O Supremo Tribunal Federal abriu licitação para monitorar citações à Corte e a temas de interesse da instituição nas redes sociais. A meta é analisar a 'presença digital da Corte'. O edital prevê a 'identificação de fontes influenciadoras e detratoras', o 'georreferenciamento da origem das postagens' e, ainda, avaliação da 'influência dos públicos, dos padrões das mensagens e de eventuais ações organizadas na web'
O pregão foi realizado na sexta-feira, 14. Ao todo, 21 empresas fizeram propostas. O melhor lance ficou em R$ 168 mil, proposto pela microempresa Ideia Good Soluções para Internet Ltda, de Santa Catarina.
Ainda não foi batido o martelo sobre a contratação. O painel de compras do STF indica que a contratação está na etapa de seleção de fornecedores.
Um outro concorrente, microempreendedor individual (MEI) de Minas, ofereceu valor menor, de R$ 120 mil. No entanto, acabou desclassificado após não apresentar documentos necessários para se habilitar ao certame.
A assessoria de imprensa da Corte informou que o monitoramento consiste em uma clipagem do conteúdo público das redes.
"Trata-se de um serviço para compilar o conteúdo público das redes sociais sobre o STF, assim como já existe o clipping para as notícias dos jornais e dos sites. A consolidação do conteúdo público das redes é feito na maioria dos órgãos da administração pública e orienta os trabalhos da comunicação social, para a definição de temas que devem ser melhor explicados à sociedade, por exemplo", indicou a Corte.
Tribunais como o Superior Tribunal de Justiça, o Tribunal Superior do Trabalho, o Tribunal Superior Eleitoral e o Conselho Nacional de Justiça têm contratos semelhantes.
O edital do pregão, lançado no dia 14 de maio, estabeleceu como valor total máximo admitido para a licitação R$ 344.997,60, considerando a prestação de serviço por um ano, a R$28,7 mil por mês.
O objeto da licitação fez o chamamento nesses termos: "Contratação de empresa para a prestaça~o de serviço de monitoramento online e em tempo real da presença digital do Supremo Tribunal Federal (STF) em redes sociais, com a entrega de alertas (enviados por mensagem instantânea), relato´rios analíticos (dia´rio, semanal e mensal com ana´lise quantitativa e qualitativa), boletins eventuais e elaboraça~o de plano mensal de aça~o estrate´gica para atuaça~o em redes sociais."
Segundo o documento, o mapeamento alcançará os perfis oficiais do STF nas redes, palavras-chave e temas de interesse definidos pela Corte, viabilizando 'a análise da presença digital' do Supremo. Serão analisadas menções ao Supremo no Facebook, X, YouTube, Instagram, Flickr, TikTok, Linkedin e blogs.
O serviço deve mostrar a evolução da imagem do STF, indicar os assuntos mais relevantes abordados pelos usuários, classificação dos registros ('positivo', 'negativo' e 'neutro'). Ainda, a 'identificação das principais fontes influenciadoras e detratoras e sugestão de aprimoramento da comunicação com esses públicos'.
A ferramenta usada deve permitir a busca por meio de termos e filtros, entre eles assunto, público e perfil. "A plataforma digital da contratada deverá identificar públicos, formadores de opinião, discursos adotados, georreferenciamento da origem das postagens, bem como avaliar a influência dos públicos, dos padrões das mensagens e de eventuais ações organizadas na web", diz o edital.
A plataforma também deve permitir a classificação de interações do STF com os cidadãos e há a previsão de a empresa contratada entregar relatórios digitais diários, semanais e mensais, inclusive com a identificação de 'tendências e distorções, com visão crítica dos dados apurados', assim como avaliações sobre o 'impacto' de postagens e palavras-chave.
A Corte destaca que poderá solicitar à empresa contratada boletins eventuais, com levantamentos específicos 'sobre a repercussão imediata de assuntos relacionados ao STF que estejam suscitando grande atenção da sociedade'. É previsto que a companhia disponibilize no mínimo seis senhas da ferramenta de monitoramento ao STF.
Há indicação para identificação de 'formadores de opinião nas redes sociais que debateram sobre assuntos afetos ao STF, com análise de seu posicionamento e influência/capacidade de repercussão' e de postagens de usuários que mais repercutiram durante o mês, com a análise do impacto na imagem da Corte máxima e 'relevância'.
Ainda será avaliado 'o impacto da mobilização digital em torno de temas referentes ao STF, com projeção de seus reflexos na opinião pública'. Depois, a empresa terá de propor ações nas redes sociais para solucionar questões apontadas pelo monitoramento, com um plano de ação estratégica.