Somando todas as vacinas aplicadas, o Brasil administrou 2,04 milhões de doses nesta quarta-feira (Gustavo Tilio)
As Secretarias Municipais de Educação e Saúde de Campinas iniciaram na segunda-feira (23) a vacinação contra a gripe e sarampo dentro das creches municipais - ação conjunta para ampliar a adesão das crianças entre seis meses e quatro anos de idade ao imunizante.
No primeiro dia, a equipe do Centro de Saúde Paranapanema esteve presente no Centro de Educação Infantil (CEI) Brígida Chináglia Costa aplicando as doses nas crianças, na presença dos pais ou responsáveis ou por meio de autorização por um termo de consentimento.
Até a última quinta-feira, apenas 24% das crianças haviam sido vacinadas contra o vírus Influenza, causador da gripe, e 21% contra o sarampo. "Como a cobertura está muito aquém do esperado, essa parceria com a Pasta de Educação foi necessária para tentarmos ampliar a taxa de cobertura vacinal", afirmou a coordenadora do Programa Municipal de Imunização, Chaula Vizelli.
Iniciativa bem recebida
A iniciativa foi bem recebida pelos pais e mães que estiveram acompanhando a vacinação dos filhos no horário de saída. Para a maioria, levar a campanha para dentro das escolas facilitou a logística e a lembrança de que a imunização está em andamento.
"Acho que é meio caminho andado. Às vezes, a gente esquece que está na fase de campanha ou mesmo por causa do trabalho. É mais prático com a escola avisando. Recebemos mensagem no grupo de pais da escola com as informações e já nos planejamos", contou a artista e educadora Débora Costanzo, de 39 anos.
A cabeleireira Vanessa Silva, de 29 anos, fez outra observação acerca dos benefícios de levar a vacinação para dentro da creche. A filha dela, de dois anos, não chorou e até comemorou após receber o imunizante.
"A minha filha já convive na escola e isso facilita bastante. Ela estava doente e não estava vindo, mas, agora, melhorou, voltou, viu os amiguinhos e acho que tudo isso ajudou para que ela se sentisse mais protegida".
A babá Samantha Martins, e 46 anos, também lembrou que a vacinação em um local diferente do centro de saúde, por ser um local onde a criança aprende e se diverte, de modo a facilitar o entendimento da criança de que vacina é necessária.
A meta da campanha é atingir a cobertura vacinal de 95% contra o sarampo e 90% contra o Influenza. De acordo com Chaula, todos os esforços, iniciativas e parcerias estão sendo construídos para que Campinas chegue o mais próximo possível da meta. "A vacinação é extremamente importante para prevenção de internação, casos graves e óbitos, e ela é inversamente proporcional ao número de casos. O sarampo, por exemplo, era uma doença erradicada no Brasil, mas o vírus foi reintroduzido com a baixa cobertura vacinal dos últimos anos. Precisamos manter essas taxas elevadas e com homogeneidade em todo o território para que esses casos não aconteçam".
A força adquirida por militantes de movimentos antivacinas nos últimos anos está diretamente relacionada, na opinião de diversos especialistas, à queda das taxas de cobertura vacinal contra várias doenças no país.
Sobre isso, a atriz Débora foi taxativa ao vacinar o seu filho. "Eu não consigo nem entender em que era essas pessoas se encontram. É um retrocesso absurdo a gente ainda discutir com a Ciência nos dias de hoje. Não tem discussão. Ninguém nunca questionou outras vacinas... É politicagem pura."
A intenção é que a parceria entre as Secretarias atinja até 60 unidades de educação do município até o próximo dia 3 de junho, data em que está previsto o final das campanhas em todo o país.