VALEU, ZÉ GOTINHA!

Campinas avança na campanha de vacinação contra a Poliomielite

Meta deste ano é imunizar ao menos 95% das crianças de 1 a 4 anos; ontem foi o último dia da aplicação via gotinha

Luiz Felipe Leite/luiz.leite@rac.com.br
09/06/2024 às 08:49.
Atualizado em 09/06/2024 às 08:49
A partir do segundo semestre de 2024, o esquema vacinal e a dose de reforço serão administrados exclusivamente por via intramuscular, deixando de ser realizados via oral (Kamá Ribeiro)

A partir do segundo semestre de 2024, o esquema vacinal e a dose de reforço serão administrados exclusivamente por via intramuscular, deixando de ser realizados via oral (Kamá Ribeiro)

O Dia D de vacinação contra a Poliomielite mobilizou a população de Campinas ontem, 8 de junho de 2024. Organizado pela Secretaria Municipal de Saúde, o evento contou com 14 centros de saúde, a Lagoa do Taquaral, uma igreja, quatro shoppings e seis supermercados que receberam equipes para a aplicação do imunizante.

As doses são destinadas a crianças de até quatro anos. Segundo a Prefeitura, os locais foram escolhidos devido ao elevado fluxo de visitantes, o que facilita a adesão à campanha iniciada em 27 de maio. A meta deste ano é imunizar pelo menos 95% das crianças de 1 a 4 anos em Campinas, um grupo estimado em 57 mil pessoas. Para essas crianças, a vacinação é indiscriminada, ou seja, mesmo quem já tem o esquema vacinal completo deve receber a dose oral. Na primeira semana da mobilização contra a pólio, foram aplicadas 2.135 vacinas nesta faixa etária.

Para crianças menores de um ano, a atualização do esquema vacinal é realizada, se necessário, com a dose injetável, cuja cobertura vacinal de rotina em 2023 foi de 92,8%. Por isso, não há uma meta específica para esta faixa etária.

Até o fechamento desta edição, a Secretaria Municipal de Saúde de Campinas não havia divulgado o balanço de crianças vacinadas no Dia D. Moradora da Vila Itália, Tatiele Silva Santos levou seu filho Davi, de 1 ano e nove meses, ao Centro de Saúde do Jardim Aurélia para a vacinação contra a Poliomielite. Ela também aproveitou a oportunidade para atualizar a imunização do filho contra a gripe. "Foi algo bem tranquilo. Aproveitamos o Dia D e, apesar do movimento intenso, a espera foi de no máximo 10 minutos. Ele nem chorou para receber as vacinas, só ficou triste ao sair da área de brinquedos", relatou Tatiele.

O militar do Exército Brasileiro Rafael Firmino Henrique também participou do Dia D, levando seus filhos gêmeos, Lucas e Heitor, de três anos, para a vacinação contra a Poliomielite. Ele destacou a importância da imunização. "Nos preocupamos um pouco com os efeitos colaterais, como febre, mas nada que não possa ser administrado em casa. A prevenção é fundamental", afirmou Rafael. O Ministério da Saúde divulgou um comunicado ressaltando a necessidade de uma maior divulgação sobre a campanha de vacinação deste ano. Segundo a pasta, o enfrentamento à poliomielite é crucial, pois o Brasil está em fase de transição para substituir as duas doses da vacina oral poliomielite (VOP - aplicada em gotas) por um reforço com a vacina inativada poliomielite (VIP - aplicada via intramuscular). A partir do segundo semestre de 2024, o esquema vacinal e a dose de reforço serão realizados exclusivamente com a VIP.

Desde 1989, não são registrados casos de poliomielite em território nacional, e em 1994, o Brasil recebeu a certificação de área livre de circulação do poliovírus selvagem. No entanto, no ano passado, o país foi classificado como de alto risco para a reintrodução do poliovírus pela Comissão Regional para a Certificação da Erradicação da Poliomielite na Região das Américas (RCC).

A professora Ana Marli Sartori, do Departamento de Moléstias Infecciosas e Parasitárias da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, destacou que a utilização da vacina oral contra a poliomielite, iniciada no Brasil na década de 1960, foi fundamental para o controle da doença. "A facilidade de administração, o baixo custo e a alta aceitabilidade pela população, além da popularização do mascote da campanha, o Zé Gotinha, aumentaram exponencialmente as taxas de imunização no Brasil", explicou Sartori.

De acordo com o Ministério da Saúde, em 2022, 77% das crianças com menos de um ano receberam a dose da VIP. No ano passado, esse número aumentou para 84,63%, segundo dados preliminares. Os estados com os melhores índices de vacinação em 2023 foram o Ceará, com 93%, Piauí, com 92%, e Santa Catarina, com 90%.

A poliomielite, também conhecida como pólio ou paralisia infantil, é uma doença contagiosa causada pelo poliovírus, que reside no intestino. Este vírus pode infectar crianças e adultos através do contato direto com fezes ou secreções orais de pessoas infectadas, podendo ou não causar paralisia. Nos casos graves, que envolvem paralisia muscular, os membros inferiores são os mais afetados.

Atualmente, não existe um tratamento específico para a poliomielite. A orientação médica é que as pessoas contaminadas devem ser hospitalizadas e receber tratamento sintomático, conforme o quadro clínico de cada paciente. 

COVID-19

A distribuição do terceiro lote de doses da vacina Spikevax, fabricada pela Moderna para combater a covid-19, será concluída amanhã, dia 10, nas 42 cidades que compõem o Departamento Regional de Saúde de Campinas (DRSVII). Foram distribuídas 6.300 doses (em 1.260 frascos) do imunizante. Com isso, o total de doses entregues chegou a 57.880 (11.576 frascos), somando os dois envios anteriores.

A distribuição deste terceiro lote teve início na última sexta-feira, dia 7. A nova versão da vacina é monovalente e foi atualizada para proteger contra a subvariante Ômicron XBB.1.5, considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como a cepa com maior capacidade de transmissão até o momento. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso da vacina da Moderna em março deste ano.

O imunizante deve ser armazenado em temperaturas entre -25 e -15 graus Celsius. Após o descongelamento, que começa quando as vacinas saem do DRS-VII para as cidades, elas devem ser mantidas entre 2 e 8 graus Celsius. A partir desse momento, o prazo de validade é de 30 dias.

Um levantamento feito pelo Correio Popular constatou que, até às 12h de ontem, 42 dos 67 Centros de Saúde de Campinas estavam sem doses do imunizante. A Secretaria Municipal de Saúde confirmou, por meio de nota, o recebimento do novo lote de vacinas contra a covid-19. Segundo o DRS-VII, foram 1.740 doses em 348 frascos. Conforme informado pela pasta municipal, a distribuição foi prioritária para os locais abertos ontem para a imunização.

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