NOVOS POSTOS

Campinas é a segunda cidade paulista que mais gera empregos no Estado

Levantamento da Fundação Seade apontou saldo positivo de 12,3 mil vagas em 2023, atrás apenas da Capital

Paulo Medina/ paulo.medina@rac.com.br
07/02/2024 às 08:38.
Atualizado em 07/02/2024 às 08:38
Desempenho em 2023 foi 9,9% inferior a 2022, quando 14.670 novos postos de trabalho foram criados; mesmo assim, Campinas superou Guarulhos, 2ª maior cidade paulista, em 2023 (Rodrigo Zanotto)

Desempenho em 2023 foi 9,9% inferior a 2022, quando 14.670 novos postos de trabalho foram criados; mesmo assim, Campinas superou Guarulhos, 2ª maior cidade paulista, em 2023 (Rodrigo Zanotto)

Levantamento realizado pela Fundação Sistema de Análise de Dados do Estado de São Paulo (Seade) revela que Campinas é a segunda cidade paulista que mais abriu vagas de trabalho em 2023. A metrópole ficou atrás apenas da capital paulista no saldo de empregos gerados. O resultado foi obtido mesmo com uma leve redução do saldo de vagas comparado a 2022, de acordo com o Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

Segundo a pesquisa, Campinas encerrou 2023 com saldo positivo de 13.205 postos de trabalho, 9,9% menor em relação a 2022, quando fechou aquele período com 14.670 vagas. Campinas superou Guarulhos, a segunda maior cidade paulista, no saldo do emprego. O ano terminou com 12.706 oportunidades criadas. A capital paulista finalizou o ano passado com 132.263 novos postos de trabalho.

A Região Metropolitana de Campinas (RMC) concentra sete municípios entre os 43 que mais criaram empregos no ano passado dentre as 645 cidades paulistas. Campinas e a Região Metropolitana foram responsáveis pela geração de 7,3% do saldo estadual de emprego com carteira assinada. O crescimento do setor de serviços e a execução de programas de atração de empresas e recuperação fiscal são citados como responsáveis diretos pelo resultado.

Conforme o ranking estadual, na região, depois de Campinas, Paulínia aparece na 12ª colocação estadual, com 4.318 vagas geradas. Indaiatuba vem na 19ª posição estadual, com 3.815 oportunidades. Sumaré é a 35ª, com 1.958, Jaguariúna a 38ª, com 1.588 e Hortolândia a 43ª, totalizando 1.525 vagas.

Campinas e RMC fecharam 2023 com saldo positivo de emprego em 28.838 vagas. O Estado de São Paulo registrou o maior saldo de vagas formais entre as 27 unidades da federação. Foram gerados 390.719 postos com carteira assinada, mais que o dobro dos estados que ficaram em segundo e terceiro lugar, respectivamente Rio de Janeiro (160.570 postos) e Minas Gerais (140.836 postos). O Estado de São Paulo foi responsável por criar 26,3% das vagas em 2023.

FEIRÃO DE EMPREGO

Uma das iniciativas para fomentar a empregabilidade em Campinas é a realização do Feirão de Emprego e Oportunidades, que aconteceu na terça-feira (6) no saguão do Paço Municipal da Prefeitura. O secretário de Trabalho e Renda, Artur Orsi, destacou os feirões realizados para ampliar a oferta de vagas em Campinas. Ele falou da parceria com as empresas no Feirão e que, pela primeira vez, há empresas que fazem a entrevista e contratam o candidato logo após o primeiro atendimento feito pelo Centro Público de Apoio ao Trabalhador (CPAT), no caso de ele se encaixar no perfil buscado pela companhia.

"Eles já fazem a entrevista e saem contratados. Esse é um grande avanço na mobilização que estamos fazendo para que a pessoa não tenha que ir na empresa fazer a entrevista. Poupa o tempo, traz agilidade e dá maior resolutividade. Além disso, a pessoa que vem aqui quer um emprego e precisa de um curso de qualificação. Temos mais de 2 mil cursos de qualificação gratuitos em parceria com empresas e com o Sebrae”, disse.

Orsi creditou o resultado de empregos em Campinas a programas de incentivo, de atração de empresas e de recuperação fiscal. “O programa desenvolvido pela Administração Municipal, incentivando a reativação das indústrias, principalmente em função dos problemas gerados pela pandemia, aumentou a oferta de empregos. São programas de recuperação fiscal, de atração de novas empresas,de repactuação de dívidas e programa que oferece créditos para empresas. Eles ajudaram na pujança de empregos na cidade, e o CPAT aprimorou a sua capacidade de captação ativa junto às empresas. Não ficamos aguardando, nós vamos atrás das empresas pedir as vagas e para ter mais parceiros. Inclusive, (vamos atrás de) vagas para pessoas com deficiência. Diversificamos bastante para trazer o máximo de oferta de emprego disponível para Campinas.”

A economista da PUC-Campinas, Eliane Rosandiski, pontuou a importância do setor de serviços em Campinas para explicar a posição de segunda cidade que mais empregou em 2023. “Campinas se posiciona fortemente na geração de empregos na área de serviços. Eles se beneficiam na região, e Campinas complementa a dinâmica da RMC no setor. Há a presença de indústrias, mas dentro de serviços há uma segmentação diversa, como serviços de TI, informática... Há uma oferta crescente de serviços relacionada à complementação da atividade produtiva, uma oferta de mão de obra terceirizada para a indústria, mas dentro do ramo de serviços, como contabilidade, advocacia, e serviços conectados com atividades menos intensivas de conhecimento, como operadores de linha de montagem, embaladores e técnicos de operações industriais, com contratos flexíveis e temporários”, ponderou.

No Feirão de Emprego realizado na terça-feira (6), cerca de 300 senhas para atender candidatos a 480 oportunidades se esgotaram em um período de apenas uma hora, ainda pela manhã. Isso porque as senhas eram limitadas, portanto a fila se iniciou na madrugada e, por volta das 9h, quem chegou primeiro pôde ser atendido mais rápido e receber o encaminhamento para as vagas.

Desempregado há um mês, o morador do Jardim São Pedro de Viracopos, Erik Fernandes, de 19 anos, saiu do Feirão com uma entrevista agendada. Ele procura um trabalho como operador de máquinas. “O atendimento foi ótimo, eu consegui uma entrevista. (O Feirão) facilitou e economizou meu tempo, é rápido para quem procura um trabalho."

Da Vila Padre Anchieta, o autônomo Caetano Manoel da Silva Filho, de 62 anos, busca um emprego fixo com ganhos regulares. Ele deixou o Feirão com uma entrevista encaminhada para a área de logística. “Vai ser amanhã (hoje). Eu já quero ser contratado e ficar por lá mesmo. Esse Feirão agiliza a relação entre empresas e candidatos para as vagas”, relatou Filho, que também está aberto a oportunidades como motorista e auxiliar de almoxarifado.

Parada há seis meses, Rosimere Soares, que completa 33 anos hoje, fez duas entrevistas e aguarda as respostas com a expectativa de uma contratação. “Fiz as entrevistas para auxiliar de produção e manuseio de frios em uma rede de hortifruti. Cheguei às 7h30 e a fila já estava grande. Peguei as senhas e fiz as entrevistas”, contou a moradora da região central de Campinas.

As empresas também chegaram ao Feirão com o desafio de encontrar candidatos com os perfis ideais e fechar de 30 a 40 contratações.

Coordenador de Recursos Humanos de uma empresa da área de telecomunicações, Felipe Lopes, de 31 anos, explicou que o setor de internet vive uma expansão especialmente no pós-pandemia. Ele buscou a contratação de 40 candidatos no Feirão. “Nosso ramo é de internet e temos tido flexibilidade, pois não estamos conseguindo candidatos com escolaridade maior. Queremos fechar 40 vagas para consultor de venda externa e instalador e reparador de fibra óptica. Temos seis contratados até o momento (por volta das 10h40)”, comentou. O salário é de R$ 1.800, com adicional de 30% de periculosidade. A expectativa dele para o segundo semestre é manter o ritmo de novas contratações.

Analista de Recursos Humanos da rede de hortifruti Oba, Marina Menossi, de 31 anos, “mirou” de 20 a 30 novos colaboradores para as funções de operador de caixa, repositor, entre outros. “Fizemos bastante entrevistas. O legal desse evento é colocar a empresa e destacá-la para as pessoas conhecerem mais o nosso trabalho”, comentou. “Como temos uma parceria com o CPAT e todo mês fazemos um processo seletivo com eles, fui agendar na semana passada a seleção e fomos convidados a participar desse Feirão”, disse.

QUEDA NO DESEMPREGO

O Correio Popular mostrou recentemente que Campinas e a RMC reduziram a taxa de desemprego entre a População Economicamente Ativa (PEA). Tanto na metrópole quanto na RMC, o índice de desemprego é o menor desde 2014, de acordo com levantamento da Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic). Economistas destacaram as contratações de fim de ano e a reação do mercado frente a políticas públicas, como o Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), para justificar a queda da desocupação. Campinas registra um índice de desemprego de 7,92% na PEA, totalizando 63.999 pessoas sem trabalho. Em 2022, eram 73.797 trabalhadores em busca de oportunidades no mercado, compreendendo uma taxa de 9,34% da população ativa. Na RMC, em 2023, a taxa de desocupação de dezembro ficou em 7,05%, abrangendo 162.121 moradores que procuravam emprego na ocasião. Na mesma época de 2022, eram 196.039 pessoas nessa condição, ou 8,68% da PEA, nas 20 cidades. Em dezembro de 2014, segundo a Acic, as taxas registradas de desemprego foram de 6,75% em Campinas e 6,62% na RMC.

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