Concerto na Lagoa marca a volta de apresentações da orquestra em espaços públicos abertos
A Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas (OSMC) reuniu cerca de 500 pessoas na Concha Acústica do Parque Portugal, no final da tarde deste domingo (21), para apreciar música clássica. O primeiro concerto na Lagoa do Taquaral, após oito anos, marca a volta de apresentações da orquestra em espaços públicos abertos.
"Eu espero que o retorno ao Taquaral seja definitivo. Tenho fotos antigas da Concha lotada, hoje deve ser assim assim também. Espero que a tradição de música no parque volte" , disse o maestro titular da OSMC, Victor Hugo Toro, minutos antes de iniciar o concerto. Toro preparou reportório eclético, com peças populares, familiares ao público, e obras eruditas. "Nosso intuito foi fazer um 'crescendo' que fisgasse tanto pessoas iniciadas em música clássica, quanto leigos" , completou.
E fisgou. Apesar de muitos dos espectadores estarem na Concha somente para ver a apresentação, outros foram pegos de surpresa pela melodia. Atletas de final de semana, pais com crianças de colo que passeavam pela Lagoa e jovens que tomavam água-de-coco, na entrada do parque, foram atraídos pela música.
"Estávamos caminhando e ouvimos o som. Chamou a nossa atenção. Não sou profunda conhecedora, mas gosto de música clássica. É uma delícia assistir ao concerto aqui" , disse a babá Delair da Silva, que estava com o namorado, Juarez Damaceno. "Sou produtor de música sertaneja. Mas gosto de todo tipo de música boa. Estou impressionado com a apresentação" , disse Damaceno.
Mesmo quem está habituado com os acordes dos violinos da OSMC, se emocionou ao rever os músicos na Concha. A técnica reparadora Glaucia Gomes, de 36 anos, acompanha as apresentações da orquestra, mas afirmou que o concerto na Lagoa teve um significado especial. "Já vi várias vezes a sinfônica na Concha quando era jovem e me traz muitas recordações boas. Agora vim trazer minha filha para ter essa sensação" , disse Glaucia, com a pequena Sofia, de dois anos, no colo. "Ela já está fazendo aulas de flauta. Adora música clássica" , afirmou a técnica.
Concerto
A plateia heterogênea se silenciou ao início da apresentação e assim permaneceu até o final do concerto, que durou aproximadamente duas horas. A ópera Nabucco, do italiano Giuseppe Verdi, abriu o programa e foi muito aplaudida. Antes de cada peça, Toro explicava o contexto em que a composição foi elaborada e falava um pouco sobre o autor.
A valsa Imperador Op. 437, do austríaco Johann Strauss II, foi a segunda música executada e animou a plateia. A estudante Laura Job, de 18 anos, se pôs a dançar de olhos fechados ao ouvir a valsa. "É uma maneira de eu sentir e interagir com o som. Sou assídua dos concertos da Orquestra da Unicamp e nunca tinha ouvido a Sinfônica Municipal. Espero que ela volte muitas vezes" , disse.