Embora tenha afirmado no ano passado que o seu atual mandato será o último como presidente da Fifa, Joseph Blatter voltou a indicar nesta sexta-feira, durante discurso a dirigentes da Confederação Asiática de Futebol, em Kuala Lumpur, na Malásia, que poderá concorrer a mais uma reeleição na entidade.
No comando da Fifa desde 1998, Blatter cumpre um mandato que irá até 2015 e parece disposto a seguir mais tempo à frente do organismo que controla o futebol mundial. Um novo mandato teria o objetivo de dar continuidade, por mais quatro anos, às reformas que o dirigente vem implementando na entidade, embora o mandatário tenha o objetivo de cumpri-las daqui a dois anos.
"Este será o último mandato, não de cargo, mas o último de reforma, portanto em 2015 vamos terminar nossa reforma", afirmou Blatter, que passou a aplicar novos métodos e medidas na Fifa depois de uma série de escândalos de corrupção envolvendo membros da entidade nos últimos tempos.
Em março, o suíço já havia acenado, em entrevista ao jornal espanhol AS, com a possibilidade de reeleição ao condicioná-la às plataformas dos outros candidatos à presidência da Fifa. "Não vou continuar (na presidência) desde que haja pelo menos um candidato disposto a seguir com meu trabalho. E vou lutar até o último dia por ele. Para mim o mais importante é que quem venha a presidir a Fifa o faça com o espírito de globalização do futebol que temos desenvolvido nos últimos anos", disse o dirigente, naquela ocasião.
POPULISTA - Blatter também deu indícios de que poderá concorrer a um novo mandato na Fifa ao falar nesta sexta-feira sobre a distribuição de vagas para os países na Copa do Mundo. Em uma ação que pode ser considerada populista e atrair votos na próxima eleição da entidade, em 2015, ele disse para os dirigentes asiáticos lutarem por mais postos nos Mundiais que virão após o de 2014, que será realizado no Brasil.
O suíço disse que a divisão de vagas deveria ter um "melhor equilíbrio" porque dois dos principais continentes do mundo, a Europa e a América do Sul, poderão contar com até 19 das 32 vagas na Copa de 2014.
"Em 2014, teremos 32 seleções no Brasil. Uma delas é da América do Sul (Brasil, o país-sede). Há 13 times de um continente, que é a Europa, e possivelmente outros cinco sul-americanos. Se isto acontecer, serão 19 seleções entre as 32. Devemos analisar isto e trazer o tema à discussão para que haja um equilíbrio maior", disse o dirigente.
Ampliando o número de vagas para os países asiáticos, Blatter poderá ganhar um bloco maior de eleitores em uma possível disputa direta com o francês Michel Platini, atual presidente da Uefa, cuja presença na próxima eleição da Fifa é esperada.