O governador da Bahia, Rui Costa (PT), criticou a Operação Cianose, da Polícia Federal (PF), deflagrada nesta terça-feira, 26, para aprofundar a investigação sobre a compra de 300 respiradores pelo Consórcio Nordeste. A entidade foi presidida por ele quando foi firmado o contrato, em 2020, no início da pandemia de covid-19. Costa disse não entender a realização de buscas dois anos após o começo da investigação.
"Eu confesso que até entenderia e bateria palmas se hoje os responsáveis tivessem sido presos. Mas eu não consigo entender uma busca e apreensão dois anos depois. Alguém acha que esse povo está com alguma coisa a mais?", disse. O governador baiano também declarou ser a pessoa "mais ansiosa" para que a apuração seja finalizada.
"Já se vão quase dois anos disso e eu continuo indignado pelo fato de saber que essas pessoas estavam presas, tinham assinado documento que iriam devolver o dinheiro e o Ministério Público da Bahia pediu para soltar essas pessoas e o juiz concordou", disse. O governador fazia referência à soltura de três pessoas presas por fraude na Operação Ragnarok, da Polícia Civil baiana.
"Estou muito ansioso para que isso seja concluído e os responsáveis sejam punidos", disse Costa em entrevista coletiva. O baiano é um dos investigados, mas não é alvo de mandados na ação desta terça.
A investigação se debruça sobre o pagamento antecipado do contrato sem garantia contra eventual inadimplência da empresa contratada. A PF diz que nenhum respirador foi entregue e que os desvios podem alcançar R$ 49 milhões.