Pedreiro prepara o terreno para a construção de novas unidades embrionárias do Residencial Mandela, no DIC 1, distrito do Ouro Verde (Kamá Ribeiro)
A Prefeitura de Campinas anunciou na quinta-feira (6) que fechou um acordo que permitirá aos futuros moradores do Residencial Mandela, localizado no DIC 1, no distrito do Ouro Verde, ampliar o tamanho das unidades habitacionais, chamadas de embriões. Segundo a Administração, as famílias poderão escolher entre três modelos de plantas, sendo que uma das opções já havia sido revelada com exclusividade pelo Correio Popular no último dia 26. Tratase de uma planta que eleva o tamanho das moradias de 15 m² para 54,7 m², incluindo um dormitório, uma sala, um banheiro e uma área de serviço na planta original. Durante uma coletiva de imprensa realizada na quinta-feira no Palácio dos Jequitibás, foram anunciadas mais duas opções.
A primeira opção permite o acréscimo de um cômodo, elevando a área de construção para 33 m². Este modelo adiciona um valor que varia de R$ 24 mil a R$ 27 mil ao custo total da propriedade, que é de R$ 48 mil, com prazos de pagamento de até 300 meses.
A segunda opção eleva a área construída para 45 m², aumentando o embrião em dois cômodos. Neste caso, o valor adicional pode variar entre R$ 41 mil e R$ 45 mil.
Para o modelo que já havia sido anunciado no fim do mês passado, o acréscimo varia de R$ 60 mil a R$ 65 mil. As variações ocorrem de acordo com o acabamento escolhido pelas famílias. Quanto mais detalhes, maior o valor.
Independentemente do modelo escolhido, os valores serão acrescidos diretamente nas parcelas que os moradores já devem pagar pela unidade habitacional e pelo terreno. A parcela mínima é de R$ 132, enquanto a máxima pode chegar a R$ 348 considerando o projeto mais caro. A verba utilizada para essa ampliação é proveniente do Fundo Municipal de Apoio à Subhabitação Urbana (Fundap).
MUDANÇA
As famílias que optarem pela ampliação terão que conviver com as obras devido ao prazo para reintegração de posse. De acordo com o viceprefeito Wanderley de Almeida (PSB), representante da Administração no caso do Residencial Mandela junto à Justiça, as famílias começarão a se mudar para o residencial hoje. Wanderley afirmou que todas as famílias estarão reassentadas em até 60 dias, resultando na desocupação total da propriedade particular.
O vice-prefeito ressaltou que as famílias precisam sair imediatamente e que não é possível esperar pelo aumento das casas. Ele destacou que todas as decisões tomadas pela Prefeitura foram informadas à Justiça, o que possibilitou que as famílias não fossem despejadas antes da construção das unidades habitacionais.
Wanderley também afirmou que o modelo apresentado durante a coletiva já estava sendo estudado, mas não havia sido divulgado publicamente para evitar problemas relacionados ao processo. Essa declaração vai ao encontro da versão dada por moradores da ocupação, que relataram ao Correio Popular que não sabiam da possibilidade de ampliação.
Thamires Batista, uma das líderes da ocupação, de 31 anos, afirmou que a informação sobre o aumento das casas será compartilhada em uma reunião com a comunidade e que um posicionamento oficial será publicado nas redes sociais. Até o fechamento desta edição, o posicionamento não havia sido publicado.
Bruno e sua filhinha estão encantados e muito felizes com a nova residência (Kamá Ribeiro)
CONCLUSÃO
O prefeito Dário Saadi afirmou que o anúncio do plano para aumento das unidades habitacionais encerra a questão. O caso do Residencial Mandela ganhou repercussão nacional e foi alvo de críticas até do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que acusou o prefeito de "desumano". Durante cerca de dois meses, houve uma troca de acusações entre a Administração e a oposição, entre os anúncios de entrega das unidades habitacionais e a posterior expansão.
Bruno Henrique Lima, um lavador de estofados de 31 anos, é um dos moradores que estão verdadeiramente felizes com a resolução dessa polêmica. Bruno mora sozinho com suas duas filhas na ocupação e está ansioso para mudar definitivamente para a casa de alvenaria. Ele comemorou o anúncio de que terá três opções para expandir a casa. "Acho que dessa forma vai conseguir atender a demanda de cada pessoa. Quem tem família maior poderá expandir mais e pagará um pouco mais. Já as famílias menores poderão optar pelos modelos menores, pagar menos, e ainda assim não ficar tão apertado", exclamou.
Bruno relatou que está feliz como nunca antes e aguarda ansiosamente a conclusão de sua unidade habitacional, que já está 70% concluída. Ele disse que a cada vez que vai até lá, não consegue conter seu sorriso, tamanho é seu contentamento ao contemplar o imóvel. "Já estou feliz demais pelas pessoas que já vão mudar nessa primeira fase, mas, de fato, nenhuma alegria se assemelha ao que estou sentindo pela minha própria casa. Toda vez que venho aqui é um sorriso que não consigo conter", disse Lima contemplando o imóvel.