O governador Geraldo Alckmin (PSDB) declarou de utilidade pública, para a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), uma área de 71,7 mil metros quadrados na região de Varginha, na zona sul da capital. Os terrenos serão usados para a extensão de 4,5 km da Linha 9-Esmeralda, que atualmente opera entre as Estações Osasco e Grajaú. O decreto foi publicado na terça-feira, 28.
O lote tem um tamanho equivalente ao de dez campos de futebol como o do Estádio do Pacaembu, na zona oeste. A CPTM, que é controlada pelo governo do Estado, informou, por meio de nota, que ainda não sabe quantos imóveis precisarão ser desapropriados para as construções.
"O número exato de imóveis e valor a ser pago serão conhecidos após a conclusão" da fase de cadastramento, que está em curso. Ainda de acordo com a empresa, "a avaliação do imóvel é feita com base no valor de mercado".
Duas estações serão construídas nesse trecho, Mendes e Varginha. Elas devem trazer 111 mil passageiros à Linha 9, que atualmente transporta, em média, 570 mil usuários em cada dia útil. A Secretaria Estadual dos Transportes Metropolitanos prevê gastar R$ 400 milhões na obra.
Transporte ruim
Integrado à futura Estação Varginha, a Prefeitura de São Paulo construirá um terminal de ônibus. O que existe atualmente no bairro tem demanda de 180 mil pessoas por dia útil. A região é carente de transporte público de qualidade. Tanto é que os ônibus do bairro saem abarrotados do terminal todas as manhãs, rumo às áreas centrais da cidade.
O anúncio da extensão da Linha 9 até Varginha, com a construção da Estação Mendes no meio do caminho, foi feito já há quase dois anos por Alckmin. Questionada nesta terça-feira, 28, a CPTM informou que a "meta é iniciar as obras no começo do segundo semestre deste ano e concluir a implantação do novo trecho no fim de 2014".
A CPTM informou que está dando continuidade ao processo de pré-qualificação das empresas que participarão da licitação para a obra. Esse trecho já havia sido cortado por uma estrada de ferro, a Sorocabana, desativada há décadas. Os trilhos estão abandonados.
No início de maio, o jornal O Estado de S. Paulo mostrou que a gestão Alckmin retirou R$ 5.550.735 da dotação específica para a construção dessa extensão para usar em publicidade de utilidade pública da CPTM. Na época, a empresa disse que o "enxugamento" de recursos não impactaria o cronograma da obra.