O gasto com placas de trânsito em Campinas custa, em média, R$ 1,3 milhão por mês para os cofres públicos da Prefeitura. De acordo com dados da Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec), cerca de R$ 78,5 milhões foram investidos nos últimos cinco anos (2013 a 2017) para trocar, reparar ou modernizar as placas de trânsito no Município. Somente em agosto e setembro deste ano, 297 novas sinalizações precisaram ser recolhidas pela empresa de economia mista para passarem por serviços de melhorias em decorrência da deterioração por ação do tempo, acidentes ou atos de vandalismo — esse último, representa aproximadamente 10% deste total. Mesmo com tanto investimento, andar pelas ruas e avenidas de Campinas e encontrar inúmeras placas de sinalização de trânsito em péssimo estado de conservação não é difícil. Apesar de muitas vezes passarem despercebidas por quem está acostumado aos caminhos dentro do Município, as placas danificadas podem ser encontradas em vários lugares, desde ruas com pouco fluxo de veículos até avenidas movimentadas. Em ambos os casos, o descaso público atrapalha os usuários que dependem das vias para se locomover. Exemplos No Jardim do Vovô, um percurso de menos de 600m entre as ruas José Gabriel Martins e Antônio Nunes dos Santos, por exemplo, possui três sinalizações de trânsito em situação deplorável: uma placa de 30km e uma de restrição de passagem de veículos longos penduradas e prestes a cair em qualquer instante. No trajeto, há ainda uma lombada completamente sem tintura e a placa que deveria sinalizar a existência da obstrução está bastante desgastada. Na Vila Padre Manoel de Nóbrega, várias ruas apresentam problemas em sua sinalização — uma delas na Rua Corruíra. A pista é sentido duplo — ida e volta — e possui uma lombada. Para auxiliar os motoristas a não passarem “com tudo” por cima delas, há sinalizações nos dois sentidos da via. Entretanto, encontram-se enferrujadas e sem manutenção. Outra sinalização com problemas, e que prejudica a tomada de decisão dos motoristas, está localizada no Jardim Londres, em um trevo que liga as ruas Rodolpho Liner e José Amâncio Cucatti. O local possui uma placa totalmente em branco com uma faixa em vermelho proibindo os veículos de fazer algo impossível de ser identificado. A Avenida Transamazônica, no Jardim Garcia, também é um prato cheio para reclamações. O local contém inúmeras sinalizações em péssimo estado de conservação. Há placas enferrujadas, tortas e, até mesmo, indecifráveis. Na altura do número 997, por exemplo, uma placa de sinalização de lombada está deteriorada. O motorista que passa pelo local não consegue identificar qual é a distância que a obstrução está da placa em questão. Emdec diz que faz manutenção regularmente A Emdec informou, em nota enviada à reportagem, que realiza, de forma periódica e constante, a manutenção da sinalização viária, tanto vertical (placas), como também horizontal (pintura de solo, tachões, etc.) do Município. A empresa ressaltou também que a população pode relatar problemas pontuais, pelo telefone 118 ou pelo site da própria Emdec, na seção: Fale Conosco. Ainda é possível registrar a reclamação pelo Serviço 156, da Prefeitura Municipal de Campinas. E pelo Colab, serviço on-line voltado ao atendimento de reivindicações da população. SAIBA MAIS Em 2017, a Emdec arrecadou cerca de R$ 90 milhões em multas. Desse montante, a empresa de economia mista aplicou os recursos em ações e projetos nas áreas de educação, fiscalização, sinalização e planejamento, conforme prevê o Artigo 320 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) e em consonância com a Resolução Nº 638/2016 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran). Os investimentos em sinalização de trânsito só não foi menor do que o valor destinado à educação de trânsito: R$ 18,2 milhões contra R$ 1,5 milhão, respectivamente. Em contrapartida, os investimentos em fiscalização, como radares, foram disparados os mais altos, cerca de 42,1 milhões. OS NÚMEROS Investimento em sinalização nos últimos cinco anos - 2013 a 2017 (Valores aproximados) 2013 R$ 9,7 milhões 2014 R$ 11 milhões 2015 R$ 23,3 milhões 2016 R$ 16,3 milhões 2017 R$ 18,2 milhões TOTAL: R$ 78,5 milhões Fonte: Portal da Transparência/Emdec