Comitiva tenta reverter fechamento

A comissão de representação instalada pela Câmara de Campinas vai se reunir na próxima quarta-feira, às 10h30, com representantes da Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo (Prodesp), em Taboão da Serra, na sede da empresa que administra o Programa Poupatempo, para tentar reverter o fechamento da unidade que funcionou por 22 anos na Avenida Francisco Glicério, no Centro.  Presidente do comitê criado no último domingo, o vereador Luiz Henrique Cirilo (PSDB) informou que o grupo, composto também pelos parlamentares André Von Zuben (CIDAD), Filipe Marchesi (PSB), Gustavo Petta (PCdoB), Jorge da Farmácia (PSDB) e pastor Elias Azevedo (PSB), será acompanhado pelo secretário de Governo, Michel Abrão Ferreira, que representará o prefeito Jonas Donizette (PSB), em demonstração do seu apoio. Cirilo disse que, ontem, foram protocolados ainda ofícios pedindo que o governador do Estado de São Paulo, João Doria (PSDB), e o vice, Rodrigo Garcia (DEM), participem do encontro. A presença de ambos, entretanto, ainda não foi confirmada. “Vamos mostrar a indignação da população que já vive os prejuízos da retirada do serviço da região central. É um desserviço que o governo do Estado presta a cidade de Campinas. Estou, particularmente, decepcionado”, enfatizou. No momento, as unidades do Poutatempo estão fechadas para enfrentamento da pandemia da Covid-19, conforme informa o site do programa. “A medida evita aglomerações”, frisa o aviso. Quando reaberto, caso a situação não mude, os atendimentos presenciais ocorrerão somente na unidade do Campinas Shopping, situado no Jardim do Lago, de mais difícil acesso. Em reunião na última segunda-feira, a comissão estabeleceu como uma de suas prioridades retomar com a Prefeitura a definição de um novo espaço para instalação do serviço. O prédio central, que era considerado inadequado para modernização do atendimento, já foi devolvido ao proprietário, e os 150 funcionários dispensados. Em março deste ano, o Executivo informou que analisava, desde o segundo semestre de 2019, proposta do governo paulista para transferir o Poupatempo do Centro, para a região Noroeste, considerada a partir da área da Vila Teixeira, que abriga também o Hospital da PUC-Campinas e se estende pela Avenida John Boyd Dunlop. A mudança do imóvel era apontada, pela Prodesp, como necessária para um projeto de modernização das instalações, que exige um espaço horizontal e foca nos serviços eletrônicos e economia de recursos públicos. O aluguel do imóvel na Glicério girava em torno de R$ 120 mil por mês. Em meados de 2019, o governo estadual divulgou que havia selecionado cinco municípios, entre eles, Campinas, para testar o novo conceito. A promessa, entretanto, não foi concretizada só na cidade. Em Aguaí, Jales, Lençóis Paulista e Salto, já opera um sistema integrado chamado de balcão único, que dá mais celeridade aos procedimentos e evita a ociosidade dos colaboradores. Segundo dados disponibilizados pelo Poupatempo, em seu site oficial, cerca de 2 mil atendimentos por dia foram realizados em dias de semana, na unidade do Centro, em Campinas, em março passado – último mês que aparece na relação estatística. Aos finais de semana, a média foi de 1.159 atendimentos. Na unidade do Campinas Shopping, os números são 1.572 e 1.167, respectivamente. Porta aberta Gerente de comunicação da Prodesp, Andréa Guedes respondeu editorial publicado recentemente pelo Correio, esclarecendo que, em nenhum momento, foi mencionado que estão enceradas as discussões com a Prefeitura sobre a futura implantação do novo modelo de atendimento do Poupatempo em Campinas. “Pelo contrário, o Governo de São Paulo trabalha para ampliar a quantidade de serviços no Estado, on-line e por meio de estruturas mais modernas, enxutas e de menor custo”, destacou. Assegurou ainda que, “não haverá prejuízos à população a transferência dos atendimentos ao Campinas Shopping. A unidade tem infraestrutura adequada e capacidade para atender as demandas da cidade”. Informou também que, em 2019, ano em que o Poupatempo acelerou o processo de digitalização, houve redução de 25% nos atendimentos. “A tendência é de números em queda, já que a maioria dos serviços poderão ser realizados pela internet. Hoje, são mais de 70 serviços no portal e aplicativo Poupatempo Digital. Até 2022, serão 180”, encerrou.