Atividades de caráter cultural, religioso, educacional e histórico fazem parte da programação da Casa de Cultura Fazenda Roseira, em Campinas (Fabiana Ribeiro)
A Casa de Cultura Fazenda Roseira, em Campinas, foi incluída entre os dez principais roteiros ligados à cultura afro-brasileira do Estado de São Paulo. A relação dos pontos de afroturismo consta de publicação especial lançada pela Secretaria de Turismo e Viagens de São Paulo (Setur-SP). A iniciativa tem por objetivo promover a inclusão e o reconhecimento étnico-cultural do Estado, bem como impulsionar o turismo e a economia regional de comunidades, valorizando e preservando o legado cultural afro-brasileiro. A Setur-SP mantém um grupo de trabalho sobre o tema e, por meio de parcerias, vai capacitar profissionais que atuam em restaurantes, meios de hospedagem e agências de viagens para trabalharem melhor com o público negro.
A Casa de Cultura Fazenda Roseira é uma referência agregadora da cultura afro-brasileira em Campinas. A unidade está instalada em um casarão do final do século XIX que se tornou um equipamento público em 2007 por conta do loteamento da área da antiga Fazenda Roseira. O espaço é ocupado pela Comunidade Jongo Dito Ribeiro, diversos grupos e movimentos sociais e religiosos de matrizes africanas que já se organizavam em rede.
Desde 2008, a gestão da casa é feita pela Associação do Jongo Dito Ribeiro. No local são realizadas atividades culturais e educativas que valorizam a cultura, a história, a mitologia e o meio ambiente em uma perspectiva afro-brasileira. Também desenvolve ações direcionadas a alunos da rede básica de ensino e para a formação de profissionais da educação.
ROTEIROS
Os roteiros de afroturismo apresentam ao leitor quilombos históricos como o da Fazenda, em Ubatuba, no Litoral Norte, com atrações como oficinas de artesanato e gastronomia típica; e o do Cafundó, em Salto do Pirapora, onde é possível ter contato com uma língua ancestral africana e percorrer um itinerário cultural montado pela própria comunidade, que resiste e preserva costumes típicos africanos há mais de 150 anos. O espaço ainda conta com círculos de dança e cantoria conhecidos como rodas de Jongo, em que um casal interpreta os desafios da população negra no Brasil a partir da fala de quilombolas.
A publicação da Setur-SP também conta com roteiros e espaços histórico-culturais em cidades como São Paulo, nos baixos do Bixiga e Liberdade; Santos e Taubaté. O material apresenta também rotas com experiências em periferias, como no Grajaú, extremo sul da capital paulista. "Ao valorizar a cultura afro-brasileira, resgatamos a história e celebramos a riqueza cultural do nosso Estado, além de abrirmos espaço para a inclusão social e econômica das comunidades locais, fortalecendo a atividade turística estadual", afirma o secretário Roberto de Lucena, de Turismo e Viagens de São Paulo.
Segundo ele, São Paulo é um Estado multicultural que tem na comunidade negra um patrimônio fundamental para a construção da sua identidade. Dados do IBGE revelam que 41% da população paulista é negra. Em formato impresso e digital, os roteiros de afroturismo são uma iniciativa colaborativa entre a Setur-SP, a Fundação Instituto de Terras (ITESP), a Secretaria da Justiça e Cidadania, gestores públicos e privados, associações e institutos voltados para a valorização da memória e do patrimônio cultural negro.
CONHEÇA OS 10 ROTEIROS
1) Quilombo da Fazenda - Ubatuba
2) Quilombo Cafundó - Salto de Pirapora
3) Quilombo Ivaporunduva - Eldorado
4) Rota da Liberdade - Taubaté
5) Caminhada Quilombos Históricos de Santos e Caminhada do Engenho - Santos
6) Caminhada São Paulo Negra -São Paulo
7) Visão Periférica: Uma Experiência Cultural no Grajaú - São Paulo
8) Negros do Bixiga - São Paulo
9) Casa de Cultura Fazenda Roseira - Campinas
10) Museu Afro Brasil Emanoel Araújo - São Paulo
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