Campinas ganha novos espaços de inovação em agronegócio

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), inaugurou na quarta-feira (22), em Campinas, os dois primeiros espaços AptaHubs com foco no agronegócio. São o Gramado e o Itapura, que fazem parte de seis unidades a serem instaladas no Estado para receber startups, empresas e projetos tecnológicos inovadores. O objetivo é criar uma rede de ambientes e inovação de desenvolvimento de soluções tecnológicas para ampliar a competitividade e sustentabilidade do setor. Os interessados em ocupar esses espaços se inscreveram até o final de outubro e o processo está em fase de seleção.

Além dos espaços físicos, o Programa de Residência AptaHub vai oferecer mentorias, direcionamentos estratégicos, eventos, workshops, benefícios e conexões entre pessoas de diversas áreas e organizações do ecossistema de ciência, tecnologia e inovação do agronegócio, além de também fornecer acesso aos pesquisadores dos institutos de pesquisa vinculados à Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), órgão da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento. As outras unidades serão instaladas em São Paulo, Ribeirão Preto e Santos.

As empresas e projetos selecionados poderão usufruir gratuitamente das atividades programáticas e das instalações até 30 de julho de 2024. “O AptaHub vai capilarizar a inovação. Nós temos um modelo que vai trazer financiamento, investimento, levar tecnologia para o campo também para quem não tem acesso, para o médio e pequeno (produtor)”, disse Tarcísio de Freitas.

Também foi inaugurado o Ambiente de Inovação Alysson Paolinelli, que ocupará parte do Escritório de Negócios Tecnológicos do AptaHub instalado na sede de Agência Paulista de Tecnologia, em Campinas. Falecido em 29 de junho passado, Paolinelli foi ministro da Agricultura e considerado o pai da revolução agrícola tropical, o que transformou o país em uma potência nesse setor e garantiu sua autossuficiência na produção de alimentos.

AGROCLIMA E PRÊMIO

Durante a inauguração, o secretário estadual de Agricultura e Abastecimento, Guilherme Piai Filizzola, anunciou que, a partir de janeiro próximo, o órgão passará a divulgar boletins quinzenais de “agroclima” voltados para os produtores rurais de todo o Estado. Eles serão específicos para cada uma das 14 Regiões Administrativas paulistas e trarão informações sobre a meteorologia dos últimos 15 dias, previsões para a próxima quinzena (voltadas para o agronegócio), além de orientações e cuidados a serem tomados para garantir a produtividade e qualidade da produção.

Na sede do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), o governador participou ainda do anúncio dos ganhadores do 22º Concurso Estadual Qualidade do Café São Paulo, que foi dividido em quatro categorias. Os primeiros colocados foram José Adil Bragion (café produzido por via natural), Luís Eduardo Moreira Junqueira (via úmida), Tiago Donizete Rodrigues (fermentado) e João Paulo Ribeiro Capobianco (orgânico).

Eles receberam troféu, diploma e a medalha Alcides Carvalho, nomeada em homenagem ao pesquisador do IAC, falecido em 1993, que dedicou 52 anos ao estudo da genética do café. Ele foi responsável pelos 65 cultivares desenvolvidos pelo instituto e que hoje ocupam 90% das plantações do café tipo arábica do Brasil.

“A partir do momento que você faz uma premiação dessa natureza, você abre a porta de alguns mercados para esses cafeicultores. Nós acabamos divulgando esse trabalho e estimulando mais produtores a investir em qualidade, agregar novos valores ao seu produto”, explicou o governador. Ele lembrou que o Estado se desenvolveu a partir da cafeicultura e a ferrovias foram implantadas por causa dessa atividade.

O Estado deve colher, neste ano, cinco milhões de sacas de café, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). São Paulo é o terceiro maior produtor nacional, atrás apenas de Minas Gerais e Espírito Santo. O governo fez ainda entrega de 100 kits de combate a focos de incêndios florestais para municípios do interior paulista. O conjunto é formado por tanques rígidos e motobombas. Segundo Tarcísio, medidas como essa fizeram o Estado reduzir de cerca de 5 mil focos registrados em 2022, que consumiram 7 mil hectares de vegetação, para algo em torno de 1 mil este ano, que atingiram 800 hectares. “O investimento em prevenção funciona”, concluiu.