saúde em crise

Comissão fará um 'raio X' do Samu

Câmara de Vereadores promete investigar deficiências no serviço, principalmente a falta de ambulâncias

Rafaela Dias/AAN
rafaela.dias@rac.com.br
21/02/2018 às 07:21.
Atualizado em 22/04/2022 às 14:03
Prefeitura garante que há licitação para compra de 7 ambulâncias, que devem entrar em operação no 1º semestre (Cedoc/RAC)

Prefeitura garante que há licitação para compra de 7 ambulâncias, que devem entrar em operação no 1º semestre (Cedoc/RAC)

A Câmara de Campinas criou segunda-feira uma comissão de representação que vai fazer um “raio X” dos serviços do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) em Campinas e apurar principalmente o número reduzido de ambulâncias que estão atendendo a casos de extrema urgência na cidade. Os parlamentares já devem se reunir nesta quarta-feira para criar um cronograma de trabalho, segundo o vereador Luiz Henrique Cirilo (PSDB). “Ficamos motivados a fazer a comissão após as denúncias na imprensa de que os cidadãos estariam sem atendimento devido e queremos respostas. Nosso objetivo é descobrir os motivos, apontar erros, negligências e também culpados, mas principalmente queremos resolver o problema” , disse. Segundo Cirilo, que vai presidir a comissão, os vereadores devem em breve visitar o Samu, além de agendar uma reunião com o secretário de Saúde. “Só o fato de ter criado a Comissão, já vai forçar a Prefeitura a tomar providências, mas no nosso papel fiscalizador vamos averiguar cada detalhe”, Para o vereador Zé Carlos (PSB), relator da comissão, é inadmissível que a situação permaneça como está. “Queremos saber como foi que o serviço chegou nesse ponto, quantas ambulâncias estão paradas e porque. Vamos descobrir ainda quais são as condições de trabalho dos funcionários”. Um sorteio que aconteceu durante a sessão ordinária da Câmara definiu ainda o vereador Filipe Marchesi (PR) como integrante da Comissão. Em 31 de janeiro, conforme noticiado pelo Correio Popular, só três ambulâncias estavam em atendimento. As demais em manutenção. Já no último dia 12, apenas uma ambulância de suporte básico estava circulando. Os três veículos, que compõem a frota da UTI, e que são de suporte avançado, também estavam em funcionamento. Os casos leves e moderados que precisaram de atendimento naquele dia e não tinham a quem recorrer eram obrigados a esperar por mais de duas horas. O problema com ambulâncias quebradas acontece há mais de um ano. Prefeitura Segundo a portaria do Ministério da Saúde que institui o Samu, o número de ambulâncias é calculado com base na quantidade de habitantes do município. No caso de Campinas, a Prefeitura informa que a cidade conta com 15 carros, 12 viaturas básicas e três avançadas, estando de acordo com a determinação. Em nota, a Administração negou que havia apenas uma ambulância circulando no dia 12. Diante da criação da comissão, o Executivo informou que está em andamento uma licitação para a compra de sete ambulâncias, que devem entrar em operação ainda no primeiro semestre de 2018. Além disso, segundo a Administração, o novo contrato para manutenção dos veículos está em processo de renovação. Mas segundo o documento, as ambulâncias do Samu continuam passando por manutenção. Ontem, o Samu estava operando com nove ambulâncias, sendo três UTIs. A administração garantiu ainda que o atendimento à população continua mantido e nenhuma urgência deixou de ser atendida. Conforme o documento, o Samu recebe, em média, 200 chamados diários, sendo que a maioria é para informações e orientações médicas, sem necessidade de ambulância. A Prefeitura informou ainda que a Secretaria de Saúde está à disposição para prestar qualquer tipo de esclarecimento à Comissão criada na Câmara. Ministério Público O vereador Tenente Santini (PSD) também cobrou o Executivo de um posicionamento. Através de um requerimento, ele solicitou informações sobre um concurso feito em 2014 para a contratação de enfermeiros/motoristas (enfermeiro de motolância). O prazo expira em dezembro desse ano e as vagas continuam abertas. Santini enviou a mesma denúncia ao Ministério Público, quando também relatou as condições de trabalho dos funcionários do Samu. “Em visita ao serviço, constatamos que os agentes estão trabalhando em péssimas condições. A situação está caótica. Temos vídeos e fotos que comprovam isso. As marmitas vêm azedas e segundo os agentes, a Prefeitura paga R$ 28,00 por cada. Cerca de 70% delas são jogadas fora diariamente.

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