De todos os incêndios captados pelo Instituto Nacional de Pesquisas (Inpe) em Campinas durante a Operação Estiagem, 141 aconteceram em maio; queda da umidade relativa do ar e vegetação mais seca, características típicas desta época do ano, aumentam o risco de queimadas (Kamá Ribeiro)
A Defesa Civil de Campinas apresentou na manhã de ontem mais um balanço parcial da Operação Estiagem. De 1º de maio até 22 de julho, última segunda-feira, foram captados 257 focos de incêndio na cidade por meio de imagens de satélite do Instituto Nacional de Pesquisas (Inpe). Mais da metade desses incêndios aconteceram na primeira quinzena do mês de março, conforme publicado em 16 de maio pelo Correio Popular. Na ocasião, o balanço da Operação Estiagem revelou 141 focos de incêndio apenas entre os dias 1º e 15 de maio. No novo balanço parcial feito pela Defesa Civil também foram emitidos boletins sobre a baixa Umidade Relativa do Ar (URA) e de altas temperaturas.
A baixa umidade do ar deixou Campinas em Estado de Alerta, quando a URA fica abaixo de 20%, anteontem. Nesse dia, o índice chegou a 18,5%, de acordo com o Instituto Agronômico de Campinas (IAC). "O ideal, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), é que a umidade fique acima de 60%", destacou o coordenador regional e diretor da Defesa Civil de Campinas, Sidnei Furtado. "É importante tomar algumas medidas quando a URA está baixa, como consumir bastante água, umidificar o ambiente com toalhas molhadas, regar os jardins e se proteger do sol", aconselhou. Durante a Operação Estiagem, a Defesa Civil emitiu 27 boletins de baixa Umidade Relativa do Ar (URA), 23 deles de Estado de Atenção (quando o índice fica abaixo de 30%) e 4 de Estado de Alerta.
Nesta época do ano, com a queda da umidade relativa do ar, a vegetação fica mais seca e aumenta o número de queimadas, segundo o tenente Borges, do Corpo de Bombeiros. “O incêndio sempre começa com uma ação do homem, nunca sozinho”, disse Borges.
Ele lembra que se alguém for visto ateando fogo em terrenos e mata, deve ligar para o 190 da Polícia Militar e fazer a denúncia. “O principal é a realização de ações preventivas para manter os terrenos limpos, não jogar lixo em terreno baldio, não fazer a queimada da folha que foi varrida, da grama que cortou ou do lixo, porque normalmente são essas coisas que desencadeiam incêndios grandes em áreas de vegetação, e pode atingir até residências”, explicou o tenente. Borges lembrou que como a Umidade Relativa do Ar está baixa, qualquer foco de incêndio favorece a piora da qualidade do ar, o que pode desencadear doenças respiratórias na população.
Outro dado mostra uma diminuição considerável no número de dias frios na comparação com 2023. No mês de junho foram emitidos quatro boletins de baixa temperatura, quando os índices ficaram abaixo de 13 graus centígrados. Nos primeiros dois meses da Operação Estiagem do ano passado foram emitidos 34. No mês de maio, também houve emissão de quatro boletins de onda de calor e 12 de altas temperaturas, sendo que o maior índice registrado foi de 34,6 graus centígrados (˚C), no dia 4 de maio.
A Operação Estiagem 2024 ocorre todos os anos entre o dia 1º de maio até 30 de setembro. Durante esses quatro meses, período mais seco do ano, quando aumenta o risco de incêndio em área de cobertura vegetal, baixa a vazão dos mananciais e a umidade relativa do ar, e há quedas bruscas de temperatura, as ações de prevenção e monitoramento são intensificadas na cidade. A operação foi oficializada pelo Decreto n˚ 23.324, publicado no Diário Oficial do Município (https://portal.campinas.sp.gov.br/ diario-oficial).
QUANDO A UMIDADE RELATIVA DO AR DEMANDA MAIOR CUIDADO?
Estado de Atenção: URA entre 21 e 30% – quando o índice fica abaixo de 30%, além das orientações passadas pelo diretor da Defesa Civil, também deve-se evitar exercícios físicos ao ar livre entre 11 e 15 horas.
Estado de Alerta: URA entre 12 e 20% – é preciso observar as recomendações do estado de atenção; evitar aglomerações em ambientes fechados; usar soro fisiológico para olhos e narinas.
Estado de Emergência: URA abaixo de 12% – além de observar as recomendações para os estados de atenção e de alerta; determinar a suspensão de atividades que exijam aglomerações de pessoas em recintos fechados, entre 10h e 16h; durante as tardes, manter com umidade os ambientes internos, principalmente quarto de crianças, hospitais etc.
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