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Coronavírus isola cinco na região

No momento, há vinte casos suspeitos da doença no Brasil. Os casos suspeitos estão na PB (1), PE (1), ES (1), MG (2), RJ (2), SC (2) e SP (11)

Das agências
27/02/2020 às 07:34.
Atualizado em 29/03/2022 às 20:35

O Ministério da Saúde confirmou, ontem, o primeiro caso de um brasileiro infectado pelo novo coronavírus (Covid-19). Trata-se de um homem de 61 anos, morador da cidade de São Paulo, que esteve na região da Lombardia, no Norte da Itália, entre os dias 9 e 21 de fevereiro. Ao retornar da viagem, na última sexta-feira, o paciente apresentou os sinais e sintomas compatíveis com a doença. Três moradores de Vinhedo (dois adultos e uma criança) e dois de Valinhos (um casal de idosos morador), que estiveram com o paciente infectado na Capital, estão em isolamento domiciliar nas cidades. Um morador de Campinas que voltou da Europa no mesmo voo é monitorado. No momento, há vinte casos suspeitos da doença no Brasil. Os casos suspeitos estão na Paraíba (1), Pernambuco (1), Espiríto Santo (1), Minas Gerais (2), Rio de Janeiro (2), Santa Catarina (2) e São Paulo (11). Cinquenta e nove notificações suspeitas foram descartadas. O secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson de Oliveira, explicou que dos 20 casos suspeitos, 12 foram para a Itália, 2 para Alemanha e 2 para Tailândia. O homem infectado chegou a São Paulo na sexta-feira, sem nenhum sintoma, em um voo que saiu do Aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, depois de ter ficado na região da Lombardia, na Itália, onde os casos se concentram naquele país, entre os dias 9 e 20 de fevereiro. Ele teve uma reunião de família com cerca de 30 pessoas no almoço no domingo e começou a sentir os sintomas logo depois. Foi para o hospital na segunda à noite e teve o diagnóstico na terça. Pessoas que estavam próximas dele no avião e com quem ele se encontrou estão sendo contactadas pelos agentes de saúde. O hospital resolveu testá-lo para o coronavírus depois que o Ministério da Saúde tinha ampliado o rol de países dos quais viajantes deveriam ficar atentos para sintomas. “Agora é que vamos ver como este vírus vai se comportar em um país tropical, durante o verão”, disse ontem o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. “Como vai ser o padrão de comportamento deste vírus, que é novo e tanto pode manter o mesmo padrão de comportamento de transmissão que apresentou no hemisfério Norte, onde, nesta época, está fazendo frio”, disse o ministro. Em nota, o hospital afirma que o paciente encontra-se em bom estado clínico e sem necessidade de internação, permanecendo em isolamento respiratório domicilar pelos próximos 14 dias. "A equipe médica segue monitorando-o ativamente, assim como as pessoas que tiveram contato próximo com ele", informou o Albert Einstein. As 34 pessoas que tiveram contato mais próximo com o brasileiro que está infectado estão sendo monitoradas mais de perto pelos governos de São Paulo e federal. Desse total, 30 pessoas são parentes que estiveram almoçando na casa do paciente na Capital, entre eles, duas crianças que são netas dele. As outras quatro são pessoas que estiveram próximas dele no voo. No total, São Paulo investiga mais três novos casos suspeitos, todos de adultos: dois da capital e um de Bauru. Todos são viajantes que vieram de algum dos países que entraram na lista de vigilância do ministério, que inclui Austrália, China, Coreia do Sul, Coreia do Norte, Camboja, Filipinas, Japão, Malásia, Vietnã, Cingapura, Tailândia, Alemanha, França, Irã e Emirados Árabes. O governo do Estado decidiu criar um centro de contingência. O objetivo é monitorar e coordenar ações contra a propagação do novo coronavírus, mas medidas mais detalhadas que serão tomadas ainda não foram divulgadas. O centro, que será presidido pelo infectologista David Uip, será composto por profissionais do Instituto Butantan, médicos especialistas das redes pública e privada, e terá a supervisão do secretário de Estado da Saúde, José Henrique Germann. Brasil Ao confirmar o primeiro caso no País, o Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, reforçou que já era esperada a circulação do vírus, mas que, diferente dos demais países com transmissão, o Brasil ainda não está no Inverno — período em que há maior risco de contágio. “É mais um tipo de gripe que a humanidade vai ter que atravessar. Das gripes históricas com letalidade maior, o coronavírus se comporta à menor”, explicou. “Nosso sistema já passou por epidemias respiratórias graves. Iremos atravessar mais esta, analisando com os pesquisadores e epidemiologistas brasileiros, qual é o comportamento desse vírus em um país tropical”, ressaltou. No mundo As autoridades italianas notificaram até agora nove óbitos, o que levou o governo brasileiro a incluir a Itália entre os países onde a doença está se espalhando e há risco de infecção. De acordo com o Ministério da Saúde, no mundo, já foram registrados mais de 80,2 mil casos do coronavírus em 34 países. Foram registradas 2,7 mil mortes causadas pela doença, sendo que os casos mais graves são aqueles que afetam pessoas com mais de 60 anos. Ministro fala em antecipar vacinação contra a gripe O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, reforçou a intenção de antecipar a campanha de vacinação contra a gripe no Brasil após o primeiro caso confirmado de coronavírus no País. A vacina contra gripe não previne contra o coronavírus. As autoridades, porém, avaliam que a imunização facilita o diagnóstico para separar os casos quando há sintomas como febre e tosse. A vacinação está prevista para começar entre a última quinzena de março e o início de abril. "Se tivermos como antecipar, podemos começar pelo Rio Grande do Sul. O Inverno chega um mês antes no Sul do Brasil", afirmou o ministro. O Instituto Butantan, que produz as doses, poderá concluir a fabricação da vacina e possibilitar uma antecipação. "Vamos poder antecipar. O que eu não posso dizer é em quanto tempo será essa antecipação", disse o secretário estadual de Saúde de São Paulo, José Henrique Germann Ferreira. O instituto é ligado ao governo paulista. (EC) Prefeituras dão início ao protocolo do ministério As secretarias de Saúde de Vinhedo e de Valinhos emitiram comunicados ontem confirmando a existência de pacientes em isolamento domiciliar de 14 dias em função do contato com o primeiro infectado pela doença do Brasil. A Prefeitura de Campinas também confirmou que um homem que esteve no mesmo voo do paciente infectado é monitorado, mas não está em isolamento domiciliar e nem chegou a procurar nenhum serviço de saúde. Todos os pacientes não apresentaram, segundo as Pastas, nenhum sintoma da doença até o momento. As três pessoas de Vinhedo (dois adultos e uma criança) são parentes da vítima e estiveram com ela no último fim de semana em São Paulo, assim como os dois moradores de Valinhos (um casal de 85 e 60 anos de idade). O Departamento de Vigilância Epidemiológica (Devisa) comunicou o morador de Campinas por ele ter sido passageiro do mesmo voo do idoso infectado. Ele será monitorado pelo Devisa e foi orientado a ficar atento aos sintomas da doença, mas sem necessidade de isolamento domiciliar. As prefeituras de Vinhedo e de Valinhos informaram que adotaram todos os protocolos definidos pelo Ministério da Saúde e todas as medidas preventivas necessárias em relação ao casal, em conformidade com a Vigilância Epidemiológica do Estado de São Paulo. Vinhedo também reforçou que, como os pacientes não apresentaram sintomas da doença, não há motivos para pânico. “O casal está isolado, sob monitoramento e não manifestou nenhum sintoma da doença”, traz o trecho da nota da Prefeitura de Valinhos. (Henrique Hein/AAN)

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