FRENTE POLAR À VISTA

Campinas se prepara para enfrentar frio de 6°C nesta quarta-feira

Pelo menos até o sábado, a temperatura mínima deverá ficar abaixo dos 10ºC

Ronnie Romanini
17/05/2022 às 08:17.
Atualizado em 17/05/2022 às 11:06
Mulher com o casaco nos braços, enquanto ônibus do transporte público, ao fundo, alerta para a Campanha do Agasalho deste ano, lançada pela Prefeitura na última sexta-feira (Ricardo Lima)

Mulher com o casaco nos braços, enquanto ônibus do transporte público, ao fundo, alerta para a Campanha do Agasalho deste ano, lançada pela Prefeitura na última sexta-feira (Ricardo Lima)

O frio que chegou a Campinas, depois da passagem de uma frente fria com chuvas, deve permanecer até o final de semana, sendo que, amanhã, quarta-feira, a cidade deve registrar a temperatura mais baixa em 2022, 6ºC, superando os 10,2ºC do dia 5 de maio. Pelo menos até sábado, a temperatura mínima deverá ficar abaixo dos 10ºC e a máxima não deve superar os 23ºC. A previsão era a de que o dia de hoje (terça-feira) iniciasse já com uma queda nas temperaturas, com a mínima de manhã por volta dos 12ºC e máxima em torno de 20ºC. 

Durante a tarde, a expectativa é a de que os ventos comecem a adquirir uma intensidade moderada, com velocidade média de 25 km/h, e a umidade mínima relativa do ar fique entre 20 e 30%. A partir de quarta-feira (18), o ar de origem polar aparece de forma mais presente na região, fazendo com que haja uma queda ainda maior nas temperaturas e aumento das velocidades médias do vento, podendo chegar a 40 km/h, o que é considerada de intensidade forte, e com rajadas de até 70 km/h. Nesse caso, há risco de danos a estruturas mais fragilizadas e árvores. A sensação térmica também cairá. Enqquando a temperatura mínima prevista é de 6ºC, a máxima não deverá passar de 16ºC.

"Já na noite de domingo para a segunda-feira, a frente fria passou por aqui e, na noite de segunda para terça, começa a entrada do ar mais frio. O dia amanhã (terça-feira) vai amanhecer bem mais frio, com mínima em torno de 12ºC. O maior declínio e as menores temperaturas devem acontecer no amanhecer de quarta-feira, com a previsão mínima de 6ºC. Os dias seguintes terão temperaturas na mesma faixa, mas com uma pequena elevação gradual ao longo dos dias", explicou o Bruno Bayne, meteorologista do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri) da Unicamp.

Ele também citou que essa será uma das menores temperaturas observadas pelo Cepagri no mês de maio desde 1989, ano em que começou a haver registro dos dados. "Se a previsão de fato se concretizar, com temperatura de 6ºC, 7ºC, seria uma das temperaturas mais baixas de toda a nossa série histórica. A menor temperatura, 4ºC, foi em 1990. Tivemos alguns episódios depois, com mínimas 6ºC e 7ºC , especialmente em 2003 e 2018".

Ontem, nas ruas de Campinas, algumas pessoas buscaram reforçar o estoque de roupas. Uma delas foi a proprietária de uma loja de roupas para bebês, Thaís de Jesus, de 36 anos. "Pelo jeito que o dia amanheceu, senti que ia esfriar ainda mais e já estou, com certeza, preparando-me para os próximos dias. Este ano parece que vai ser mais frio." 

O coordenador do Departamento Científico de Pneumologia da Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas (SMCC), Renê Penna Chaves Neto, alertou que a combinação de baixas temperaturas, ventos fortes e tempo seco, com baixa umidade relativa do ar, pode afetar as pessoas com ou sem problemas respiratórios.

"Não apenas a queda, mas a oscilação na temperatura mínima e máxima, associada à baixa umidade relativa do ar, pode trazer uma exacerbação em pessoas que têm doença respiratória prévia. Mesmo quem não convive com problemas anteriores tem mais chance de contrair doenças infecciosas, como gripe, resfriado e pneumonia. São doenças sazonais. Quem tem doenças alérgicas, como rinite, bronquite, asma, também é afetado. As pessoas ficam mais tempo confinadas, mexem em guarda-roupa e baús, lugares em que as roupas mais quentes ficam guardadas por um longo tempo. Isso também ajuda a desencadear as doenças alérgicas."

A dica é a de manter a hidratação, cuidar da alimentação e usar roupas que aqueçam o corpo. O pneumologista recomendou, principalmente aos alérgicos, que as roupas que ficaram guardadas por muito tempo devam ser lavadas antes de vestidas. Outra maneira de se prevenir e evitar adoecer no frio é a vacinação, como a contra a gripe, cuja campanha está em andamento em todo o Brasil. 

"A vacinação é fundamental tanto para a gripe, que cobre o vírus Influenza, como contra a pneumonia, que cobre principalmente o pneumococo, a principal bactéria responsável pela pneumonia. São vacinas distintas e importantes."

Operação Inverno e Campanha do Agasalho

Iniciada em 1º de maio, a Operação Inverno já realizou 528 atendimentos, distribuiu 751 cobertores e realizou 70 encaminhamentos de pessoas em situação de rua para abrigos. O abrigo extra da Casa da Cidadania, ampliação anunciada em 5 de maio, que começou ofertando 40 vagas, abriga atualmente cerca de 80 pessoas. 

A chegada precoce do frio levou à antecipação da Campanha do Agasalho 2022, lançada pela Prefeitura na última sexta-feira (13). Com o slogan "Inverno Mais Quente com a Ajuda da Gente", a distribuição de roupas de inverno e cobertores à população socialmente vulnerável irá até o dia 30 de julho, podendo ser prorrogada em caso de necessidade. 

Quem quiser doar, basta se dirigir a um dos postos de arrecadação espalhados por toda a cidade. Os locais podem ser conferidos no endereço eletrônico http://campinas.sp.gov.br/doeagasalho. É importante que as peças estejam em bom estado de conservação.

"O frio está chegando mais cedo e estamos alertas", disse Vandecleya Moro, secretária de Assistência Social, Pessoa com Deficiência e Direitos Humanos de Campinas. Segundo a Pasta, uma das principais dificuldades é a doação de roupas masculinas, que chegam em pouca quantidade. As doações de vestuário e cobertores serão encaminhadas aos serviços que atendem a população em situação de rua, serviços localizados nos bairros (Cras), abrigos municipais e para entidades parceiras da Prefeitura de Campinas. Serão pelo menos 100 pontos de coleta de doações durante a campanha. 

Outras cidades, como Hortolândia e Valinhos, também estão realizando busca ativa por pessoas em situação de rua para acolhimento e oferta de abrigo temporário diante da queda brusca de temperatura na região.

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