O diretor de Organização do Sistema Financeiro e Resolução do Banco Central, Renato Gomes, disse nesta segunda-feira, 1º, que o Plano Real deu certo por duas razões. Em primeiro lugar, partiu de um diagnóstico mais complexo da realidade brasileira, atentando para elementos como a sustentabilidade das contas públicas. Em segundo, foi transparente, angariando confiança a população.
"O Plano Real envolve um diagnóstico um pouco mais complexo das questões brasileiras", disse, em uma live do BC sobre os 30 anos da moeda. "Ele atentava para elementos importantes, como o equilíbrio das contas públicas, que se criou em 1993, antes do plano Real, que é um elemento que essencialmente escapou a todos os planos anteriores."
Gomes lembrou que a "primeira fase" do real ocorreu quando o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) tomou posse como ministro da Fazenda, ainda em 1993, e promoveu uma agenda de controle das contas públicas. "Já reflete essa ideia, que estava lá no plano de ações imediatas, de que não é possível ter estabilidade de preços sem estabilidade fiscal", disse.
O diretor também afirmou que o fato de as medidas de implementação do Plano Real terem sido anunciadas com antecedência permitiu que a população tivesse confiança na iniciativa. "O Plano Real, ao contrário dos outros planos, rapidamente angariou confiança da população, porque ele não teve surpresa, ele não teve pacote, ele não teve arrocho, ele foi gradual, ele foi transparente", afirmou.