DESENVOLVIMENTO

Coalizão empresarial espera fomentar economia regional

Região Administrativa de Campinas representa 19,6% do Produto Interno Bruto paulista

Edimarcio A. Monteiro/ edimarcio.augusto@rac.com.br
07/03/2023 às 09:16.
Atualizado em 07/03/2023 às 09:16
Região Administrativa de Campinas, com 90 municípios, reúne segmentos industriais nas áreas de metalmecânica, química, agroquímica, agroindústria, bens de capital, têxtil, papel e celulose, embalagens e outros (Divulgação)

Região Administrativa de Campinas, com 90 municípios, reúne segmentos industriais nas áreas de metalmecânica, química, agroquímica, agroindústria, bens de capital, têxtil, papel e celulose, embalagens e outros (Divulgação)

A criação da coalizão empresarial para fomentar o desenvolvimento econômico da Região Administrativa (RA) de Campinas, formada por 90 municípios, começará a ser discutida na próxima quinta-feira, dia 9. A data foi revelada pelo diretor titular do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) Campinas, José Henrique Toledo Corrêa, que participará da reunião, na Capital, quando será apresentado o projeto. A proposta faz parte de um programa da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico para promover o crescimento econômico nas 16 regiões administrativas do Estado, de acordo com o perfil de cada uma.

A RA de Campinas representa 19,6% do Produto Interno Bruto (PIB) paulista, ou seja, R$ 1 de cada R$ 5 de todos os bens e serviços produzidos no Estado de São Paulo sai de suas cidades. É a segunda maior participação na economia do Estado, com a liderança sendo da Região Metropolitana de São Paulo, com 51,7%. Entre janeiro e setembro de 2022, o PIB da RA de Campinas foi de R$ 476,6 bilhões, de acordo com estudo da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade). Esse valor é maior do que 21 Estados e do Distrito Federal. Fica atrás apenas de São Paulo, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Paraná, segundo a Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

Para o diretor do Ciesp, a criação da coalizão empresarial é uma oportunidade para fortalecer e desenvolver a economia da região, principalmente em um momento que a economia nacional apresenta sinais de desaceleração e também o setor produtivo paulista. “Pode nos tornar mais competitivos e ser uma alternativa diante de um cenário nacional de incertezas”, afirma o diretor titular do Ciesp Campinas. 

Ações 

O governo estadual já oficializou duas coalizões no Estado, em Ribeirão Preto e Baixada Santista, para fomentar ações conjuntas com o setor produtivo, aproveitando as vocações econômicas regionais. No caso de Ribeirão Preto, que representa 2,5% do PIB paulista, é a agroindústria, produção de alimentos e máquinas e equipamentos. Já na Baixa Santista (2,8%), é cadeia de serviços de comércio exterior, em função de contar com o maior porto da América Latina, além do turismo e polo industrial. A terceira coalizão está programada para ser criada no próximo dia 16, que é a de Região Administrativa de Sorocaba (4,8% do PIB), que conta com uma forte atividade industrial, principalmente nos setores de eletroeletrônicos, alimentos, máquinas e equipamentos, automobilístico e vestuário. 

A RA de Campinas tem uma das maiores concentrações de indústrias do País, englobando todos os segmentos - metalmecânica, química, agroquímica, agroindústria, bens de capital, têxtil, papel e celulose, embalagens e outros. A previsão do governo estadual é que as 16 coalizões empresariais do Estado estejam implantadas até setembro. 

“Vamos criar as coalizões para inserir todas as regiões administrativas no PIB paulista. Com isso, podemos direcionar os nossos programas para atender as demandas de cada região”, disse o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Jorge Lima. “Estamos preparados para fazer São Paulo voltar a ser o destaque industrial”, acrescenta.

Outras ações 

A instalação desses grupos de trabalho faz parte de um pacote de projetos em implantação pelo governo estadual para promover o desenvolvimento econômico, atrair investimentos e combater a guerra fiscal promovida por outros Estados. Somente na semana passada foram anunciadas três medidas, que incluem redução da carga tributária de setores produtivos até o final de 2024, 15 propostas de Parcerias Público-Privadas (PPPs) e assinatura de um acordo com o Movimento Brasil Competitivo (MBC). 

“A gente tem que se defender da guerra fiscal. São Paulo foi muito atacado nesses últimos anos e perdeu muitos negócios. A gente agora quer ser protagonista, a gente quer ter competitividade. Então, a gente vai ser mais agressivo e ter um conjunto de medidas de proteção”, disse o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que está no terceiro mês no mandato. 

Na segunda-feira, dia 27, ele assinou 11 decretos que concedem isenção, redução de base de cálculo, crédito outorgado ou diferimento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para vários segmentos. “Esse é um ato em prol da indústria de São Paulo. Estamos acionando todas as alavancas disponíveis para promover o desenvolvimento no Estado. A nossa caminhada vai ser no sentido de promover a reindustrialização do Estado e de promover a competitividade da indústria paulista”, afirma Tarcísio. 

Na terça, dia 28, o governo divulgou as 15 PPPs com a expectativa de gerar investimentos de R$ 180,17 bilhões. Entre as parcerias, está para a implantação do Trem Intercidades São Paulo-Campinas (TIC), que deverá receber investimentos de R$ 12,7 bilhões. Após ficar parado por anos, a previsão é o lançamento da licitação pública até junho e o contrato com a empresa vencedora sendo assinado até dezembro. 

No dia 1º de março, Tarcísio e Jorge Lima assinaram um acordo de cooperação com o Movimento Brasil Competitivo (MBC), com o objetivo de unir esforços e promover a redução do custo São Paulo, aumentando a competitividade das empresas. “Serão criados projetos para a redução do Custo São Paulo ampliando a competitividade e melhorando o ambiente de negócios, além de maior segurança jurídica, desburocratização de processos, entre outros”, diz o secretário de Desenvolvimento Econômico.

A caminho 

O governador antecipa que outras medidas estão em estudo e serão anunciadas em breve para estimular a economia em todo o Estado. “Nós vamos ter um conjunto de medidas de proteção. Esses 11 primeiros decretos que foram editados são de proteção contra a guerra fiscal, para a gente se proteger do ataque de outros Estados e poder fixar empresas em São Paulo. Fixando empresas no Estado, nós vamos ter investimentos e empregos aqui”, disse Tarcísio. 

De acordo com ele, outros benefícios tributários a serem adotadas são nas áreas de diferimento do pagamento de ICMS, a troca dos créditos retidos há muito tempo por investimentos, a redução das alíquotas desse imposto para a aquisição de bens de capital e a redução das alíquotas de forma geral para tornar São Paulo mais competitivo. O governador também diz ter propostas para incentivar a geração de empregos. 

Nessa linha, há medidas previstas para formação profissional. Entre elas, incluir no currículo escolar das escolas estaduais a disciplina de programação de computador e disponibilizar cursos técnicos para a formação de 1,5 milhão de estudantes. Nesse sentido, as escolas de nível médio serão transformadas paulatinamente em centros de formação profissional para abrir as portas do mercado de trabalho para os adolescentes. 

Outra medida será o lançamento de um programa voltado para o jovem aprendiz para facilitar o ingresso dos jovens nos empregos. Uma das ações será que o custo de inserção nas micro e pequenas empresas será subsidiado pelo governo do Estado, disse Tarcísio. Ao participar de um evento em Paulínia na quarta-feira, dia 1º, o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), disse que discutirá com o governador uma parceria para ampliar a formação de pessoal para a área de informática. 

Entre as áreas estão as de engenharia de computação, desenvolvimento de software, design e outras. “Enfim, preparar os jovens para esse novo momento”, disse ele. O ministro ressaltou que uma ação nesse campo beneficiará a região de Campinas, conhecida por reunir vários centros de pesquisa, universidades e empresas de alta tecnologia.

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