Na Rua Ernani Pereira Lopes, na região do Jd. Flamboyant, uma árvore caiu no canteiro central da via (Rodrigo Zanotto)
O campineiro pode tratar de tirar as roupas de inverno de novo do armário para passar os próximos dias. A previsão do tempo, feita pelo Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri/Unicamp, mostra uma área de instabilidade sobre Campinas, com oscilação da temperatura, manutenção das chuvas e de ventos fortes.
Indícios dessa mudança puderam ser observados na cidade desde a última quintafeira (28), quando a chuva deu as caras à tarde, depois de um dia de temperaturas elevadas. No período noturno, a água não parou de cair tanto na Região Metropolitana de Campinas (RMC) quanto no município.
A sexta-feira (29) não foi diferente, e a forte precipitação tomou o período da tarde, inclusive com a ocorrência de granizo em alguns locais. Segunda-feira (31), durante as primeiras horas do dia, o céu manteve nuvens escuras e densas e, em alguns momentos, as pancadas de chuvas marcaram presença, sendo suficientes para encher ruas e avenidas, causando lentidão no trânsito nas principais artérias da cidade.
Contudo, por volta das 14 horas o sol, mesmo que timidamente, venceu as nuvens, mas não se manteve por muito tempo.
Instabilidade
De acordo com o Cepagri, da Unicamp, a mudança do tempo pode favorecer a chegada de temporais para hoje (1˚/11) e queda brusca na temperatura. A previsão do órgão é a de que a máxima para hoje seja de apenas 20 graus celsius e a mínima, de 14 graus.
Quarta-feira (2), os casacos devem estar a postos, depois na onda de calor que atingiu a região nos últimos dias. A temperatura deverá baixar ainda mais, com máxima de 15 graus e a mínima de 12 graus.
Ainda de acordo com o órgão meteorológico, há a possibilidade da ocorrência de precipitação de granizo caso se confirme a mudança brusca de temperatura nesta terça-feira.
No entanto, a maior preocupação fica por conta das rajadas de vento, que podem atingir a velocidade de até 60 quilômetros por hora, força suficiente para trazer danos a estruturas mais frágeis e queda de árvores e galhos.
O meteorologista Bruno Bainy, do Cepagri, explica que, na virada do mês de outubro para novembro, a passagem de uma frente fria impactará áreas do interior do Brasil. Segundo ele, "a frente fria é uma faixa relativamente estreita de nebulosidade, que, geralmente, vem com chuvas bem distribuídas em uma área grande, com volumes razoavelmente homogêneos e acompanhada por temporais", explica Bainy.
O especialista esclarece ainda que somente após a passagem da frente fria é que as temperaturas podem cair de vez. "São duas coisas relacionadas, mas diferentes", pontua.
Sobre a temperatura, durante a manhã de hoje, a frente fria deverá sair da região no sentido Estado do Rio de Janeiro, centro-sul de Minas Gerais e para alguns outros estados brasileiros. É nesse momento, explica ele, que os ventos começam a ter maior volume. "O vento poderá soprar de forma contínua, mas em uma intensidade moderada/forte, numa estimativa de 30 a 35 quilômetros por hora, embora rajadas possam ocorrer, numa média de 55 km/h", acrescentou.
As temperaturas na região de Campinas, de acordo com Bainy, cairão de forma progressiva. Especialmente as temperaturas mínimas, sobre as quais Bainy faz uma consideração: "[...] esperamos que a menor temperatura da semana ocorra na passagem de quarta (hoje) para para quinta-feira (amanhã), provavelmente algo em torno de 11 graus celsius".
O frio deverá se manter na região até domingo (6), principalmente durante as madrugadas e início da manhã. "As entradas de sol, já no final de semana, permitirão que as temperaturas subam um pouquinho mais... Entretanto, até segunda-feira (7) poderemos ter temperaturas abaixo da média para o período."
Mês mais chuvoso
O meteorologista do Cepagri acredita que o mês de outubro deste ano poderá ser mais chuvoso que o de 2021. Até a manhã de ontem (31), a média de chuvas em outubro/2022 foi a de 119,4 milímetros. No ano passado, nesse mesmo período, a média foi de 121 milímetros.
Queda de árvores
A queda de árvores também é um problema que o campineiro poderá enfrentar nesta semana. O impacto das rajadas de vento e altos volumes de chuvas deixará as árvores mais vulneráveis à queda nas ruas de Campinas. O alerta foi feito pela Defesa Civil. O último domingo registrou vários episódios de queda de árvores; mas não houve feridos.
No domingo de eleições (30), foram registradas 15 quedas de árvores no município, com maior incidência na Região Norte, nove casos, três na Sul e outros três na Leste. Na região do Flamboyant, a equipe do Correio Popular, constatou árvores e galhos caídos. Na Rua Ernani Pereira Lopes, uma árvore caiu no canteiro central da rua. A Defesa Civil orienta que a população se proteja das chuvas, porque há possibilidade de alagamentos em áreas ribeirinhas e de queda de árvores.