O antigo casarão vermelho localizado na esquina das avenidas Barão de Parnaíba e Barão de Itapura, em frente à velha rodoviária de Campinas, está em fase final de demolição. No local, funcionou por muito tempo um estacionamento, mas com a saída do terminal a clientela também foi embora e o imóvel passou a ser usado por moradores de rua e usuários de drogas. Um projeto prevê a construção de um prédio nos mesmos moldes utilizando o material retirado do velho casarão. Com a área limpa, os proprietários estudam a construção de um hotel ou de um edifício, mas aguardam uma definição em relação ao terreno da maternidade para iniciar a nova edificação.
O desmonte, que mudou a pisagem no entorno da antiga rodoviária, foi feito por meio de uma parceria entre os proprietários, a família Pesagno, e a Fundação Douglas Andreani. A ideia era que o prédio fosse desmontado aos poucos e reconstruído no bairro Carlos Gomes, em Campinas, abrigando um centro cultural. A demolição teve início no primeiro semestre de 2012 e atualmente resta no local uma parte do entulho. Antes de vir abaixo, o galpão foi filmado com o objetivo de que a reprodução fosse fiel à original. O prédio estava em ruínas e preocupava os vizinhos pelo risco de desabamentos e pela ocupação do imóvel por usuários de drogas.
“Estava muito ruim. Fiz vários pedidos na Prefeitura para que providenciassem o conserto ou a demolição. Além dos riscos estruturais, ele passou a ser usado por usuários de drogas”, afirmou João Bosco Marçal dos Santos, comodatário de um posto de reciclagem ao lado do casarão demolido. O espaço vazio também era motivo de preocupação para comerciantes que viram a região do Botafogo definhar com a saída do terminal rodoviário. “Temos muita gente interessada em promover a revitalização da região”, disse Flávio Costa, presidente do Instituto de Desenvolvimento de Campinas e Região (Idesc).
Os proprietários do terreno no Botafogo atuam no ramo hoteleiro e estudam a construção de um prédio ou de um edifício no local, mas tudo dependerá de uma definição em relação ao terreno da antiga rodoviária, pertencente à Maternidade de Campinas.
“Quando o prédio (antiga rodoviária) foi implodido, imaginávamos que logo em seguida iam construir alguma coisa. São três anos e o comércio se deteriorou totalmente. Não tinha condição de manter o estacionamento. A nossa ideia é verticalizar. Fazer um prédio, um hotel, ou até mesmo um estacionamento, mas estamos aguardando uma definição da Maternidade sobre o que será feito no terreno em frente ao nosso”, explicou Vera Pessagno Bréscia.
Sobre o projeto da Fundação Douglas Andreani, Vera afirmou que a ONG procurou a família com interesse em pegar o que restasse da demolição para a construção de um prédio igual, mas que não tem informação sobre o encaminhamento do projeto. “Depois que terminar toda a parte de retirada do entulho, a gente vai cercar o espaço”, disse. A Fundação foi procurada, mas até o fechamento da reportagem os representantes não foram localizados para falar sobre a reconstrução do casarão e sobre o centro cultural.