Prédio histórico foi o primeiro de 42 imóveis públicos que terão iluminação cênica, como a Torre do Castelo, Palácio dos Jequitibás e Estação Cultura
‘É um prédio maravilhoso, talvez o mais lindo de Campinas. Ele tem o estilo grego e foi completamente reformado’, destacou o presidente Jorge Alves de Lima (Alessandro Torres)
Os prédios históricos de Campinas começaram a receber nova iluminação, o que é parte de um programa de revitalização e valorização de espaços históricos do município. O primeiro deles é o da Academia Campinense de Letras (ACL), local que já exibe uma monumental fachada com luz do tipo cênica. A nova iluminação está prevista para outros 42 prédios públicos, sendo 12 históricos, integrando o projeto de valorização do Centro e Centro Expandido de Campinas, que ainda conta com obras de mobilidade urbana e de requalificação.
A reforma no prédio da Academia incluiu obras de pavimentação no estacionamento, novos mastros das bandeiras e substituição das grades que cercam o prédio. A ACL ainda receberá uma revitalização paisagística que deve começar nos próximos dias.
Segundo o atual presidente da Academia Campinense de Letras, Jorge Alves de Lima, o prédio estava deteriorado há três anos e sofria com a infiltração de água nos dias chuvosos.
“A Academia não é só luz. Ela é um prédio maravilhoso, talvez o mais lindo de Campinas. Ele tem o estilo grego e foi completamente reformado, recuperado”, destacou.
Ele lembrou que a região onde está localizada a Academia era considerada nobre no município entre as décadas de 20 e 30 do século passado, mas foi perdendo lugar para uma cidade em expansão que viu novas oportunidades de centralização em outras áreas. Nesse sentido, diz Lima, é que a revitalização ajuda a recuperar mais que um prédio, mas a história de Campinas.
“Aqui é o ponto de partida. Essa região, que foi um dos bairros mais nobres de Campinas, é agora o marco de uma revitalização.”
Quem mora ou trabalha na região aprovou a reforma. Odair Paulino, de 55 anos, que trabalha com reciclagem em um espaço bem próximo ao da Academia, brincou e disse que quando as luzes se acendem, “vira dia”. “Ficou muito melhor. Eu sou pobre, mas sempre admirei muito esse prédio, suas esculturas. Se eu entrei nele, eu era muito pequeno, mas às vezes volto às 21h do serviço e admiro sua beleza”, contou à reportagem.
Outra moradora, Andreia Cristina dos Santos, de 50 anos, acrescentou que a iluminação deixou a região com uma sensação maior de segurança.
ILUMINAÇÃO
Ao todo, 42 propriedades públicas municipais e diversas praças receberão a iluminação cênica. Até junho do próximo ano, a Torre do Castelo, o Palácio Jequitibás e a Estação Cultura também serão contempladas com a iluminação cênica.
O gerente de projetos da Conecta, a nova Concessionária de Iluminação Pública do município de Campinas, Valdir Korchak, explicou que a instalação de uma iluminação cênica é uma ação mais elaborada do que a simples colocação de lâmpadas coloridas.
“É realizado um estudo por especialistas em iluminação cênica. Eles utilizam um software apropriado para criar as sequências de luzes e os efeitos de cores”, afirmou. Korchak acrescentou que “a iluminação de destaque em prédios centrais contribui para a uniformidade das revitalizações de infraestrutura que a região vem recebendo, trazendo mais beleza e tecnologia ao município”.
A iluminação cênica parte de um plano maior que busca gerar economia dos gastos públicos com energia e oferecer mais segurança para a população. Isso porque, em março deste ano, foi firmada uma Parceria Público Privada (PPP) que prevê a substituição de todas as lâmpadas de vapor de sódio das ruas do município de Campinas por lâmpadas de led. Essa troca estratégica deverá ser executada nos próximos dois anos, gerando uma economia para os cofres púbicos do município.
“O led é cinco vezes mais potente que a lâmpada de vapor de sódio e economiza até 70% de energia. Isso resultará em uma cidade mais iluminada, onde as pessoas sentem-se mais seguras para transitar”, destacou o secretário de Serviços Públicos de Campinas, Ernesto Dimas Paulella. Serão trocados mais de 120 mil pontos de iluminação por lâmpadas de led. Elas têm uma durabilidade de quase 10 anos, enquanto as de vapor de sódio duram uma média de dois anos.
Segundo a Conecta, nos primeiros meses deste ano foi necessário realizar o mapeamento dos postes e pontos de iluminação de Campinas, mas agora, com todo planejamento previsto, a substituição das lâmpadas já foi iniciada no Centro. A região central foi escolhida devido ao grande tráfego de pessoas que precisam desta tecnologia para a qualidade da mobilidade e a segurança.
REVITALIZAÇÃO DO CENTRO
Todo esse investimento em iluminação é mais um passo para o Plano de Requalificação da Área Central (PRAC), o “Nosso Centro”, que reúne várias iniciativas da Prefeitura. Uma delas é a obra de revitalização da Campos Sales, que avança por trechos, com trabalhos simultâneos. A instalação de infraestruturas para as redes subterrâneas elétrica, de telecomunicações, semafórica e de iluminação pública estão em sua fase final. Também acontecem trabalhos de requalificação de guias e sarjetas, pavimentação das calçadas e dos pontos de parada de ônibus.
As próximas etapas contemplam a requalificação do pavimento asfáltico, ampliação dos passeios, instalação de novos abrigos, sinalização de travessias e baias de estacionamento, ciclofaixa, paisagismo e mobiliário, e instalação de mais câmeras de monitoramento.
Outra via que vai passar por melhorias é a Rua José Paulino. A Prefeitura de Campinas anunciou no início de outubro a revitalização dela, dando sequência ao projeto de requalificação da área central e de resgate de espaços públicos. O investimento será de R$ 4,4 milhões e a previsão é que as obras comecem em menos de duas semanas, no dia 21 de novembro, com o término ocorrendo dentro do período de um ano.
Em maio, a Prefeitura também publicou o decreto que regulamenta a lei de incentivos urbanísticos e fiscais para que imóveis no Centro de Campinas sejam reabilitados. A iniciativa busca agregar à requalificação do Centro de Campinas ao incentivar que moradores e comerciantes façam reformas nas edificações, modernizando e fazendo com que mais pessoas e empreendimentos sejam atraídos à região.
O projeto abrange uma área formada por 1,9 mil lotes, onde ficam 429 imóveis verticais e 1,4 mil horizontais, segundo a Prefeitura, todos localizados no polígono formado pela Avenida Dr. Moraes Salles, Rua Irmã Serafina, Avenida Anchieta, Rua Barreto Leme, Rua Luzitana, Rua Marechal Deodoro, Rua Dr. Ricardo, Avenida Lix da Cunha, Rua Lidgerwood, Largo Marechal Floriano, Avenida 20 de Novembro e Viaduto Miguel Vicente Cury.
Siga o perfil do Correio Popular no Instagram.