NOVO ESPAÇO

CPQD anuncia criação de hub para desenvolver a ‘internet do futuro’

Web 3.0 e a evolução Web 3.0+ são redes mais inteligentes, seguras e que possuem potencial de acelerar pesquisas e aumentar as eficiências dos estudos

Edimarcio A. Monteiro/edimarcio.augusto@rac.com.br
13/09/2024 às 16:48.
Atualizado em 13/09/2024 às 16:48
O hub funcionará em um prédio de 2,7 mil metros quadrados (m²), que já está em reforma, com três pavimentos; internet do futuro prevê a utilização de tecnologias como blockchain, criptografia e Internet das Coisas (IoT), áreas onde o CPQD já atua (Denny Cesare)

O hub funcionará em um prédio de 2,7 mil metros quadrados (m²), que já está em reforma, com três pavimentos; internet do futuro prevê a utilização de tecnologias como blockchain, criptografia e Internet das Coisas (IoT), áreas onde o CPQD já atua (Denny Cesare)

O CPQD, um dos maiores centros de inovação e desenvolvimento da América Latina, instalado em Campinas, terá um hub de inovação para desenvolvimento da Web 3.0 e sua evolução, a Web 3.0+, chamada de "internet do futuro". Ela é vista como uma rede mais inteligente, com tecnologias avançadas de inteligência artificial (IA) e aprendizado de máquina para fornecer uma rede mais conectada, segura e inteligente. O lançamento ontem da pedra fundamental do novo espaço teve a participação da ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, órgão que liberou verba de R$ 13,6 milhões para o investimento na instalação do hub que reunirá empresas, startups, investidores e outros agentes envolvidos no desenvolvimento da nova tecnologia. 

O objetivo é a criação de um ecossistema no qual a interação e integração desses atores acelere o andamento das pesquisas e torne os estudos mais eficientes. A internet do futuro prevê a utilização de tecnologias como blockchain, criptografia e Internet das Coisas (IoT), áreas onde o CPQD já atua, para tornar a web mais personalizada e imersiva aos usuários. “Nós já desenvolvemos aqui, no CPQD, a internet 4G, 5G e até 6G, revelando que estamos na vanguarda e que estamos acompanhando a corrida tecnológica. 

“O grande desafio brasileiro é esse, garantir a banda larga e a internet que assegure estabilidade e possibilite um maior processamento de dados”, disse a ministra. “É para isso que nossas instituições estão fazendo pesquisa e desenvolvimento, inclusive para que a gente domine essa tecnologia e não dependa tanto de outros países para poder prover à nação brasileira uma ferramenta tecnológica tão fundamental, seja para o ensino, seja para o trabalho”, completou Luciana Santos. A criação da Web 3.0, apontam os especialistas, está andando a passos largos, sendo desenvolvida de maneira acelerada nos mais diversos setores, oferecendo novas oportunidades e desafiando o modelo atual. 

NOVO ESPAÇO 

O hub funcionará em um prédio de 2,7 mil metros quadrados (m²), que já está em reforma, com três pavimentos. A previsão é de inauguração no primeiro trimestre de 2025. “Todos os recursos que o MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação) destina ao CPQD são devolvidos para a sociedade e para o Brasil de forma inimaginável, com conectividade, inclusão digital e econômica, e colocando o Brasil na fronteira tecnológica”, afirmou o presidente do centro de inovação, Sebastião Sahão Junior. O novo espaço, criado em parceria com a Inventta Consultoria, está em instalação com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) para propostas aprovadas no Edital Parques 2 Tecnológicos do MCTI e na Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), agência de fomento do ministério. 

De acordo com um levantamento realizado pela consultoria estadunidense Bain & Company, cerca de 88% das empresas estão explorando novas soluções tecnológicas e expandindo a visão sobre como a internet funciona, mas apenas 20% delas têm uma estratégia bem definida para a Web 3.0 “A principal diferença entre a Web 2.0 e a Web 3.0 é a transição da centralização para a descentralização. Enquanto a Web 2.0 foi marcada por uma comunicação bidirecional entre usuários e plataformas, com poucos atores grandes (como Google, Meta e Amazon) detendo a maior parte do poder de controle, a Web 3.0 visa devolver esse poder de controle para os usuários”, explicou o professor de MBA da Fundação Getúlio Vargas, Keneth Corrêa. 

MUDANÇAS 

“Na Web 2.0, qualquer um podia ser um produtor de conteúdo, mas ainda era dentro de uma estrutura controlada por poucas e grandes empresas. Já a Web 3.0 busca uma descentralização e independência, na qual não apenas se participa, mas o usuário é dono e tem poder de decisão sobre seus conteúdos e dados”, acrescentou. O controle sobre essas informações ficarão com os usuários e não mais com as grandes corporações, possibilitando maior privacidade e segurança. 

Outra inovação prevista com a internet do futuro é que a tecnologia blockchain permitirá uma maior transparência e eficiência para empresas e organizações, como uso em cadeias de suprimentos, no qual a rastreabilidade e a confiabilidade são essenciais. Ela é um registro de transações confiável e inviolável. A personalização da internet também é vista como um passo para a revolução da publicidade e do marketing, que serão desenvolvidos de acordo com cada perfil de cada usuário, diferentemente da versão atual da internet, em que as métricas podem ser manipuladas através dos algoritmos. 

Para a Web 3.0 se tornar uma realidade é preciso que as tecnologias de inteligência artificial, aprendizado de máquina, blockchain, criptografia e Internet das Coisas, entre outras, passem a ser amplamente adotadas e integradas. Além disso, é necessária a cooperação entre indústrias e o investimento em pesquisa e desenvolvimento. 

VISITA

Além de lançar a pedra fundamental do hub de inovação, a ministra Luciana Santos conheceu alguns dos projetos de inteligência artificial do Programa Prioritário de Interesse Nacional (PPI), que estão em desenvolvimento no CPQD, como o Programa de Residência Tecnológica. O objetivo é preparar e capacitar 100 estudantes universitários de cursos relacionados à tecnologia, assim como profissionais da área, mas que não têm experiência, em inteligência artificial, IoT e segurança cibernética, por exemplo. O objetivo é aprimorar o desenvolvimento de profissionais e empresas de tecnologias na região de Campinas. 

A ministra também visitou os laboratórios de conectividade e Open RAN, de defesa (RDS defesa), mobilidade elétrica e energias renováveis e reforçou a importância dos investimentos feitos pela pasta no CPQD. “Por tudo o que estamos vendo aqui, a missão da ciência e tecnologia está sendo cumprida. A tecnologia com a inovação é o caminho que a gente pode usar para vencer os desafios, com a industrialização avançada colocando o Brasil na altura que ele tem.” 

Fundado em 1976, o centro de inovação é uma organização 100% nacional. Ele desenvolve soluções em tecnologias da informação e comunicação (TICs) aplicadas em diversos setores, como telecom, agronegócio, financeiro, utilities (serviços essenciais como água, gás e luz) indústrias, cidades, varejo e serviços de defesa e segurança. “Desde a criação da nossa organização, sonhamos em ajudar a melhorar a vida das pessoas e transformar o mundo por meio do desenvolvimento de tecnologias e soluções inovadoras. Realizamos esse sonho todos os dias, possibilitando maior eficiência e produtividade no agronegócio, na indústria e em serviços de vários setores, contribuindo para tornar as cidades mais seguras, humanas e inteligentes”, detalhou o presidente do CPQD. 

Ele foi credenciado como Centro de Competência em Open RAN pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e pela Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), tornando-o uma referência nessa área no Brasil. Open RAN significa rede de acesso de rádio aberta, uma arquitetura de rede que desagrega os componentes de uma estação-base de celular, permitindo a utilização de componentes de diferentes fornecedores e proporcionando maior flexibilidade e eficiência. Os sistemas usados hoje são fechados, o que obriga a utilização de peças de um único fornecedor.

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