Os casos positivos do novo coronavírus continuam aumentando em Campinas, mesmo com as orientações das autoridades políticas e de saúde reforçando a necessidade do isolamento social como a medida mais eficaz para diminuir o índice de transmissão no Município. Apesar de a região Leste ser a mais afetada, os casos vêm crescendo nas regiões periféricas. Na região Sudoeste, as ocorrências subiram de 22 para 37 — aumento de 68,1%. A região Noroeste saiu de 36 para 50 casos, um crescimento de 38,8%. O prefeito Jonas Donizette (PSB) promete reforçar a fiscalização nessas áreas. O secretário de Saúde, Carmino de Souza, disse ontem, durante uma transmissão ao lado do prefeito, que o distanciamento social é importantíssimo e que as ações do governo não darão certo se a população não aderir ao que foi proposto. "O que a gente viu foi uma redução, e não foi só em Campinas, foi um movimento quase que espontâneo porque aconteceu em todos os lugares", disse Carmino. O reflexo dessa diminuição no distanciamento social não demorou a aparecer nas estatísticas de novos infectados no Município. De acordo com dados divulgados pelo Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa), atualizado até o dia 6 de maio, os casos confirmados da Covid-19, apesar de se concentrarem em bairros nobres, têm crescido nas periferias de Campinas. São 175 na região Leste, que concentra os bairros Alphaville, Nova Campinas, Paineiras, Santa Marcelina, Gramado, Hípica, Taquaral, Primavera, dentre outros. No levantamento do dia 30 de abril, essa região tinha 133 casos. A região Noroeste, que engloba o Distrito do Campo Grande, contabiliza 50 casos — no último levantamento tinha 36. A região Sudoeste, onde está o Distrito do Ouro Verde, tem 37 casos da doença. No último levantamento contava com 22. A região Norte, que engloba os distritos de Barão Geraldo e Nova Aparecida, a região dos Amarais, do Chapadão e do Jardim Aurélia, tem 62 casos ante 46 no levantamento de 30 de abril. Já a região Sul, que pega os bairros Jardim Proença, Jd. Princesa D´oeste, Jd. Guarani, Parque Prado, Jardim Leonor, Nova Europa, Vila Formosa, até a divisa com Indaiatuba e Valinhos, tem 99 casos. No último levantamento eram 73. O secretário de Saúde afirmou que cada um dos casos é georreferenciado. "Com esse georreferenciamento de cada caso, o que nós temos observado é que continua ainda tendo um maior número de casos na região Leste, mas há uma progressão para a região Noroeste, ali na região do Campo Grande e também para a região do Ouro Verde, a região Sudoeste", explicou. De acordo com ele, se a população dessas regiões continuar afrouxando o distanciamento, a tendência é o número de casos aumentar. "Quando alguém diz que na região do Ouro Verde não está obedecendo o isolamento social, podemos contar que em uma semana está cheio de casos de novo. As pessoas precisam entender que é uma questão matemática. Então, o isolamento social é uma questão fundamental, é uma ferramenta que se não for obedecida, nós vamos cuidar dos doentes na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), vamos abrir leitos, mas esses números só vão aumentar", adiantou. O prefeito prometeu aumentar o controle. "Nós vamos aumentar a fiscalização até mesmo porque existe o perigo da expansão do vírus para outras regiões que estavam com menos casos", garantiu Jonas. No último domingo, o índice de isolamento social voltou a cair em Campinas. Segundo o boletim divulgado pelo governo do Estado, a cidade atingiu 52% de índice de isolamento social, quando o preconizado pelas autoridades de saúde é de 70%. No domingo anterior (3), o índice tinha alcançado 57%. Carmino chamou atenção para os reflexos. "Quando a gente diz (que caiu) 1%, caiu de 50% para 49%, tem 12 mil pessoas a mais na rua em Campinas. Se a gente falar em 5%, estamos falando de 60 mil pessoas a mais. Se a gente realmente puder colaborar com o distanciamento social, com o isolamento social, é absolutamente fundamental para que qualquer plano de trabalho possa ser feito", ressaltou.