Novidade foi confirmada pelo secretário estadual de Parcerias em Investimento, Rafael Benini; cerimônia será realizada em Campinas, na Estação Cultura
Projeto do Trem Intercidades que ligará Campinas e São Paulo está previsto para ser concluído em 2031, mas o governo estadual tem otimismo emuma antecipação do cronograma (Kamá Ribeiro)
O contrato para implantação do Trem Intercidades (TIC) São Paulo-Campinas (Eixo Norte), que receberá um investimento de R$ 14,2 bilhões, será assinado na próxima quarta-feira (29), em cerimônia que acontecerá na Estação Cultura (antiga Fepasa), em Campinas. A data foi confirmada pelo secretário estadual de Parcerias em Investimentos, Rafael Benini, em entrevista ao Correio Popular.
Além da novidade em relação ao TIC, o secretário adiantou que na ocasião será lançado o programa São Paulo nos Trilhos, que prevê, conforme publicado na edição de sábado (25), novos projetos de mobilidade urbana por modal ferroviário.
Dois deles são a implantação de linhas de Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) na Região Metropolitana de Campinas (RMC), uma ligando o Centro de Campinas ao Aeroporto Internacional de Viracopos e outra conectando Campinas, Hortolândia e Sumaré, que receberão um investimento de R$ 2,6 bilhões.
“A proposta é fazer o que estamos fazendo em São Paulo, a ampliação do transporte ferroviário. Campinas é a capital do interior e nada mais natural que seja a primeira a receber os investimentos”, afirmou Benini. O contrato do TIC, que é o primeiro projeto do programa, envolverá o governo do Estado e o consórcio C2 Mobilidade sobre Trilhos, vencedor da concorrência internacional. Ele é formado pelo grupo brasileiro Comporte Participações S.A. e a chinesa CRRC Hong Kong Co. Limited.
Ressaltando que ainda é cedo para falar sobre a antecipação das datas de entrega do Eixo Norte, Benini admitiu a possibilidade de mudanças no cronograma. “Vamos ter uma posição mais clara no ano que vem, mas a empresa tem todos os incentivos para antecipar a entrega”, disse o secretário. “Isso já aconteceu com o Rodoanel Norte (projeto viário que contorna a capital). A entrega estava prevista para 2026, mas já ocorrerá em 2025. É bom para a empresa, porque ela começará a faturar mais cedo com o pedágio”, comparou. De acordo com ele, a vantagem para a população é a possibilidade de ter acesso mais rápido a novos serviços mais eficientes, rápidos e de melhor qualidade.
PRAZOS
A construção do TIC São Paulo será feita por meio da parceria público-privada (PPP) e prevê entregas em três etapas. A primeira é a inauguração do Trem Intermetropolitano (TIM) em 2029, ligando Campinas, Valinhos, Vinhedo, Louveira e Jundiaí. O TIC, um serviço de trem expresso com paradas em Campinas, Jundiaí e a capital, está programado inicialmente para ser entregue em 2031. A vencedora da licitação assumirá, no prazo de 12 meses, um terceiro serviço, a linha 7-Rubi, entre Jundiaí e São Paulo, hoje operada pela Companhia Metropolitana de Trens Urbanos (CPTM).
Dos R$ 14,2 bilhões de investimento no TIC São Paulo- Campinas, o governo paulista entrará com R$ 8,95 bilhões, com a outra parcela sendo de responsabilidade do consórcio C2 Mobilidade sobre Trilhos. A Administração prevê destinar R$ 255 milhões anuais para garantir a prestação do serviço ao longo dos 30 anos de concessão. Segundo o governo, a participação do ente público é necessária para assegurar o equilíbrio econômico-financeiro do contrato e o valor máximo da passagem de R$ 64 para o TIC e a tarifa cheia de R$ 14,60 para o TIM.
O novo São Paulo nos Trilhos prevê a implantação de outros três projetos de TIC a partir da capital, com investimento estimado em R$ 29,5 bilhões. São os Eixos Oeste, que chegará a Sorocaba e já está em fase de estudos para lançamento da concorrência pública, Leste (com destino a São José dos Campos) e Sul (Santos). Estes dois últimos projetos, juntamente com a construção dos VLTs em Campinas e também em Sorocaba, tiveram a qualificação aprovada, na quinta-feira (23), na 45ª Reunião Conjunta Ordinária do Conselho Gestor do Programa de Parcerias Público-Privadas (CGPPP) e do Conselho Diretor do Programa de Desestatização (CDPED).
Os estudos dos novos projetos ferroviários serão desenvolvimento por duas estatais paulistas, Metrô e CPTM. “A ideia é transformá-las em grandes desenvolvedoras de projetos ferroviários para São Paulo e para o Brasil”, disse Rafael Benini. Além dos projetos de TICs e VLT, o governo está investindo na ampliação das linhas existentes e em novas do Metrô paulistano.
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