Trabalhadores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) conduziram um ato de protesto na manhã desta quinta-feira, 26, em frente à sede do órgão, na Avenida Franklin Roosevelt, no Rio de Janeiro. A manifestação, convocada por servidores e endossada pelo sindicato que representa a categoria, tinha como alvo o "autoritarismo" da gestão do atual presidente do IBGE, Marcio Pochmann.
As críticas englobam a portaria que determina o retorno de trabalhadores ao regime parcialmente presencial, a migração de servidores para instalações em bairros considerados de difícil acesso, a falta de transparência na criação de uma fundação de direito privado chamada IBGE+ e alterações no Estatuto do instituto.
Trabalhadores pediam "mais diálogo, menos autoritarismo", em adesivos. Em faixas estendidas na fachada do edifício, os trabalhadores clamavam por "mais respeito" ao órgão. Segundo os manifestantes, 49,4% dos trabalhadores do instituto estão atuando presencialmente, 30,9% estão no regime híbrido, e os demais 19,7% permanecem em trabalho apenas remoto, porém, a entrega de resultados do corpo técnico tem sido 100% eficaz.
"Aberta a temporada de presidentes temporários e autoritários! Ou o IBGE acaba com a gestão autoritária ou esta gestão autoritária acabará com o IBGE!!!", dizia um dos cartazes empunhados por manifestantes.
Durante os discursos, Pochmann foi acusado de desqualificar o corpo de funcionários e a história do IBGE, se colocando como a modernidade contra uma instituição atrasada.
"(Ele) Já disse que a gente parou em 2016, não reconhece tudo que o IBGE fez, não só nos 88 anos, mas, principalmente, pós-pandemia, durante a pandemia, o Censo que a gente fez. Ele não se digna em vir a uma reunião do Comitê do Censo. Não vem a uma reunião da Diretoria de Geociências, a uma reunião da Diretoria de Pesquisas. Não sabe quais são os problemas da casa, não quer saber", criticou, ao microfone, a servidora Maria Lúcia Vilarinhos. "Está viajando pelo mundo, não é porque é Marcio Pochmann. É porque é presidente do IBGE. É o IBGE que coloca ele na mídia", completou.