Campinas amanheceu neste primeiro dia de inverno (21) com uma nova página escrita em sua história e com muito trabalho para a Administração Municipal. Em nota oficial, a Prefeitura estima os prejuízos em cerca de R$ 500 mil, com a destruição dos jardins da Praça Carlos Gomes; e do Largo das Andorinhas; pichações de monumentos; quebra de painéis informativos; destruição completa do iluminação jardim do Paço e da praça Carlos Gomes.
Após o protesto de quinta (20), muita sujeira e destruição ficaram pelas ruas do Centro da cidade. Os comerciantes, que tiveram suas lojas saqueadas, contabilizam os prejuízos. Segundo a Transurc, 12 ônibus - 5 da Onicamp Transporte Coletivo e 7 da VB Transporte - foram depredados na madrugada por vândalos.
Uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi apedrejada por homens mascarados enquanto prestava socorro a um agente da Guarda Municipal (GM) ferido na Rua Barreto Leme.
Foto: Carlos Sousa Ramos/AAN Foram quebrados e danificados 280 metros quadrados de vidros (janelas)
O Prefeito Jonas Donizette (PSB) logo cedo (7h) falou com a reportagem e lamentou o vandalismo registrado durante a manifestação. O prefeito se disse "aliviado" por não ter havido nenhuma morte na cidade e garantiu que a Administração vai trabalhar para limpar e reconstruir os estragos."Ontem (20) a cidade viveu dois momentos distintos. Primeiro uma manifestação bonita, com pessoas na rua, protestando em paz. Depois atos de vandalismo de uma minoria. Não só eu como prefeito, mas a população de maneira geral, lamentamos esses acontecimentos", disse.
Somente no 1º Distrito Policial de Campinas, seis boletins de ocorrência (B.Os) foram registrados. Em um deles, a Guarda Municipal atestou ato de vandalismo contra a Prefeitura. Duas pessoas foram presas. Nos boletins, ocorrências de depredação e saque contra bancas de jornais, ótica, salão de beleza.
A cidade de Campinas viveu nesta quinta-feira (20) o maior protesto já registrado em sua história. Cerca de 35 mil pessoas, segundo balanço oficial da Polícia Militar (PM), ocuparam as ruas da região central em uma onda de manifestações.
O protesto, que começou com o mote do aumento da passagem do transporte público (e agregou diversas outras reivindicações em sua pauta como corrupção, violência policial, educação e saúde), reuniu pessoas de todas as idades em passeata pacífica até um desfecho lamentável com cenas de barbárie.
Uma minoria - composta principalmente por jovens com os rostos cobertos - vandalizou o Centro da cidade, saqueou lojas, destruiu pontos de ônibus, agências bancárias e entrou em confronto com a polícia em frente a Prefeitura.
Houve tentativa de invasão no Palácio dos Jequitibás, depredação da fachada e reposta policial com gás de pimenta, lacrimogênio e bala de borracha.