo diretor social Luiz Antonio Adala Artusi e o conselheiro fiscal Jorge Rached. Dos cerca de 14 mil sócios, 95% são civis. 

Para Costa, o clube conseguiu atravessar bem o período da pandemia e hoje o movimento de sócios já voltou aos níveis anteriores ao início de 2020, quando a doença foi detectada no Brasil. Ele lembra a participação do Círculo Militar como posto de vacinação contra a covid-19, ressaltando que cerca de 100 mil pessoas foram imunizadas ali. 

O coronel falou sobre as atividades que o Círculo desenvolve nas áreas esportivas, sociais e de lazer, abordando o pioneirismo do clube em atividades como arco e flecha e tamboréu, os trabalhos já desenvolvidos e os planos para reeleição da atual diretoria. Ele comentou sobre a escolha pela carreira militar, influenciada pelo exemplo do pai, e sobre o orgulho de ver seu irmão caçula, Carlos Marcelo Teixeira Costa, promovido a general do Exército, no comando da Artilharia Divisionária da 3ª Divisão (AD3). 

Correio Popular - O senhor é nascido no Rio de Janeiro?

Cel. Carlos Henrique Teixeira Costa - Nasci no Rio de Janeiro em 6 de julho de 1963, sou do signo de Câncer e fiz 59 anos nesta semana. Meu pai também é oficial do Exército, chegou até a coronel. Por causa desse nosso sistema de trabalho, estamos sempre sendo transferidos de uma cidade para outra. Na época, a grande maioria dos militares do Exército ficava no Rio de Janeiro, isso depois da Segunda Guerra Mundial. Meu pai, na época, era tenente, em um período muito conturbado. Eu sou o quarto filho de um total de cinco. Eram três moças, mas meu pai queria um filho homem. Meus pais arriscaram e o quarto filho veio homem. Depois de oito anos, nasceu meu irmão mais novo. Então, nasci no Rio de Janeiro porque meu pai estava servindo lá naquele período.

Como foi a sua infância?

Meu pai foi promovido e, depois do Rio, transferido para Campo Grande, Belo Horizonte e Brasília. Durante a minha infância, fui acompanhando meu pai e indo morar onde ele estava servindo. Meu pai gostava muito de esportes e frequentava os Círculos Militares que existem em várias cidades do Brasil. Eu o acompanhava, ele era um jogador de futebol fora de série, um atleta. Era muito querido, muito bacana. Eu o via no quartel comandando a tropa, praticando esporte e queria ser igual a ele. O tenente é aquele que está à frente da tropa, quem comanda o bastão. No clube, jogava futebol, vôlei, participava da parte social, passou pela administração. Meu pai era meu herói, eu me espelhava nele. 

Como foi a sua formação escolar, indo de uma cidade para outra?

Fiz o primeiro grau, da quinta a oitava série, no Colégio Militar de Belo Horizonte. Meu pai conseguiu ficar lá quatro anos. Depois, ele foi transferido para Porto Alegre, onde fiz o segundo grau também no Colégio Militar. E como é que eu fui para a Academia Militar das Agulhas Negras (Aman)? No Brasil, temos 14 colégios militares, de onde, na época, a Academia pegava os melhores alunos, aqueles que tinham o melhor rendimento escolar. Em Porto Alegre, eu tinha um bom desempenho, era um dos primeiros da turma. Então, consegui vaga para Agulhas Negras. Lá, a gente encontrava o pessoal da Escola de Cadetes, a EsPCEx, de todos os colégios militares da época. Então, tinha gente de Salvador, Manaus, Porto Alegre, Curitiba. Tinha ainda uma pequena turma, de 20 pessoas, que fazia o concurso civil, aberto para todo o Brasil. Com esses aí, não tinha como competir, não havia prova de Física e Matemática que os caras não iam bem, sabiam tudo. Dessa maneira, comecei a seguir a profissão militar pela influência de meu pai. Eu também sempre gostei do Colégio Militar. Na década de 70, com 12 anos, já colocava a farda do Colégio Militar de Belo Horizonte e me sentia um militar. Fiquei muito feliz quando entrei nas Agulhas Negras com 18 anos. Quando me formei, comecei a fazer o circuito do Exército, que prevê rodar por todo o Brasil, o que exige mudanças constantes. 

Como foi sua carreira militar?

Depois que saí das Agulhas Negras, fiquei próximo do Rio de Janeiro, fui para Petrópolis. Como sempre gostei muito de esporte, fiz a escola de Educação Física do Exército bem cedo. Depois, fui servir na Brigada de Infantaria Paraquedista. Tinha vontade de servir nessa unidade, que é muito operacional. Por causa disso, fiquei um bom tempo no Rio de Janeiro, dez anos, até vir para Campinas. A Brigada de Paraquedistas do Exército tem em torno de 4.500 militares, mas dependemos, logicamente, da Força Aérea. Nós temos lá a Base Aérea de Afonso, que apoia as atividades do Exército. Agora, já há outras unidades de paraquedistas, como em Goiânia. A aeronave usada atualmente é a KC-390.

A data de 6 de junho de 1944 foi muito importante para a Segunda Guerra Mundial. O Dia D, dizem, só foi possível porque os paraquedistas agiram primeiro. Essa unidade é muito importante? 

Nós estudamos muito essa operação porque foi de grande envergadura. Nós dependemos muito da Aeronáutica, mas isso é muito bom para a formação, para o relacionamento. Porém, o Exército é o único que forma paraquedistas para o combate. Então, no Rio de Janeiro, nós recebemos o pessoal da Marinha e da Aeronáutica para formação no combate aeroterrestre. A Marinha faz toda essa formação básica de paraquedismo conosco, do Exército.

O senhor pratica paraquedismo como hobby?

Não. Eu fiz paraquedismo como capitão, onde fiquei por quatro anos. Servia, trabalhava nas operações, treinamento, também como instrutor de paraquedismo. Depois que saí de lá, devido à necessidade de ter essa vivência nacional, não consegui voltar para o Rio de Janeiro. Há uma necessidade da gente ficar se movimentando pelo Brasil. Depois que saí da Brigada Paraquedista, tive que fazer os cursos obrigatórios de oficial. A Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais é aquela que permite ao militar ir além de capitão, até o posto de coronel. Depois, fiz a Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, que habilita o oficial ao posto de general. Após fazer esses cursos, eles deram a ordem de que eu não poderia mais ficar no Rio de Janeiro, precisava ter essa vivência nacional. Então, precisava ir para outro comando de área. Coloquei um compasso no Rio de Janeiro e falei: acho que vou para Campinas, que é outro comando do Sudeste. Gostei muito da cidade, gostei muito do Círculo Militar. Esse clube é bom, gosto de fazer esporte, de atividades culturais e sociais. Consegui vir para Campinas em 2002 como major e tive a felicidade de passar três anos aqui. 

Como foi essa época?

Conheci o Luiz Antonio, que já fazia parte da diretoria naquela época. A minha esposa nasceu nos Estados Unidos. Ela é americana e foi alfabetizada lá porque é filha de um oficial da Marinha que estava servindo nos Estados Unidos. Por isso, ela acabou trabalhando na Escola Americana do Rio de Janeiro. Quando vim para cá, ela entrou na Escola Americana de Campinas, que também é top, fora de série. Nós fomos muito felizes naquela época. Depois de três anos em Campinas, não consegui ficar mais. Fui promovido a tenente-coronel e tive que assumir uma posição de comando. Me convidaram para ser instrutor da Escola de Comando e Estado-Maior no Rio de Janeiro, onde fiquei de 2005 a 2007. Eu gostaria de ter voltado para Campinas, mas fui nomeado comandante do 28° Batalhão de Caçadores, em Aracaju. Fiquei lá em 2008 e 2009 e também adorei a cidade. Depois, fui para Brasília, onde permaneci por um ano. Em seguida, em 2011, fiz o curso de Política, Estratégia e Alta Administração do Exército, que seleciona os melhores oficiais para darem prosseguimento à carreira, serem assessores de grandes comandos e promovidos a oficial general. Fui para o Ministério da Defesa, onde fiquei em 2012 e 2013, que foi minha última comissão. Fui gerente executivo da Comissão Militar Desportiva do Brasil. Aí surge um problema na nossa carreira: o momento que a família tem suas necessidades. Meus filhos queriam saber onde iriam prestar vestibular. Eu morei em 2009 em Aracaju, 2010 em Brasília, em 2011 estava no Rio de Janeiro e em 2012 voltei para Brasília. Meus filhos queriam saber o que fazer e havia a dificuldade da esposa de acompanhar o marido. Então, meu filho mais velho passou na Unicamp, onde fez Economia. Nós compramos um imóvel em Campinas e eu trabalhava em Brasília. Todo final de semana estava na ponte aérea. Em 2013, fui para a reserva e pensei: vou morar aonde? Meu filho estava fazendo Unicamp, minha esposa estava na Escola Americana de Campinas e, então, falei: vou ficar em Campinas. Sou carioca, mas o Rio de Janeiro tem problemas de qualidade de vida, violência, insegurança. 

Como foi sua entrada para a direção do Círculo Militar?

Aqui, eu encontrei o coronel almirante Pedro Álvares Cabral, com quem já tinha trabalhado quando estive antes em Campinas e ele estava concorrendo à eleição. Ele me convidou para integrar a diretoria, sem muitas pretensões para o futuro. É um clube que eu adoro e ele é um amigo. Ingressei na diretoria em 2014 como secretário-geral e comecei a conhecer, na prática, a estrutura do clube, que é uma média empresa, como a gente chama, e um dos melhores Círculos Militares que conheço no Brasil. Ele tem uma área de 250 mil metros quadrados e 14 mil associados. Então, é um dos melhores Círculos Militares do Brasil em termos de orçamento, estrutura, área, número de associados, de atividades esportivas, culturais e sociais. É uma coisa fora de série. A gente vai, cada vez mais, se apaixonando pelo clube, vendo as pessoas satisfeitas, possibilitando entretenimento, lazer.

Há um capítulo interessante, pouco tempo atrás, quando o Círculo Militar teve papel fundamental na vacinação contra a covid-19 em Campinas. Fale um pouco sobre isso.

A campanha de vacinação foi realizada porque uma das sócias, que é da Secretaria de Saúde, nos procurou para saber se o clube poderia ser um dos locais da fase inicial de aplicação da vacina contra a covid. De imediato, nos colocamos à disposição. O clube tem um aspecto logístico muito bom, porque a entrada de nosso salão gold room tem acesso direto, atende bem às questões sanitárias em termos de espaço, higiene e possibilitava o fluxo de pessoas que eles previram. Eles ficaram ali em torno de cinco meses fazendo a vacinação inicial da covid-19. Foram cerca de 100 mil campineiros que passaram pelo local. São funções do clube proporcionar entretenimento, lazer, bem-estar à família militar, sociedade civil e fazer a interação com os órgãos da sociedade. Então, foi uma grande satisfação e acho que a população se valeu muito disso. O pessoal ficou muito satisfeito, e sempre fomos muito elogiados por essa ação. 

Como a pandemia de covid-19 afetou o clube?

Cada vez mais, fui adquirindo maior confiança na administração do clube, pela gestão moderna na parte de tecnologia, da informação e no modelo de gestão novo de RH (Recursos Humanos). Nós temos 160 funcionários celetistas e um software de gestão muito avançado, o que facilita muito a nossa administração. Durante a pandemia, não demitimos nenhum funcionário, mantivemos todos. Aproveitamos integralmente todos os benefícios do governo federal, como a suspensão da jornada de trabalho. Foi um período delicado, de insegurança, ninguém sabia o que iria acontecer, mas, graças a Deus, conseguimos atravessá-lo. 

O clube tem sócios militares e civis. Como é essa interação?

Os Círculos Militares foram criados para oferecer lazer à família militar. Inicialmente, foi assim e eles existem em todo Brasil. O Círculo Militar de Campinas é um pouco diferenciado porque apenas 5% dos sócios são militares, a grande maioria é civil. Essa integração do civil com o militar é fabulosa, há um relacionamento fora de série em todas as atividades existentes. Por que ele se caracteriza como militar? Porque era uma área da União que foi jurisdicionada ao comando do Exército desde a época do marechal Castelo Branco e do general Garrastazu Médici – ex-presidentes do Brasil. Por isso, essa área tem de ser administrada por militar. O presidente e o vice-presidente têm de ser militares, mas a sua diretoria deve ser 50% militar e 50% civil. Dentro desse grupo de 14 mil associados, nós temos na diretoria pessoas de capacidade fora de série.

O senhor diria que o Círculo Militar se manteve resistente nessa área? Porque, com o advento da expansão dos shoppings, áreas de alimentação e cinemas, muitos clubes perderam sócios e enfrentam problemas. Como o Círculo Militar passa por isso?

Além dos shoppings, essa era uma preocupação nossa porque hoje temos condomínios com piscinas, saunas e uma série de atrativos, mas o Círculo Militar não foi afetado. Pelo contrário, temos vários grupos, de futebol, dança, beach tennis, sinuca e as pessoas fazem questão de se reunir. Há muitas pessoas querendo ficar sócias do Círculo Militar, mas temos dificuldades porque não podemos aumentar muito o quadro de associados. Então, as pessoas têm que transferir o título, estamos surfando na onda.

Quais as atividades que o Círculo Militar oferece para os sócios?

Temos cerca de 30 modalidades esportivas e escolinhas para as crianças. Além disso, a área é um grande atrativo porque parece um clube de campo, tem lago e uma grande variedade de atividades esportivas, de eventos sociais e culturais. A gente procura atender todas as faixas etárias, os filhos, os pais e os avós. Nos finais de semana, recebemos, em média, 3 mil acessos no sábado e um pouco menos, 2 mil, no domingo. Temos também o escotismo uma vez por semana. São 100 escoteiros, na grande maioria associados. 

O clube também é pioneiro em várias atividades. Fale um pouco sobre isso.

Ele é pioneiro em arco e flecha e em tamboréu. Inclusive, na Olimpíada de 2016, a equipe da Coreia do Sul treinou lá. É um dos poucos clubes que tem estande de tiro com arco e tamboréu, que é um esporte de Santos, não tem em outros locais do Brasil. Há também a pesca em nosso lago e vamos retomar as atividades ali. Há o caiaque e vamos fazer a travessia do lago, a natação. 

Com a covid, muitas pessoas devem ter se afastado. O movimento já voltou ao nível da pré-pandemia?

Voltou com uma intensidade maior ainda, porque parece que o pessoal está querendo participar mais das atividades. A festa junina, que tivemos há pouco tempo, foi um termômetro, com muita gente. Foi um domingo maravilhoso, lindo. Há até dificuldade nos eventos sociais porque acabam os convites. Nós fechamos em março de 2020 por cinco meses, reabrimos em 9 de agosto daquele ano. Nesse período, ficamos muito preocupados com a situação financeira de todo mundo, com a inadimplência. Nós concedemos 10% de redução na mensalidade e a inadimplência chegou no máximo a 20%. Quando retornamos, foi muito difícil adequar todos os serviços naquele horário restrito e ajudar os associados. Algumas atividades são terceirizadas porque não são atividades-fim, como os quatro restaurantes, a empresa de turismo, a academia de pilates, a fisioterapia e o salão de beleza. 

Quais são as novidades que os sócios podem esperar?

O nosso principal plano é modernizar o clube para atender à demanda do sócio. Nós temos o plano de obras, que é trienal, e fizemos muitas coisas. São várias reformas, como da sauna, a construção de um novo ginásio, a reconstrução da casa de barcos, a reforma da área de tamboréu. Não temos fins lucrativos, mas precisamos de recursos para realizar investimentos. Estamos investindo muito também no paisagismo para que as pessoas se sintam bem no clube, para que seja um local cada vez mais agradável, bonito. 

Como é a relação do clube com os sócios?

O pessoal vem reconhecendo o trabalho que é feito. Também acompanhamos como o sócio atua nas redes sociais. Tem muita coisa que ajuda, mas algumas também aborrecem um pouco. Mas temos que ouvir todo mundo, o sócio muitas vezes tem razão. A ouvidoria tem esse papel de dar o retorno para o associado. A gente sabe que a única coisa que não vai mudar é que vamos ter sempre que mudar. Temos que estar atentos a todo tipo de inovação, às melhores práticas de gestão. Temos um pessoal muito qualificado. Para isso, a nossa seleção de pessoal é muito boa. A escolha dos nossos diretores é fundamental, porque fazem toda a diferença na realização do trabalho. 

O senhor pretende buscar a reeleição? 

Nosso mandato no clube começou em 1° de junho de 2020 e vai até 31 de maio de 2023, com direito a uma reeleição de mais três anos. Nós já estamos pensando nisso, nesse aspecto. A motivação para a reeleição é o feedback do associado e a grande maioria está muito satisfeita com a gestão do clube, com a organização, a segurança. Eu fico feliz com isso e a gente está pensando na reeleição. 

Como a questão da eleição para presidente da República é tratada no clube?

Logicamente que cada pessoa tem suas convicções, a gente pega todas as opiniões, todas as vertentes. Não pode ser diferente, cada um tem a sua opinião. Vamos torcer para que ocorra o melhor para o País.

O que o senhor faz como hobby, lazer? 

Esporte, e eu estou no lugar certo. Vou ao clube pela manhã, gosto de ir à academia de musculação, de nadar, jogar tênis, beach tennis. Outra coisa que a parte social do clube me proporciona é dançar nas festas, principalmente bolero. Se tocar “New York, New York”, com Frank Sinatra, eu vou logo para a pista. Outra coisa que gosto de fazer é ficar com a família, com os filhos, ver séries à noite. 

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