Os heróis da Revolução Constitucionalista de 1932 foram lembrados em Campinas na manhã desta terça-feira, data que marca o início da Revolução naquele ano, quando civis e militares lutaram contra a ditadura do Governo Provisório de Getúlio Vargas. A solenidade aconteceu em frente ao mausoléu do soldado constitucionalista, no Cemitério da Saudade, onde estão enterrados 16 ex-combatentes campineiros, e contou com a presença de dezenas de pessoas que tiveram a oportunidade de conhecer um pouco mais da história.
Apenas um veterano de Campinas da Revolução Constitucionalista ainda é vivo. Natalino Antonio Augusto, que está com 103 anos, participou das homenagens no aniversário de 81 anos do conflito armado, vestido com farda de gala. Assistiu à execução de hinos e marchas - executados por uma banda regimental da Polícia Militar - e foi um dos ganhadores da Medalha Constitucionalista. Outro homenageado foi José dos Santos Marques, o José Lamparina, chefe dos Escoteiros de Campinas.
A Revolução de 1932 foi uma guerra civil em que o Estado de São Paulo se revoltou contra a ditadura do então presidente Getúlio Vargas. Por mais que tenha sido derrotada no campo de batalha, a Revolução constitucionalista foi importante para a formação da identidade paulista e também para pressionar por nova Constituição.
Na leitura da Ordem do Dia, o comandante de Policiamento do Interior, coronel Carlos de Carvalho Júnior destacou que o movimento foi reverenciado por ter sido o mais importante evento cívico e militar do Estado de São Paulo. "E nesse ano o momento é marcante porque a sociedade brasileira voltou a ver os jovens protestando nas ruas em busca de melhorias e muitos clamores populares já foram ouvidos. A Polícia Militar apóia os movimentos pacíficos, mas continuará agindo com a energia necessária contra a ação de vândalos" , garantiu.
O comandante lembrou ainda que os heróis de 1932 têm sua memória preservada e devem servir de inspiração para os jovens de 2013 para uma luta pacífica.
Dois momentos especiais da celebração deixaram o público emocionado. De trás do mausoléu, apareceram soldados representando cada um dos combatentes campineiros, marchando e com um rifle nos ombros, vestindo uma farda de época. Eles permaneceram em posição de sentido na frente do movimento. A cada nome chamado dos soldados mortos, o representante respondia "presente" .
Outro momento de emoção foi ao som da corneta com o Toque do Silencio, no momento em que dois escoteiros depositaram uma coroa de flores no mausoléu.
A solenidade foi encerrada com a declamação de um poema de Guilherme de Almeida "Bandeira de Minha Terra" , pela poetiza Arita Pettená.