Maria Angélica Pyles
Hoje, Campinas perdeu Maria Angélica Pyles, fundadora dos Patrulheiros de Campinas.
Empresária e entusiasta de diversos projetos sociais, Maria Angélica dedicou grande parte de sua vida ao trabalho de apoio ao próximo.
A história dos Patrulheiros com Maria Angélica começou em 1966, quando ela e Roland Peres, então juiz substituto da Primeira Vara Criminal e de Menores, trouxeram o conceito de patrulheirismo para Campinas. Em 1968, foi fundada a Entidade Patrulheiros Mirins de Campinas, cuja primeira sede ficava no subsolo do Palácio da Justiça. Nesse mesmo ano, formou-se a primeira turma de patrulheiros: 16 jovens que passaram por um curso de formação durante três meses.
A administração da entidade passou a ser feita, em 1970, por membros do Rotary Club de Campinas Sul. Nesse ano, foi inaugurada a sede própria, uma área de 19.000 m² doada pela Prefeitura de Campinas. Pouco tempo depois, a primeira turma de patrulheiras formou-se, marcando um avanço significativo para a presença das mulheres no mercado de trabalho, ainda dominado por homens.
Em 2010, a entidade passou a contar com um novo prédio equipado com dez salas de aula, biblioteca, laboratório de informática e espaço para eventos. Foi também em 2010 que a entidade alterou sua razão social para "Centro de Aprendizagem e Mobilização pela Cidadania", mantendo a sigla CAMPC e o nome fantasia "Patrulheiros Campinas".
Atualmente, a entidade apoia 880 adolescentes que atuam em 140 empresas parceiras, e forma cerca de 150 jovens a cada 45 dias, com a meta de aumentar esse número para 1.200. Esse trabalho social proporciona uma alternativa aos jovens em situação de vulnerabilidade, muitos deles oriundos de famílias de baixa renda e estudantes de escolas públicas.
A instituição mantém as portas abertas à sociedade, empresas e entidades, incentivando ações de colaboração, como palestras, oficinas e doações de livros, roupas, mantimentos e equipamentos.
GRATIDÃO
Esse repórter que escreve foi um dos milhares de adolescentes que passaram pela instituição.
Fui patrulheiro no começo da década de 2000. Trabalhei em uma grande empresa de Campinas, pude ajudar com as despesas de casa, e também terminar de moldar meu caráter e formar minha ética profissional, além de ter feito amigos para a vida toda.
Consegui ser efetivado na empresa e com isso tive a vida transformada. Graças a isso pude cursar a tão sonhada faculdade de jornalismo.
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