A empresa russa Gazprom cortou pela metade o fornecimento de gás natural pelo gasoduto Nord Stream 1 nesta quarta-feira, 27, reduzindo para 20% da capacidade máxima o volume de gás entregue aos países do bloco europeu.
A redução havia sido anunciada pela estatal russa na segunda-feira, 25, sob a justificativa de que problemas técnicos, mas países ocidentais acusam a medida de uma represália política da Rússia para semear incerteza e aumentar os preços em meio à guerra na Ucrânia.
Dados do site do Nord Stream e do chefe do regulador de rede energética da Alemanha, Klaus Mueller, confirmaram a redução na manhã desta quarta. "O gás agora faz parte da política externa russa e possivelmente da estratégia de guerra russa", disse Mueller à rádio Deutschlandfunk.
O medo de uma escassez energética levou a União Europeia a aprovar uma redução do uso de gás natural para se proteger contra novos cortes. O projeto de lei prevê uma economia de 15% no consumo entre agosto e março, por meio de medidas voluntárias adotadas pelos países e, se não for cumprida a meta, cortes obrigatórios podem ser autorizados.
Os preços do gás natural subiram para os níveis mais altos desde o início de março. O combustível cumpre um objetivo estratégico na Europa, usado para abastecer a indústria, gerar eletricidade e aquecer residências no inverno.
O aumento dos preços da energia está alimentando a inflação, comprimindo ainda mais o poder de compra das pessoas e aumentando as preocupações de que a Europa possa mergulhar em recessão se não economizar gás suficiente para passar pelos meses frios.