“Vergonha é roubar e não saber carregar”, justificava aquele presidente de um banco que sumiu daqui com o dinheiro dentro de algumas sacolas, rumo a Paris. Flagrado em Orly por um jornalista brasileiro (avisado de sua chegada), não perdeu a pose:
-- São francos e vou depositar na conta de um fornecedor da loja do meu pai...
-- Se são francos, eu não sei; mas, seja franco, hoje é feriado na França e os bancos estão fechados.
-- Levo para o hotel e ligo para ele buscar lá. Você me dá uma carona? Tenho medo de andar com tudo isso por aí.
-- Desculpe, mas eu tenho de ir trabalhar.
E assim, mais um escândalo foi abafado. E mais um dinheiro do povo, afanado.
(O que ainda deixa a todos com a orelha na frente da pulga é até aonde vai o poder de certos gângsteres do Poder. Esse ‘banqueiro’ passou por todas as autoridades aeroportuárias, daqui e de lá, e desembarcou sem ser incomodado na terra do ‘mon Dieu’.
De outra feita, seu padrinho vendeu uma empresa e disse ao comprador: “Você pega tal avião, tal dia e tal hora rumo a Nova York; tome esta chave, abra o cofre do aeroporto, tire uma sacola que estará lá, leve ao banheiro e confira o valor. Volte no voo número tal: não tem erro; ninguém vai incomodar você.” Ninguém incomodou.)
Essa é a competência de um caipira.
Agora, a incompetência de outro (incompetência sai no jornal):
“Um ladrão foi preso terça-feira passada depois de ser reconhecido pela vítima que trabalha em um shopping de Ribeirão Preto. A casa dela, no Sumarezinho, foi furtada no dia 15, quando os ladrões levaram vários objetos, entre eles, 25 tênis de marca.
Nesta terça, o rapaz e dois menores entraram na loja e pediram para falar com a gerente sobre alguns produtos. Durante a conversa, ela percebeu que reconhecia alguns objetos que ele tinha na mão.
‘Ele estava com o meu relógio no braço, minha aliança de doze anos de casada no dedo, uma pulseira e o tênis e celular do meu marido’, conta a vítima, que, claro, pediu para não ser identificada.
Ela não tem certeza se o rapaz foi ao local para saber o valor das mercadorias furtadas para revendê-las ou se estava interessado em saber quem era a dona da casa que havia sido furtada.
‘Ele se aproximou muito de mim. Fiquei desconfiada, porque em casa há muitas fotos minhas.’, disse.
A gerente chamou seguranças do shopping, que detiveram o homem e os menores.
Na casa do bandido, a polícia encontrou uma sacola com alguns dos objetos furtados na casa da gerente. Foi preso por receptação.”.
A diferença entre um e outro caipira está no conteúdo da sacola: dólares. Nenhum dos dois é inteligente: fossem, não seriam ladrões. Mas o afilhado e o político são espertos.
Pregado no poste: “Se o médico cubano mandar lavar o saco é porque seu paletó está sujo”.