Campinas tem uma população de 133.810 pessoas acima de 60 anos, segundo último levantamento do IBGE (Leandro Ferreira/AAN)
O Instituto de Longevidade Mongeral Aegon lançou a segunda edição do Índice de Desenvolvimento Urbano para a Longevidade (IDL) que tem como objetivo avaliar o preparo de 876 municípios brasileiros para o envelhecimento da população. Presente no estudo, Campinas está em 11º lugar no ranking de grandes cidades, que é composto pelos 300 municípios brasileiros com maior número de habitantes analisados no estudo. No ranking anterior, a cidade aparecia na 10ª posição. De acordo com os resultados, que levam em consideração 50 indicadores, o município apresenta preparo satisfatório para a longevidade. O último levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2010, indicou que Campinas tinha uma população de 133.810 pessoas acima dos 60 anos, das quais, 19.487 tinham mais de 80 anos — o equivalente a 14,56%. “O papel do IDL é ser uma ferramenta prática que contribua diretamente para que os gestores públicos desenvolvam políticas que melhorem a qualidade de vida nas cidades. Da mesma forma, é um importante aliado para que a sociedade conheça de forma objetiva a realidade de seus municípios e, com isso, possa escolher melhor os seus próximos representantes, principalmente em um ano de eleição municipal”, explica Henrique Noya, diretor-Executivo do Instituto de Longevidade Mongeral Aegon. O IDL é um índice que avalia a qualidade e a oferta de serviços e infraestrutura urbana nos municípios brasileiros. Ele é composto por 50 indicadores públicos que são agrupados em sete variáveis (Cuidados em Saúde, Bem-estar, Finanças, Habitação, Educação e Trabalho, Cultura e Engajamento e Indicadores Gerais). Campinas teve destaque nas variáveis Finanças (9ª classificação), Habitação (20ª) e Educação e Trabalho (22ª). A avaliação apresenta o desempenho da cidade nas diferentes áreas analisadas pelo IDL. Quanto mais próximo de 100, melhor o resultado obtido. Na Habitação, Campinas teve nota 67, na edição anterior, em 2017, tinha atingido 54; na Saúde caiu de 56 para 25; em Bem-Estar subiu de 52 para 78; em Cultura e Engajamento caiu de 66 para 62; em Educação e Trabalho subiu de 79 para 83; em Finanças caiu de 78 para 53; em Indicadores Gerais aumentou de 68 para 75; e, por fim, no Ranking Geral subiu de 76 para 78. Foi apontado pelo estudo que o bom desempenho em Finanças coloca Campinas em 11º lugar no índice de Desenvolvimento Urbano para Longevidade. A demanda por serviços financeiros faz Campinas ser caracterizada por ter a 6ª rede bancária entre as cidades grandes, além de uma das 10 maiores arrecadações de tributos. O rendimento de pessoas idosas é um dos 15 maiores. Além de Finanças, Habitação e Educação e Trabalho merecem destaque para o Município. Campinas está entre as 10 cidades de maior oferta de instituições de longa permanência para idosos. Os estudantes de Campinas são submetidos a uma das maiores médias de horas diárias de aula, o que é atestado pelo desempenho da cidade segundo o índice Firjan de educação. Dentro de Finanças, no indicador Número de agências bancárias, Campinas ficou na 6ª posição; em Rendimento da população entre 60-69 anos, alcançou a 13ª posição, por exemplo. Ainda segundo o estudo, o desempenho em Cuidados de saúde proporcionado em Campinas pode ser melhorado se for dedicada uma atenção especial a exames de mamografia, já que o município está fora do conjunto de 200 cidades de melhor desempenho nesse indicador. A respeito de Indicadores Gerais, Campinas não figura entre as 100 cidades de melhor desempenho, isso em consequência principalmente da relativamente elevada concentração de renda (entre as 50 mais concentradas das 280 cidades grandes) e da ocorrência de acidentes de trânsito com mortes, estando Campinas fora do conjunto de 100 cidades mais bem avaliadas nesse quesito. De acordo com a assessoria do instituto, é preciso observar que em variáveis onde Campinas teve um ranking mediano — por exemplo, Indicadores Gerais na 118ª classificação — a pontuação não necessariamente foi ruim. “Neste caso, a cidade obteve escore 75,3 em um total de 100 pontos. O destaque negativo da cidade de fato ficou na variável Cuidados de Saúde, onde a classificação e a pontuação foram ruins (172ª classificação e escore 25,2 em um total de 100), indicando a necessidade de maiores investimentos nesta área”, diz. Na Saúde, por exemplo, Campinas ficou na 10ª posição em relação ao número de médicos, mas na posição 203 no ranking de mamografias realizadas. À frente de Campinas, entre as 10 melhores cidades no IDL 2020, estão São Caetano do Sul (1º), Santos (2º), Porto Alegre (3º), São Paulo (4º), Florianópolis (5º), Niterói (6º), Rio de Janeiro (7º), Atibaia (8º), Catanduva (9º) e Americana (10º). O estudo completo pode ser acessado em https://institutomongeralaegon.org/longevidade-e-cidades/idl/brasil/sudeste/campinas. Secretaria da Saúde afirma que desconhece o estudo A Secretaria de Saúde de Campinas informou que desconhece o estudo e sua metodologia. “Em relação às mamografias, o levantamento não reflete a realidade do SUS Municipal, que disponibiliza, mensalmente, 4,4 mil vagas para a realização do exame. As mamografias são realizadas no Hospital de Amor e no Hospital da PUC, ambos por meio de convênios com a Prefeitura de Campinas. Não há filas para o exame”, afirmou. Além disso, ressaltou que o Ministério da Saúde indica as mamografias a partir dos 50 anos de idade. “Em Campinas, no SUS municipal, os exames são indicados a partir dos 40 anos, ou seja, dez anos antes. O município mantém campanhas de informação, educação e mobilização social, como a do Outubro Rosa, para alertar as mulheres sobre a importância de realizar a mamografia”, finalizou.
