O torcedor argentino preso pela Polícia Militar por racismo na noite desta terça-feira, durante o jogo do Corinthians contra o Boca Juniors, foi transferido de delegacia na madrugada desta quarta. Ele está detido na Delegacia de Polícia de Repressão e Análise aos Delitores de Intolerância Esportiva (Drade), no prédio do Departamento de Operações Policiais Estratégicas (Dope), no centro de São Paulo.
O torcedor do Boca, cuja identidade não foi revelada, foi preso no intervalo da partida, no setor sul das arquibancadas da Neo Química Arena. Ele provocava a torcida corintiana desde antes do início do jogo com gestos imitando macaco, de acordo com vídeos feitos por brasileiros que foram entregues aos policiais presentes no estádio corintiano.
"A equipe (da PM) agiu prontamente e localizou o homem no intervalo da partida", informou a PM, em comunicado. Após a detenção no estádio, o argentino foi levado para o 24º Distrito Policial (Ponte Rasa), de onde foi transferido para a Drade na madrugada desta quarta-feira.
Pego em flagrante, o torcedor deve responder pelo crime de injúria racial (artigo 140, parágrafo 3º do Código Penal brasileiro), que prevê reclusão de um a três anos e multa.
Após vencer o time argentino por 2 a 0, pela fase de grupos da Copa Libertadores, o Corinthians se manifestou sobre o caso nas redes sociais. "O Corinthians repudia todo e qualquer ato de racismo e discriminação e agradece à Polícia Militar pela eficiência no apoio prestado. Esse fato só reforça a importância de nossa luta por um futebol sem ódio." O Boca ainda não se manifestou sobre o caso.
Trata-se do segundo caso de racismo envolvendo times argentinos e vítimas brasileiras em menos de duas semanas. No dia 13, na partida entre River Plate e Fortaleza, também pela Libertadores, um torcedor do time da casa foi flagrado jogando uma banana na direção da torcida do time cearense, no estádio Monumental de Núñez, em Buenos Aires.
A direção do River revelou que ele era sócio do clube e foi suspenso por seis meses. Além disso, o clube anunciou que o torcedor passaria por um curso de conscientização sobre xenofobia.