A obra na Rodovia Santos Dumont prevê marginais de sete quilômetros de extensão, nos dois lados da via, com larguras variáveis ao longo do trecho; construção de passarelas e melhorias na iluminação e sinalização; de acordo com a Prefeitura de Campinas, o valor estimado para a execução, de responsabilidade da Via Colinas, está em R$ 400 milhões (Kamá Ribeiro)
A Comissão de Mobilidade Urbana e Planejamento Viário da Câmara de Campinas (CMUPV) agendou uma reunião para discutir a construção das marginais da Rodovia Santos Dumont (SP-075) no dia 5 de agosto, às 10h. O encontro, marcado para após o recesso parlamentar de julho, incluirá todos os envolvidos e impactados pelo projeto.
A informação foi divulgada ontem, 20 de junho, como uma resposta do Poder Legislativo à reportagem do Correio Popular sobre a reunião realizada no dia 18 entre representantes da Prefeitura de Campinas e da Via Colinas, concessionária responsável pela rodovia. O objetivo do encontro foi discutir o projeto executivo das marginais. Moradores dos bairros afetados reclamam de não terem sido consultados até o momento, enquanto a Prefeitura de Campinas afirma que realizará consultas públicas somente após a finalização do projeto executivo.
O vereador Otto Alejandro (PL), presidente da CMUPV, declarou que serão convidados representantes da Via Colinas, da Prefeitura de Campinas, da EMDEC e da sociedade civil para o encontro de agosto. "Ou seja, pessoas diretamente afetadas, que devem ser as primeiras a serem consultadas e a terem voz", ressaltou.
Questionado se a reunião da CMUPV será tardia, considerando que o encontro entre Prefeitura e Via Colinas ocorrerá antes do recesso, Otto Alejandro afirmou que não há tempo hábil antes do recesso da Câmara. "Mas nós da comissão, independente do recesso, vamos cumprir nosso papel de parlamentares, acompanhando e fiscalizando. E amanhã cedo (hoje, dia 21), vou conversar com o vice-prefeito, Wanderley de Almeida (PSB), para garantir que a CMUPV esteja presente no próximo encontro com a Via Colinas", acrescentou.
O vereador Cecílio Santos (PT), também integrante da CMUPV, criticou a metodologia adotada até o momento na discussão do projeto. "Eles têm uma abordagem que discordamos, resolvendo todos os problemas técnicos sem ouvir a população primeiro. Quem usa a via todos os dias é a população, não necessariamente os especialistas. Escutar a população e trabalhar junto com ela é fundamental para criar uma solução de comum acordo", opinou.
Cecílio Santos destacou ainda a intenção de realizar uma visita presencial à sede da concessionária para discutir o projeto. "Eu e outros vereadores vamos levar nossos pontos de vista para serem considerados pela Via Colinas. Queremos colaborar tecnicamente com sugestões. Nosso desejo é que o projeto seja implantado o quanto antes e que contemple todas as partes envolvidas", concluiu.
DIÁLOGO
O presidente da Câmara de Campinas, Luiz Rossini (Republicanos), defendeu um diálogo aberto com a população sobre as intervenções na Rodovia Santos Dumont e seus impactos. Ele esclareceu que, embora as obras sejam responsabilidade de uma empresa concessionária e não dependam de autorização dos vereadores, a discussão pública é essencial. "A reunião da última terça-feira entre Prefeitura e Via Colinas teve um caráter técnico. Mesmo sem participar, acredito que foi um passo importante para que essas intervenções finalmente saiam do papel", comentou.
O advogado Paulo Braga, especialista em Direito Público, reforçou que não é necessária a permissão do Legislativo para intervenções em áreas privadas, como no caso de desapropriações.
HISTÓRICO
Representantes da Prefeitura de Campinas e Via Colinas, do Grupo Via Appia e responsável pela concessão da Rodovia Santos Dumont, reuniram-se na tarde da última terça-feira, dia 18, no Palácio dos Jequitibás, sede da Administração Municipal. O encontro foi revelado de forma exclusiva pelo Correio Popular.
A obra prevê marginais de sete quilômetros de extensão, nos dois lados da rodovia, com larguras variáveis ao longo do trecho; construção de passarelas e melhorias na iluminação e na sinalização. De acordo com a Prefeitura de Campinas, o valor estimado para a execução da obra, de responsabilidade da Via Colinas, está em R$ 400 milhões.
Em nota, a Secretaria de Parcerias em Investimentos do Estado de São Paulo informou que a proposta fechada ainda precisa ser deliberada pela direção da Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp), responsável pela regulação e fiscalização das rodovias paulistas. A partir da decisão, a Via Colinas terá 90 dias para iniciar as obras.
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