Estimativa é que vendas do produto aumentem 70% neste feriadão da Semana Santa
Filas de pessoas interessadas em comprar peixes começaram nos portões e se estenderam pelas laterais do Mercado Municipal de Campinas (Kamá Ribeiro)
Às vésperas da Sexta-Feira Santa, os consumidores enfrentaram ontem filas para comprar peixes no Mercado Municipal de Campinas. As filas começavam nos dois portões de entrada da área e se estendiam pelas laterais onde estão localizados os boxes de venda de peixes e frutos do mar. Até um esquema de trânsito especial foi montado na Rua Benjamin Constant, onde uma faixa de trânsito foi fechada exclusivamente para os veículos que pretendiam entrar no estacionamento do Mercadão. A fila de carros chegava à esquina da Rua José Paulino.
A Semana Santa é, tradicionalmente, o melhor período de comercialização de peixes do ano. As vendas devem aumentar em 70% nesses três dias — ontem, hoje e manhã — em relação ao restante do ano, de acordo com a proprietária de uma das peixarias do Mercado Municipal, Adriana Tavares Romero.
Em virtude da alta demanda, os funcionários pediam até 40 minutos para limpar os peixes inteiros escolhidos pelos clientes. A alternativa para evitar a espera era comprar os pedaços ou filés já cortados.
A elevação é puxada principalmente pela manutenção da prática religiosa católica de comer peixe na Sexta-feira Santa. “Eu mantenho a tradição religiosa, mas também gosto de peixe”, afirmou o técnico em eletrônica Décio Flávio da Silva. Ele comprou peixe salgado zarbo e sardinha para a família comer amanhã.
Preço dos peixes
De acordo com comerciantes do Mercadão, os peixes mais procurados são os de preços mais acessíveis, de no máximo R$ 44,90 o quilo. O quilo da sardinha cavalinha inteira, por exemplo, é vendido por R$ 14,90 e por R$ 29,90 no caso do filé. Outros peixes que também lideram as vendas são a corvina (R$ 24,90), tilápia (R$ 21,90), pintado (R$ 32,90) e cação (R$ 34,90).
“Os peixes estão mais caros do que no passado, mas com preços razoáveis”, disse Décio Flávio. Já outro consumidor, o carreteiro Dorival Rabello, tem uma visão diferente em relação ao produto. “Estão caros”, disse, ao comprar sardinha. “É para manter a tradição, é uma, duas vezes por ano”, justificou.
Outro peixe muito procurado nesta época é o bacalhau. O do Porto é vendido a R$ 120 o quilo no Mercado Municipal, onde o produto chegou a acabar ontem em um do box. “As vendas estão melhores do que no passado”, comemora, satisfeito, o comerciante Felipe Peres. Ele estima um crescimento de 35% no feriado deste ano.
O Mercadão funcionará normalmente hoje, das 7 às 18 horas, mas fechará ao meio-dia amanhã. Já a abertura do comércio de Campinas é facultativa na Sexta-Feira Santa. No sábado, 16 de abril, o horário será normal, das 8h às 19h.
Celebrações
As celebrações desta Semana Santa são as primeiras da Igreja Católica sem restrições de público desde o início da pandemia de covid-19, no final de fevereiro de 2020. Porém, a orientação da Cúria de Campinas é que os fiéis continuem usando máscaras de proteção nos eventos programados.
O arcebispo metropolitano de Campinas, Dom João Inácio Müller, celebra hoje, às 9h, na Catedral Nossa Senhora da Conceição, a Missa da Crisma, com a participação dos 150 padres da Arquidiocese. Na celebração, serão benzidos os óleos destinados às cerimônias de crisma ao longo do ano. Às 19h, no mesmo local, ocorrerá hoje a Missa da Ceia do Senhor, que lembra a passagem da Última Ceia e inclui o lava-pés.
Nesta sexta-feira, às 15h, Dom João celebra a Paixão do Senhor, na Catedral. Às 18h, ocorrerá a Procissão do Senhor Morto, saindo da Basílica do Carmo. No sábado, a Catedral permanecerá fechada até as 18h, quando o arcebispo preside a Vigília Pascal. No domingo, encerrando o período da Quaresma, as missas celebram a ressurreição de Jesus Cristo. A missa solene na Catedral será às 9h.
“A Páscoa é a grande festa, a principal para os católicos, quando lembramos a Paixão, Morte e Ressurreição, a vitória da vida sobre a morte, da graça sobre o pecado”, explica o padre Fábio Fernandes dos Santos e Silva, assessor de imprensa da Cúria Metropolitana de Campinas.
Movimento de passageiros
As principais rodovias que cortam a região de Campinas devem receber 1,35 milhão de veículos durante o feriado prolongado da Páscoa. O Sistema Anhanguera-Bandeirantes receberá o maior fluxo, com 750 mil, seguido pela malha da Rodovia D. Pedro, com 600 mil. O horário de fluxo mais intenso ocorre hoje, a partir das 16h. No domingo, o retorno será maior na parte da tarde.
No corredor D. Pedro, principal via de acesso de Campinas para o litoral Norte de São Paulo, a concessionária Rota das Bandeiras prevê o mesmo fluxo de veículos do último feriado pré-pandemia (2019). Após dois anos, retoma a operação especial tradicionalmente realizada durante quatro dias, com guinchos e ambulâncias posicionadas em pontos estratégicos.
O Terminal Rodoviário Ramos de Azevedo, a Rodoviária de Campinas, estima em 70 mil o número de pessoas circulando no local entre hoje e segunda-feira, dia 18. De acordo com a concessionária que administra o local, as cidades mais procuradas são Belo Horizonte, Curitiba, Goiânia, Rio de Janeiro e São Paulo.
Já pelo Aeroporto de Viracopos devem passar 148,7 mil passageiros entre hoje e domingo. Entre os destinos mais procurados estão as capitais do Nordeste e do Norte do País, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Florianópolis, Curitiba, Vitória, cidades do Interior de São Paulo, além de Forte Lauderdale (EUA), Orlando (EUA) e Lisboa (Portugal).