Economia

Vendas da indústria de materiais de construção caem pelo 7º mês seguido

Estadão Conteúdo
06/04/2022 às 15:42.
Atualizado em 06/04/2022 às 15:54

As vendas da indústria de materiais de construção tiveram queda pelo sétimo mês consecutivo em fevereiro, de acordo com pesquisa realizada pela Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat) em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV).

As vendas do setor em fevereiro, já deflacionadas, tiveram retração de 10,4% em relação ao mesmo mês do ano passado e mostraram uma leve oscilação de alta de 0,3% na comparação com janeiro deste ano.

O levantamento aponta que esse efeito de baixa continuará a ser observado por mais alguns meses, pois reflete a base de comparação mais elevada do primeiro semestre de 2021 - quando as vendas de materiais estavam bastante aquecidas. A expectativa é que apenas nos últimos meses do ano o sinal deva voltar a ficar positivo. A projeção de crescimento para 2022 é de 1%.

As vendas acumuladas no primeiro bimestre sofreram baixa de 10,6% em relação ao mesmo período do ano passado. Já no acumulado dos últimos 12 meses até fevereiro, as vendas mostram expansão de 4,3%.

"Para este ano há muitas incertezas no cenário internacional ainda associadas à pandemia, e mais recentemente à imprevista guerra, e no cenário interno, associadas à inflação e alta das taxas de juros de financiamentos, que poderá reduzir a demanda por materiais de construção no médio prazo, afirmou em nota o presidente da Abramat, Rodrigo Navarro. "De todo modo acreditamos que o faturamento em 2022 deve apresentar sustentabilidade no crescimento, embora de forma tímida, tanto pela base de comparação anual ser elevada como pela desaceleração observada já no segundo semestre de 2021", ponderou.

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-M) acelerou a 0,73% em março, de 0,48% em fevereiro, segundo pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV). A alta acumulada em 12 meses pelo indicador, porém, arrefeceu de 13,04% para 11,63%.

O avanço do INCC-M foi puxado pelo componente de Mão de Obra, que acelerou a 1,12% em março, de 0,19% em fevereiro. Já o índice de Materiais, Equipamentos e Serviços desacelerou de 0,75% para 0,37%.

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